INSTRU��O Técnica Nó. 13/2023 Pressuriza��o de escada de seguraNóa

Data de publicação13 Novembro 2023
SectionSuplementos
segunda-feira, 13 de novembro de 2023 Diário Ofi cial Caderno Executivo - Seção I São Paulo, 133 (113) – Suplemento – 11
1 OBJETIVO
1.1 Estabelecer os requisitos mínimos necessários para o di-
mensionamento da pressurização de escadas de segurança
em edificações.
1.2 Manter as escadas de emergência livres da fumaça, de
modo a permitir a fuga dos ocupantes de uma e dificação no
caso de incêndio. Esse sistema também pode ser acionado em
qualquer caso de necessidade de abandono da edificação.
2 APLICAÇÃO
2.1 Esta Instrução Técnica (IT) aplica-se a todas as edi fica-
ções descritas no Anexo B.
3 DEFINIÇÕES
3.1 Para os efeitos desta Instrução Técnica aplicam -se as de-
finições constantes da IT 03 - Terminologia de segurança con-
tra incêndio.
4 PROCEDIMENTOS
4.1 Conceitos básicos do sistema de pressurização
4.1.1 Princípio geral da pressurização
considera-se um espaço pressurizado quando este rece-
ber um suprimento contínuo de ar que possibilite manter
um diferencial de pressão entre este espaço e os adja-
centes, preservando-se um fluxo de ar através de uma ou
várias trajetórias de escape que conduzem o ar para o
exterior da edificação;
para a finalidade prevista nesta IT, o diferencial de pres-
são deve ser mantido em nível adequado para impedir a
entrada de fumaça no interior da escada;
o método estabelecido nesta IT também se aplica às es-
cadas de segurança com pavimentos abaixo do piso de
descarga.
4.1.2 Pressurização de 1 ou 2 estágios
4.1.2.1 O sistema de pressurização pode ser projetado de
duas formas:
4.1.2.1.1 Sistema de 1 estágio: para operar somente em situ-
ação de emergência;
4.1.2.1.2 Sistema de 2 estágios: incorporar um nível baixo de
pressurização, para funcionamento contínuo, com previsão
para um nível maior de pressurização que entra em funciona-
mento em uma situação de emergência.
4.1.2.1.3 Recomenda-se dar preferência para a opção do sis-
tema de 2 estágios, para que se mantenha um nível mínimo de
proteção em permanente operação, bem como propiciar a re-
novação de ar no volume da escada.
4.1.3 Elementos básicos de um sistema de pressurização
4.1.3.1 São elementos básicos de um sistema de pressuriza-
ção:
sistema de acionamento e alarme;
ar externo suprido mecanicamente;
trajetória de escape do ar;
fonte de energia garantida.
4.1.4 Unidades adotadas
4.1.4.1 Toda e qualquer proposta de sistema de pressurizaçã o
deve seguir os critérios de apresentação e desenvolvimento de
acordo com o estabelecido abaixo:
Vazão ( Q ) = m3/s
Velocidade ( V ) = m/s
Área ( A ) = m2
Pressão ( P ) = Pa ( Pascal ), ou mmH2O (milímetro de coluna
d’água)
Potência = CV (Cavalo Vapor) ou HP (Horse Power)
Temperatura em graus Celsius = ºC
Altura da edificação (h) = m
4.1.5 Níveis de pressurização adotados
4.1.5.1 O nível de pressurização utilizado para fins de projeto
não deve ser menor que o apresentado na Tabela 1 do Anexo
A desta IT e não deve ultrapassar o limite de 60 Pa, consi de-
rando-se todas as PCF (portas corta-fogo) de acesso à escada
na condição fechadas.
4.1.5.2 Os edifícios utilizados por crianças, idosos e ou pes-
soas incapacitadas precisam de considerações especiais, a fim
de assegurar que as PCF possam ser abertas, apesar da fo rça
criada pelo diferencial de pressão.
4.1.5.3 Para obtenção dos níveis de pressurização, no interior
dos espaços pressurizados, na determinação da capacidade
de vazão e pressão dos motoventiladores, devem ser avaliadas
as perdas de carga localizadas em todos os componen tes de
captação e distribuição do sistema (dutos, venezianas, grelhas,
joelhos, dampers, saídas dos mot oventiladores, rugosidades
das superfícies internas dos dutos etc.) que devem cons tar de
memorial de cálculo, atendendo as seguintes condições:
desenvolvimento do cálculo do suprimento de ar neces-
sário considerando as duas situações previstas no item
4.1.6 abaixo: escape de ar com todas as portas do espaço
pressurizado na condição fechadas (equação 2); e es-
cape de ar considerando as portas na condição abert as,
conforme a quantidade estipulada no Anexo B desta IT
(equação 3);
desenvolvimento do cálculo das perdas de carga ao longo
da rede de captação e distribuição ar, considerando todas
as singularidades. Deve constar também a velocidade do
fluxo de ar em todos os trechos e acessórios, que devem
estar dentro dos limites estipulados nesta IT. Tabelas e
ábacos de fabricantes de acessórios podem ser conside-
rados para determinação das perdas de carga de singu-
laridades, a partir da velocidade e vazão;
a velocidade do fluxo de ar em todo o trecho de captação
deve ser de, no máximo, 8 m/s e, no trecho de distribui-
ção: máximo de 10 m/s quando o duto for construído em
alvenaria ou gesso acartonado e de 15 m/s quando o duto
for construído em chapa metálica. No dimensionamento,
adotar parâmetros do manual da ASHRAE (American So-
ciety of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engi-
neers), podendo ser aceitas velocidades diferentes,
quando se tratar de edificação existente, desde que não
haja possibilidade técnica de adequação, devidamente
justificada.
4.1.6 Suprimento de ar necessário
4.1.6.1 Cálculo do suprimento de ar
4.1.6.1.1 Para determinação do primeiro valor de suprimento
de ar necessário para obtenção de um diferencial de pressão
entre o ambiente a ser pressurizado e os ambientes contíguos,
deve-se adotar a equação 1. Essa equação depende direta-
mente da área de restrição e do diferencial de pr essão entre os
ambientes contíguos. A área de restrição é determinada pelo
escape de ar para fora do espaço a ser pressurizado, quando
o ar passa, por exemplo, pelas frestas ao redor de uma PCF.
O diferencial de pressão é o mínimo estabelecido na Tabela 1
do Anexo A desta IT, ou seja, 50 Pa.
Equação 1:
Q = 0,827 x A x (P) (1/N)
Onde:
Q é o fluxo de ar (m3/s)
A é a área de restrição (m2)
P é o diferencial de pressão (Pa)
N é um índice que varia de 1 a 2
No caso de frestas em torno de uma PCF, N = 2
No caso de frestas em vãos estreitos, tais como fr estas em
torno de janelas, N = 1,6
Vazão de ar (condição padrão de ar com densidade de 1,204
kg/m3).
4.1.6.2 Trajetórias de escape em série e paralelo
na trajetória de escape do ar para fora de um espaço
pressurizado, podem existir elementos de restrição posi-
cionados em paralelo, tal como ilustrado na Figura 1, ou
em série, como apresentado na Figura 2, ou ainda uma
combinação desses.
Figura 1: Trajetórias de escape do ar em paralel o
no caso de trajetórias de escape do ar em paralelo, com
as portas do ambiente conforme Figura 1 acima, a área
total de escape é determinada pela simples soma de to-
das as áreas de escape envolvidas, então:
Equação 2:
ATotal =A1+A2+A3+A4
Figura 2: Trajetórias de escape do ar em série
no caso das portas em série, como a PCF da escada e a
PCF da antecâmara não ventilada a ela associada, como
demonstrado na Figura 2 acima, temos:
Equação 3:
1
(ATotal)2=1
(A1)2+1
(A2)2+1
(A3)2+1
(A4)2
o escape total e efetivo de uma combinação de trajetó rias
de escape do ar em série e em paralelo, pode ser obtido
combinando sucessivamente grupos simples de escape
isolados (PCF da escada e da antecâmara pressurizada
do mesmo pavimento), com os outros equivalentes (PCF
em paralelo).
4.1.6.3 Áreas de escape a partir de uma escada
pressurizada.
4.1.6.3.1 De maneira geral, o escape de ar a partir de uma
escada ocorre:
por meio das frestas em torno das PCF (quando essas
estiverem fechadas), devendo ser adotados os valores
constantes da Tabela 2 do Anexo A desta IT;
por meio do vão de luz das PCF consideradas na condi-
ção abertas, na quantidade estipulada na Tabela do
Anexo B desta IT, somadas às perdas pelas frestas das
demais PCF consideradas na condição fechadas;
por meio das frestas no entorno de portas de elevadores
e janelas existentes no espaço pressurizado.
4.1.6.4 Portas corta-fogo abertas e outras aberturas
para ser eficaz, a escada de emergência deve ter seus
acessos protegidos por PCF, sendo inevitável que estas
sejam abertas ocasionalmente. A pressurização
projetada não pode ser mantida, se houver grande
abertura entre a área pressurizada e os espaços
adjacentes;
caso haja uma abertura permanente (uma janela dentro
da caixa de escada, por exemplo), deve ser considerada
a introdução de vazão de ar suficiente para se obter uma
velocidade média do ar, através desta abertura, de 4 m/s;
a abertura intermitente das PCF, quando do abandono da
edificação, produz, momentaneamente, uma perda de
pressão no interior da escada. Nesta situação, a vazão de
ar determinada pela Equação 1 deve ser avaliada para
que seja obtida uma condição satisfatória para minimiz ar
a infiltração de fumaça no interior da escada nesta
situação, devendo possibilitar a manutenção de uma
velocidade de ar mínima de 1,0 m/s saindo através das
PCF consideradas na condição abertas;
os critérios para verificação da velocidade do ar a que se
referem os itens seguintes são os estipulados no item
4.1.6.5, adiante;
o número de PCF, na condição abertas, a ser utilizado
nos cálculos, depende do tipo de edificação,
considerando-se o número de ocupantes e as
dificuldades encontradas para o abandono, devendo
obedecer aos critérios estipulados no Anexo B, desta IT;
uma PCF considerada na condição aberta (em relação ao
estabelecido no Anexo B, desta IT) deve ser
acrescentada no cálculo do suprimento de ar do sis tema
de pressurização, em edificações de escritório até 21 m
de altura onde existem locais de reunião de público, com
capacidade para 50 ou mais pessoas (tais como
auditórios, refeitórios, salas de exposição e
assemelhados). Esse critério deve ser desconsiderado
quando o local de reunião de público estiver no p iso de
descarga (térreo ou nível com saída direta para o exteri or)
ou em mezaninos do piso térreo com acessos através de
escadas exclusivas, de tal modo que a escada
pressurizada não seja utilizada como rota predominante
ANEXO C
Exemplos de aplicações (cont.)
Modelo 2
Modelo 3
SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
Corpo de Bombeiros
INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº. 13/2023
Pressurização de escada de segurança
SUMÁRIO
1 Objetivo
2 Aplicação
3 Definições
4 Procedimentos
5 Documentos
6 Referências normativas e bibliográficas
ANEXOS
A Tabela 1: Níveis de pressurização
B Tabela 2: Áreas típ icas de escape para quatro tipos de
PCF
C Resumo de exigências para os diver sos tipos de edifica-
ções com sistemas de pressurização
D Condições para instalação de casa de máqui nas de pres-
surização no pavimento de cobertura
E Condições para não se revestir os dutos metálicos de suc-
ção e/ou pressurização
F Esquema geral do sistema de pressurização (com duto no
interior da escada)
G Modelo de cálculo de vazão do sistema de pressurização
de escada
H Relatório de Comissionamento/Inspeção d o sistema de
pressurização de escadas
A Companhia de Processamento de Dados do Estado de Sao Paulo - Prodesp
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segunda-feira, 13 de novembro de 2023 às 05:14:12

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