Eleições presidenciais na América Latina: crises, polarizações e resistências - Entrevista especial com o professor Dr. Lúcio Fernando Oliver Costilla

AutorJoana Coutinho
CargoGraduada em Ciências Sociais. Doutora em Ciências Sociais: Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2004)
Páginas673-685
ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NA AMÉRICA LATINA: crises, polarizações e resistências
Entrevista Especial com o Professor Dr. Lúcio Fernando Oliver Costilla1
Entrevistadora: Profa. Dra. Joana Coutinho2
Entrevistadora: Quando penso em eleições na América Latina, eu fico imaginando, quer dizer, a
eleição é um momento do processo político, até chegar na eleição propriamente dita, tem um caminho
largo. Não dá para discutir aqui, focando nesses processos como se deram na América Latina e no
Brasil. Então eu vou focar em pensar as eleições no começo do século XXI e pensando como que a
América Latina, ou parte dos países desse continente, depois de um surto de políticas neoliberais
deram uma virada, para governos progressistas, na região: Venezuela, Argentina, Brasil, Honduras
Bolívia, Equador. Como você pensa esse momento histórico do começo do século XXI e a
implementação de políticas neoliberais e, depois, a eleição de governos progressistas?
Lúcio Fernando Oliver Costilla: Eu enxergo assim: o aparecimento desses governos foi resultado de
muita resistência e luta popular. Mas, num outro sentido, foi também uma primeira manifestação da
crise hegemônica da globalização neoliberal que já desde então, no início do século XXI, manifestava
seu caráter desigual, excludente e bárbaro, especialmente para os países da nossa região. Os
governos progressistas desse primeiro ciclo acreditavam na administração da crise; que eles podiam
administrar a crise e apostavam num pacto de conciliação de classes, sem reformas profundas nas
instituições e nas sociedades. A única exceção foi na Venezuela, com Hugo Chávez, que considerava
ser preciso e possível avançar numa aliança anti-imperialista e anticapitalista entre os novos governos
DOI: http://dx.doi.org/10.18764/2178-2865.v26n2p673-685
1 Graduado em Relaciones Internacionales. Doutorado em Sociología - Universidad Nacional Autónoma de México (1992).
Professor titular C na Facultade de Ciências Políticas e Sociais da Universidade Nacional Autônoma do México. Professor
visitante na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil (2014) Professor titular visitante das Universidades Federal
do Ceará (2002-2004), Estadual do Ceará (2014), Brasil, de Salamanca España (2011) , da República de Uruguay (20 10,
2012,2014), Mayor de San Andrés na Bolivia (2006, 2008, 2010, 2012.Projeto de pesquisa institucional na UNAM: PAPIIT
IN305811 (2011-2014). Projeto de pesquisa institucional internacional na UNAM: PAPIIT IN307719 (2019 -2021) Las
sociedades civiles en la crisis estatal de América Latina. Perspectivas teóricas y estudios concretos.
2 Graduada em Ciências Sociais. Doutora em Ciências Sociais: Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(2004). Professora Associada IV da Universidade Fed eral do Maranhão (UFMA). Coordena o Grupo de Estudos de
Hegemonia e Lutas na América Latina, vinculado ao Programa de Pós-Gradua ção em Políticas Públicas (PPGPP) e integra
como pesquisadora o Núcleo Práxis da USP.

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