Infanticídio, batismo, alma: traduzindo sentidos

AutorIsabel Cristina Hentz
CargoMestranda do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e bolsista CAPES/REUNI
Páginas260-265
260
Revista Esboços, Florianópolis, v. 18, n. 26, p. 260-265, dez. 2011.
DOI: 10.5007/2175-7976.2011v18n26p260
INFANTICÍDIO, BATISMO, ALMA:
TRADUZINDO SENTIDOS
Isabel Cristina Hentz*
PROSPERI, Adriano. Dar a alma: história de um infanticídio. São Paulo:
Companhia das Letras, 2010.
No dia 5 de dezembro de 1709, em Bolonha, Lucia Cremonini, uma
moça jovem, deu à luz a um menino, sozinha, sem a ajuda de ninguém. Tão
logo nasceu a criança, a jovem matou-o com uma faca de cozinha. Por este
seu ato, foi julgada e condenada à forca. É contando a história de Lucia que
Adriano Prosperi inicia seu livro Dar a alma
não muito especial, segundo o próprio autor, Prosperi constrói um histórico
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partindo da Antiguidade para chegar ao início da Modernidade, chegando a tocar
algumas vezes os dias atuais, percorrendo a Europa e passando, brevemente,
pelo Novo Mundo e pelo Oriente.
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sociais de suas ações ao longo do tempo, o autor divide o livro em três partes:
A história; Os atores: pessoas e não pessoas; e A justiça. Na primeira parte do
livro, Prosperi utiliza como ponto de partida a história do processo de Lucia
para traçar um histórico amplo da “prática social” do infanticídio, mostrando
o processo de mudança da percepção – de pecado a crime – desta prática.
Segundo o autor, o infanticídio, apesar de ser uma prática comum e constante
no mundo da sociabilidade feminina, era uma obsessão e foi utilizado como
forma de condenar grupos sociais estigmatizados; é o caso dos hebreus, dos
hereges e das bruxas, especialmente na Idade Média e início da Modernidade.
É com base em uma hipótese semelhante que a equipe de pesquisadoras
e pesquisador, coordenados por Joana Maria Pedro, aborda as práticas de aborto
* Mestranda do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC) e bolsista CAPES/REUNI. E-mail: ichentz@gmail.com

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