Escola de Braga - a correspondência com Delfim Santos

AutorJoão Eduardo Pinto Basto Lupi
CargoUniversidade Federal de Santa Catarina
Páginas257-258
Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, Volume 46, Número 1, p. 257-258, Abril de 2012
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1 Endereço para correspondências: Departamento de Filosofia, UFSC, Campus Universitário, Floria-
nópolis, SC, 88040-900 (professor aposentado e ex-aluno da Faculdade de Filosofia de Braga,
1959-62 e 1980-82).
Escola de Braga – a correspondência com Delfim Santos
João Eduardo Pinto Basto Lupi1
Universidade Federal de Santa Catarina
SANTOS, F. D. & ALVES, J. A. (organizadores). Escola de Braga – a
correspondência com Delfim Santos. Braga: Publicações da Faculdade de Fi-
losofia, Universidade Católica, 2011.
Delfim Santos (1907-66) pertenceu àquela elite intelectual do Norte de Por-
tugal que tanto marcou a cultura portuguesa no século 20. Muitos comen-
tadores dessa geração consideram Delfim Santos como o filósofo mais influen-
te e criativo de todos os que, nessa época, lecionaram e publicaram em Portu-
gal. Por outro lado, e ainda no panorama acadêmico e universitário do Norte,
certamente um papel marcante e definitório, como coletividade ou grupo coeso,
coube aos professores jesuítas de Braga. As cartas que esses professores en-
viaram a Delfim Santos constituem por isso documentos reveladores, que nos
mostram não só algumas idéias, escritas de modo epistolar, e portanto quase
coloquial e sumário, mas também como é que essas idéias se concretizaram na
criação da Faculdade, na independência ou autonomia dos cursos de Filosofia
(antes ligados à História) na formação da Sociedade de Filosofia, no lançamen-
to da Revista Portuguesa de Filosofia.
Para entender melhor como esta correspondência contribui para enten-
der a Filosofia em Portugal desde o final da Segunda Guerra ajuda muito a
apresentação inicial, e o pós-fácio, redigidos pelos organizadores, que assim
destacam e estruturam os temas principais das cartas. As cartas dos professo-
res de Braga – os Bracarenses, como lhes chamam, em memória dos Conim-
bricenses, os organizadores da coletânea – evidenciam proximidade e amizade
com o destinatário, por convivência pessoal, e até de família, na participação
em congressos e reuniões, em demandas conjuntas, deixando ver como os au-
tores estavam a par da vida de Delfim Santos em detalhes particulares (via-
gens, doenças...); a afinidade com as idéias não era portanto um acaso, mas
fruto de muita conversa.
Das 61 cartas destacam-se as 47 de Severiano Tavares, e as demais foram
escritas por Diamantino Martins, Lúcio Craveiro da Silva, José do Patrocínio Ba-
celar e Oliveira, e Paulo Durão. Dentro dos limites de uma amostra representativa,

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