Identidade e individuação

AutorSérgio Lessa
CargoDoutor em Ciências Sociais pela Universidade de Campinas - UNICAMP/SP.
Páginas147-157
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Doutor em Ciências Sociais pela
Universidade de Campinas – UNICAMP/
SP.
Professor do Dep. de Filosofia da
Universidade Federal de Alagoas-UFAL.
Membro da editoria da revista Crítica
Marxista.
* Como todo texto, este também tem um
ponto de partida. Como sempre, também,
um ponto de partida pressupõe o abandono
de outros. Por isso, gostaríamos de assinalar
que as discussões privilegiadas neste texto
não desconhecem que o tema comporta
uma pluralidade de abordagens, e que todas
pressupõem, como estas apresentadas,
antagonismos, contradições e resistências.
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Uma humanidade articulada em um
processo histórico que abarca a vida de
todos os homens resultou, não em
existências genéricas ricas e multiface-
tadas, mas sim em individualidades
solitárias e amedrontadas. O fundamento
deste paradoxo está na mercadoria
plenamente explicitada: o fetichismo e a
reificação fazem com que as pessoas
deixem de encontrar nas outras pessoas
a substância autenticamente humana de
que carecem. Perdem, então, as suas raízes
genéricas e só lhes resta constituir suas
identidades a partir delas próprias. A
pobreza deste patamar de individuação é
um fator importante para que a luta de
classes explicite a sua forma mais bárbara:
o conflito armado “despolitizado” da
propriedade privada dos marginais contra
a propriedade privada do status quo. Os
centros urbanos, criações do mundo
burguês, vão se dissolvendo em um mar
de indivíduos solitários, amedrontados e
violentos: é a etapa superior do individua-
lismo burguês correspondente à crise
estrutural do capital.
Palavras-chave: individuação, identidade,
Lukács, Marx.
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A humanity that is articulated in a
historic process that encompasses the life
of all humans, resulted not in rich and
multifaceted generic existences, but in
solitary and fearful individualities. The basis
for this paradox is in fully explicit
commodities: fetichism and reification cause
people to fail to encounter in other people
the authentically human substance that
they need. They thus loose their generic
roots and are left to constitute their
identities based on only themselves. The
poverty of this level of individuation is an
important contribution to the fact that the
class struggle has manifest its most barbaric
form: the armed “de-politicized” struggle
of the private property of those on the
margin against the private property of the
status quo. Urban centers, creations of a
bourgeois world, have dissolved into a sea
of lonely, scared and violent individuals:
the superior phase of bourgeois
individualism corresponds to the structural
crises of capital.
Key words: individuation, identity,
Lukács, Marx.
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