Fluidas Fronteiras, experiências e novas identidades

AutorRafael Alves Pinto Junior
CargoProfessor do IFET-GO, mestre em Cultura Visual e doutorando em História na Universidade Federal de Goiás
Páginas259-262
FLUIDAS FRONTEIRAS, EXPERIÊNCIAS E NOVAS IDENTIDADES.
Rafael Alves Pinto Junior1
LACAPRA, Dominick. Historia em tránsito. Experiencia, identidad, teoria
crítica. Tradução: Teresa Arijón. Buenos Aires: Fundo de Cultura Económica,
2006, 366 p.
O presente determina no objeto do passado o ponto onde divergem sua história
anterior e sua historia posterior, a fim de circunscrever seu núcleo.
Walter Benjamin2
Dedicado aos seus alunos de doutorado, Historia em tránsito: Experien-
cia, identidad, teoria crítica de Dominick Lacapra tem como ponto de partida
alguns fragmentos do pensamento de Georges Bataille sobre a realidade, a per-
manência da tragédia, a experiência traumática e a sensibilidade individual. Des-
te ponto de partida, Lacapra procura pensar a história como um fenômeno analí-
tico sempre dinâmico: reconhecimento de uma condição que afeta a própria con-
dição histórica, exigindo (re)pensar continuamente o que se entende por história,
sua compreensão e sua prática. Articula-se a isto, temas que, para ele, ainda não
se encontram suficientemente teorizados, tais como a relação entre a formação
de identidades e os diversos entendimentos de experiência, a relação entre a
percepção de acontecimentos traumáticos e a sua representação histórica, entre
teoria crítica e prática historiográfica, e finalmente, entre a ação das universida-
des como lugar de práticas e o conhecimento que elas produzem.
Autor de livros importantes como Rethinking intellectual history; texts,
contexts, language (1983), History and criticism (1985), History and Me-
mory after Auschwitz (1998) e Representing the Holocaust: History, Theory,
Trauma (1994) e atento às possibilidades das contribuições que tanto a teoria
crítica quanto a psicanálise podem fazer à história enquanto disciplina, Lacapra
parte do sólido reconhecimento de que os humanos estão, estruturalmente, com-
prometidos com um passado – não se resumindo a singularidades contingentes
auto criados ex nihilo – e que estão submetidos às experiências que os obrigam
necessariamente a estabelecer uma situação histórica e a elaborar, consigo e
com os outros, esta irremediável situação. Um fenômeno que é, em suma, a raiz
dos processos identitários, individuais ou sociais: tanto a experiência do historia-
1 Professor do IFET-GO, mestre em Cultura Visual e doutorando em História na Universidade Federal
de Goiás. Email: rafaeljuniorcefet@gmail.com

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