Impasses e desafios das políticas de educação na formação inicial e continuada dos professores de história

AutorAna Maria Marques Santos, Maria Aparecida da Silva Cabral, Warley da Costa, Patrícia Bastos de Azevedo
CargoDoutora em Psicossociologia de Comunidades e Ecologias Sociais (UFRJ). Professora Associada do Curso de Pedagogia e demais Licenciaturas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares (PPGEDUC-UFRRJ). E-mail: anamarques@ufrrj...
Páginas495-513
IMPASSES E DESAFIOS DAS POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO NA FORMAÇÃO INICIAL E
CONTINUADA DOS PROFESSORES DE HISTÓRIA
Ana Maria Marques Santos
1
Maria Aparecida da Silva Cabral
2
Warley da Costa
3
Patrícia Bastos de Azevedo
4
Resumo
O artigo trata da formação dos professores de História em suas modalidades inicial e continuada. Os duros ataques a
esta formação têm colocado em xeque a autonom ia da universidade pública e a garantia da qualidade no ensino
superior brasileiro. É urgente garantir a formação como um momento de subversão do trabalho alienado e promoção do
pensamento democrático, autônomo e laico. Destaca a relevância do estágio supervisionado, assim como os desafios e
as possibilidades enfrentadas para a realização deste na forma remota, com o estratégia de “sobrevivênc ia”
experimentadas no período pandêmico. A estes, se alinham as reflexões sobre a formação continuad a, aqui pelo viés
do Mestrado Profissional em Ensino de História (ProfHistória), cujo público-alvo são, justamente, os professores da
disciplina História, que atuam na educação básica.
Palavras-chave: Formação inicial e continuada de Professores; ensino de História; estágio Supervisionado;
ProfHistória; subversão Pedagógica.
IMPASSES AND CHALLENGES OF EDUCATION POLICIES IN THE INITIAL AND CON TINUING EDUCATION OF
HISTORY TEACHERS
Abstract
The article deals with the formation of history teachers in their initial and continued modalities. The harsh attacks on this
formation, has put in check the autonomy of the public university and the guarant ee of quality in Brazilian higher
education. It is urgent to guarantee for mation as a moment of subversion of alienated work and promotion of democratic,
autonomous and secular thinking. We highlight the relevance of the supervised internship, as well as the challenges and
possibilities faced for the realization of this in a remote way, as a strategy of "survival" experienced in the pandemic
period. To these, the reflections on continuing education are in line, her e by the bias of the Professional Master in History
Teaching (ProfHistória), whose target audience, are precisely the teachers of the discipline History, who work in basic
education.
Keywords: Initial and continuing training of Teachers; history teaching; supervised Inter nship; profHistory; pedagogical
Subversion.
Artigo recebido em: 14/02/2022 Aprovado em: 31/03/2022
1
Doutora em Psicossociologia de Comunidades e Ecologias Sociais (UFRJ). Professora Associada do Curso de Pedagogia
e demais Licenciaturas da Un iversidade Federal Rural do Rio de Janei ro (UFRRJ). Professora permanente do Programa de
Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares (PPGEDUC -UFRRJ).
E-mail: anamarques@ufrrj.br.
2
Doutora em Educação (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora da Licenciatura em História,
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). E-mail: cidacabral4567@gmail.com .
3
Doutor a em História (Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora do Programa de Pós-Graduação em
Ensino de História- Prof. História- da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). E -mail: warleydacosta30@gmail.com.
4
Doutora em Educação
(Universidade Federal do Río de Janeiro (UFRJ). Professora da área de Ensino de História da Universidade Federal Rural
do Río de Janeiro (UFRRJ). E-mail: patriciabazev@ufrrj.br
Ana Maria Marques Santos, Maria Aparecida da Silva Cabral, Warley da Costa e Patrícia Bastos de Azevedo
496
1 INTRODUÇÃO
Este artigo se organiza a partir dos debates dos textos apresentados em Mesa Temática
Coordenada da X JOINPP (2020). Trata do diálogo entre pesquisadoras do campo do Ensino de
História e da Educação, buscando nestes tempos desafiadores e tenebrosos refletir sobre a formação
dos professores de História em suas modalidades inicial e continuada. A formação de professores
vem, na atualidade, sofrendo duros ataques, colocando em xeque a autonomia da universidade
pública, assim como a garantia da qualidade no ensino superior brasileiro. É fundamental uma tomada
de posição, garantindo que a formação seja um momento de subversão do trabalho alienado e
promoção do pensamento democrático, autônomo e laico.
Nessa direção, o texto se encontra organizado entre as potencialidades do estágio
supervisionado na formação do professor de História: olhares sobre a inserção de licenciandos na
educação básica no qual refletimos sobre o estágio supervisionado, pré-Covid-19, e os materiais
produzidos pelos estagiários em sua inserção com a educação básica, seguido pelas questões da
formação docente em tempos remotos: o estágio supervisionado em questão, onde pudemos travar
um diálogo com o estágio supervisionado impactado pelo Covid-19, e sua materialização no ensino
remoto. Por fim, a formação continuada, potencializando a subversão da ordem prescrita, através do
Mestrado Profissional do ProfHistória, nos convocando a refletir por uma formação continuada em
serviço, e sua subversão da ordem prescrita e esperada. Trata-se de um texto colaborativo,
complementar, almejando problematizar a formação de professores, na construção de uma
universidade inclusiva, laica e socialmente referenciada, que tem na sua formação inicial e continuada
dos professores um dos lócus privilegiados da luta contra hegemônica.
2 AS POTENCIALIDADES DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR
DE HISTÓRIA: olhares sobre a inserção de licenciandos na educação básica
A formação de professores tem sido um assunto presente nos debates sobre a Educação
no Brasil. De tempos em tempos, a política de formação de professores no Brasil é questionada por
setores da sociedade, ora colocando sob suspeita o papel da Universidade acusada de não formar
adequadamente profissionais para a escola, ora responsabilizando os próprios professores, que não
se veem preparados para lidar com as diversas demandas contínuas projetadas para a educação.
Nos discursos institucionais difundidos sobre essa questão, as sucessivas reformas
visam qualificar a formação do professor, considerando-o como elemento fundamental nesse cenário
desafiador. Um dos aspectos da política de formação de professores, desde o início do século XXI,

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