O ensino dos direitos humanos: a poesia como forma de libertação do desejo

AutorLeilane Serratine Grubba
CargoMestranda em Direito, Estado e Sociedade, na Universidade Federal de Santa Catarina UFSC/CPGD
Páginas99-108
O ENSINO DOS DIREITOS HUMANOS: A POESIA COMO FORMA DE
LIBERTAÇÃO DO DESEJO
THE TEACHING OF HUMAN RIGHTS: THE POETRY TO FREE THE DREAMS
Leilane Serratine Grubba1
Resumo: O trabal ho tem como o bjetivo investigar a p ossibilidade de um ensino jurídico mais aberto e
plural às diferenças e à humanização, por meio da aprendizagem de uma outra noção de direitos
humanos – teoria da (r e)invenção dos direitos humanos. Escrito em for ma de manifesto, o texto é um
convite ao mergulho do l eitor em reflexões sobre a relaçã o entre direitos humanos e ensin o jurídico, em
um constante diálogo com Luis Alberto Warat, Joaquín Herrera Flores e Rubem Alves. Vislumbra-se o
ensino jurídico como u m ato de amor, cuja vontade s e resume em dar asas à imagi nação poética para se
pensar a construção de um mu ndo mais humanizador e libertário dos desejos e sonhos i nstituintes. É
uma luta que grita um grito silente em favor da cidadania e da bu sca da democracia plural e
participativa. .
Palavras-chave: Direitos Humanos; Ensin o; Libertação.
Abstract: The work ai ms to investigate the possibility of a 'plural' law education, based on the learning
a different notion of human rights - theory of (re)invention of human rights. Written in the form of a
manifest, the text i s an invitation to plunge the reader into thinking about t he conection between human
rights and law educat ion in a constant chat with Luis Alberto Warat, J oaquin Herrera Flores and Rub en
Alves. Understandind educati on as an act of love implies in perceive t he will of a more humanized
society and the freedom to dream a new world. It is a fight in favor of citizenship and the search for
plural and participative democracy.
Key Words: Human Rights; Education; Fr eedom.
INTRODUÇÃO
Faço deste t exto um manifesto. Um manifesto é sempre um ato de amor,
um compromisso com a vida, com a liberdade e com a humanização do humano. É
uma manifestação pessoal que não supõe um saber fechado, autorreflexivo e
convertido em dogma, senão uma conversa com o lei tor, uma provocação
polissêmica, na qual as significações são múltiplas e plurais. É um convite à
abertura e ao diálogo, permitindo ao leitor mergulhar na dialética da práxis da vida
cotidiana e dos sonhos que carrega em si, para repensar a noção de Direitos
Humanos e ensino jurídico, visando a construção de uma humanidade fundada na
ética da compreensão e do amor.
A opção por iniciar a escrita em primeira pessoa do singular reflete a
pessoalidade do texto. Importa na luta consciente a favor da libertação e da
felicidade. É uma manifestação contra o pensamento de um saber atomizado, para
o qual as diversas áreas do conhecimento não se comunicam.
Conhecer é sempre uma busca, uma possibilidade. Embora decorrente do
pensamento grego antigo, continua dominante a concepção de verdade unauni-
verso –, a crença em que tudo o que existe no mundo tem uma essência que pode
ser desvendada e que a realidade do mundo é alheia à linguagem. Concebe-se a
utilização metafísica do conhecimento que separa o sujeito-homem do objeto-
mundo, que pode ser conhecido por via de observação objetiva. É uma vontade de
objetividade cartesiana que percebe a verdade de um saber na observação do
mundo estático.
1 Mestranda e m Direito, Estado e Sociedade, na Universidad e Federal de Santa Catarina UFSC/CPGD.
http://www.selleg.blogspot.com. E-mail: l sgrubba@hotmail.com.

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