INSTRU��O Técnica Nó 15/2023 Controle de fuma�a Parte 2 ? Conceitos, defini��es e componentes do sistema

Data de publicação13 Novembro 2023
SectionSuplementos
28 – São Paulo, 133 (113) – Suplemento Diário Oficial Caderno Executivo - Seção I segunda-feira, 13 de novembro de 2023
6.20 Interface da camada de fumaça - “smoke layer inter-
face”: o limite teórico entre a camada de fumaça e a zona de
transição onde a fumaça está tomando volume. Na prática, a
interface da camada de fumaça é um limite efetivo dentro da
zona de transição, que pode ter vários metros de espessura.
Abaixo desse limite efetivo, a densidade da fumaça cai a zero
(Figura 6).
Figura 6: Interface da camada de fum aça
6.21 Jato de fumaça sob o teto - “ceiling jet”: um fluxo de
fumaça horizontal estendendo-se radialmente do ponto de cho-
que da coluna de fogo contra o teto. Normalmente, a tempera-
tura do jato de fumaça sob o teto será maior que a camada de
fogo adjacente.
6.22 Núcleo do pavimento: área de acesso do pavimento
onde se concentram os elevadores e, normalmente, as esca-
das de segurança.
6.23 Painel de fumaça: elemento vertical de separação mon-
tado no teto, com altura e característica de resistência ao fogo,
utilizada para delimitar uma área de acantonamento (Figura 1).
6.24 Pleno: ambiente criado pela interposição de elementos
de acabamento como, por exemplo, forros, divisórias e elemen-
tos estruturais como, por exemplo, lajes e paredes.
6.25 Pressurização: diferença de pressão criada em um am-
biente, com a finalidade de impedir a entrada de fumaça.
6.26 Produção de calor: calor total gerado pela fonte de fogo.
6.27 Registro corta-fogo e fumaça: dispositivos utilizados no
sistema de controle de fumaça, dependendo da neces sidade,
projetados para resistirem à passagem de fogo, gases quentes
e/ou fumaça no interior de dutos, paredes ou lajes, atendendo
a requisitos de resistência a fogo, fumaça e estanqueidade.
6.28 Sistema de controle de fumaça: processo com conjunto
de equipamentos através dos quais a fumaça e os gases quen-
tes são limitados, restringidos e extraídos.
6.29 Superfície útil de um extrator: superfície dada pelo fa-
bricante, baseada na influência do vento e das deformações
provocadas por uma elevação de temperatura.
6.30 Supervisão: autoteste do sistema de controle de fumaça,
onde a instalação e os dispositivos com função são monitora-
dos para acompanhar uma falha funcional ou de integridade da
instalação e dos equipamentos que controlam o sistema.
6.31 Zona enfumaçada: espaço compreendido entre a zona
livre de fumaça e a cobertura ou o teto.
6.32 Zona livre de fumaça: espaço compreendido entre o
piso de um pavimento e a face inferior das barreiras de fumaça
ou, nos casos em que estes não existam, a face inferior das
bandeiras das portas.
7 COMPONENTES DE UM SISTEMA DE CONTROLE DE
FUMAÇA
7.1 O controle de fumaça é composto, de forma genérica, pe-
los seguintes itens:
7.1.1 Sistema de extração natural
a. Entrada de ar, que pode ser por:
1) Aberturas de entrada localizadas nas fachadas e
acantonamentos adjacentes;
2) Pelas portas dos locais a extrair fumaça, localizadas
nas fachadas e acantonamentos adjacentes;
3) Pelos vãos das escadas abertas;
b. Extração de fumaça, que pode ser pelos seguintes dispo-
sitivos:
1) Extratores naturais, que são:
a. abertura ou vão de extração;
c. janela e veneziana de extração;
d. grelhas ligadas a dutos;
e. claraboia ou alçapão de extração;
f. poços ingleses;
g. dutos e peças especiais;
h. registros corta-fogo e fumaça;
i. mecanismos elétricos, pneumáticos e mecânicos
de acionamento dos dispositivos de extração de
fumaça.
7.1.2 Sistema de extração mecânica
a. Entrada de ar, que pode ser por:
1) Abertura ou vão de entrada;
2) Pelas portas;
3) Pelos vãos das escadas abertas;
4) Abertura de ar por introdução mecânica por meio de
grelhas;
5) Escadas pressurizadas.
b. Extração de fumaça, que pode ser pelos seguintes dispo-
sitivos:
1) Grelha de extração de fumaça em dutos;
2) Duto e peças especiais ;
3) Registro corta-fogo e fumaça;
4) Ventiladores de extração mecânica de fumaça;
5) Mecanismos elétricos, pneumáticos e mecânicos de
acionamento dos dispositivos de extração de fumaça.
c. podem ser utilizados plenos para entrada de ar, mas
nunca para extração de fumaça.
7.1.3 Outros sistemas comuns para o controle de fumaça
por extração natural e mecânica:
a. sistema de detecção automática de fumaça e calor;
b. fonte de alimentação;
c. quadros e comandos e létricos;
d. acionadores automáticos e mecânicos dos dispositivos
de extração de fumaça;
e. sistema de supervisão e acionamento.
7.2 Características dos componentes dos sistemas de controle
de fumaça
7.2.1 Barreira de fumaça
7.2.1.1 As barreiras de fumaça são constituídas por:
a. elementos de construção do edifício ou qualquer outro
componente rígido e estável;
b. materiais incombustíveis parachamas que apresentem
tempo de resistência ao previsto para as coberturas
conforme IT 08 Resistência ao fogo dos elementos de
construção, porém, com o tempo mínimo de 15 min;
c. podem ser utilizados vidros de segurança, do tipo
laminado;
d. outros dispositivos, decorrentes de inovações tec-
nológicas, desde que submetidos à aprovação prévia do
Corpo de Bombeiros.
7.2.1.2 As barreiras de fumaça devem ter altura mínima de
0,50 m e conter a camada de fumaça (Figura 7).
Figura 7: Detalhe de barreira de fumaça corte
7.2.1.3 O tamanho da barreira de fumaça depende do tama-
nho da camada de fumaça adotada em projeto.
7.2.1.4 Caso as barreiras de fumaça possuam aberturas, es -
tas devem ser protegidas por dispositivos de fechamento auto-
mático ou por dutos adequadamente protegidos para cont rolar
o movimento da fumaça pelas barreiras.
7.2.2 Grelhas e venezianas
7.2.2.1 As aberturas de introdução de ar e de extração de fu-
maça dispostas no interior do edifício devem permanec er nor-
malmente fechadas por obturadores, exceto:
a. nos casos em que sirvam a dutos exclusivos a um piso;
b. nas instalações de ventilação e de tratamento de ar
normais da edificação que participem do controle de
fumaça;
c. onde haja dispositivos de fechamento (registros corta-
fogo e fumaça, etc.) para o sistema de dutos do acanto-
namento, que isolem os dutos das demais partes comuns
do sistema de controle de fumaça da edificação.
Observações:
1) A utilização do sistema acima citado deve fazer parte de um estudo particular,
com o objetivo de se evi tar a propagação de fumaça
para outras áreas não
sinistradas, pelas grelhas e venezianas normalmente abertas para o siste ma
de ventilação e tratamento de ar
normal da edificação;
2) Outras formas de atender ao item 8.2.2.1, podem ser aplicadas pelo
projetista desde que justificadas em projeto.
7.2.2.2 As grelhas e venezianas devem ser de materiais in-
combustíveis utilizados na condução de ar, podendo conter dis -
positivos corta-fogo (ex.: registros corta-fogo e fumaça) quando
necessário.
Figura 8: Grelha de fumaça
7.2.2.3 O dispositivo de obturação das grelhas e venezianas,
quando instaladas em abertura ou vão de fachada, de ve per-
mitir abertura em um ângulo igual ou superior a 60º (Figura 9).
Figura 9: Ângulo de abertura dos obturadores
7.2.2.4 A relação entre as dimensões transversais de um a ve-
neziana ou grelha de fumaça natural não deve ser super ior a
dois.
7.2.3 Circuitos de instalação elétrica
7.2.3.1 Os circuitos de alimentação das instalações de segu -
rança devem ser independentes de quaisquer outros e protegi-
dos de forma que qualquer ruptura, sobretensão ou defeito de
isolamento em um circuito não danifique ou interfira em outros
circuitos.
7.2.3.2 Os circuitos de alimentação dos ventiladores de con -
trole de fumaça devem ser dimensionados para as maiores so-
brecargas que os motores possam suportar e protegidos contra
curto-circuito.
7.2.3.3 As canalizações elétricas, embutidas ou aparentes,
dos circuitos de alimentação devem ser constituídas e protegi-
das por elementos que assegurem, em caso de incêndio, a sua
integridade durante o tempo mínimo de 90 minutos.
7.2.3.4 As exigências descritas no item 7.2.3 e seus subite ns
não se aplicam para os casos permitidos e constantes nos itens
18.3.1.2.4 e 19.4.4 da Parte 9 desta IT
7.2.4 Comando dos sistemas
7.2.4.1 As instalações de controle de fumaça devem ser dota-
das de dispositivo de destravamento por comandos automáti-
cos duplicados por comandos manuais, assegurando as se-
guintes funções:
a. abertura dos registros ou dos extratores naturais do local
ou da circulação sinistrada;
b. interrupção das operações das instalações de ventilação
ou d e tratamento de ar, quando existirem, a m enos
que essas instalações participem do controle de fumaça;
SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
Corpo de Bombeiros
INSTRUÇÃO TÉCNICA 15/2023
Controle de fumaça
Parte 2 Conceitos, definições e componentes do sistema
SUMÁRIO
6 Definições e conceitos
7 Componentes de um sistema de controle de fumaça
6 DEFINIÇÕES E CONCEITOS
6.1 Acantonamento: volume livre compreendido entre o chão
e o teto, telhado ou forro, delimitado por painéis de fumaça (Fi-
gura 3: ).
Figura 3: Acantonamento
6.2 Altura da zona enfumaçada (Hf): diferença entre a altura
de referência e a altura de zona livre de fumaça (Figu ra 4).
6.3 Altura da zona livre de fumaça (H’): altura medida entre
face superior do chão e a parte mais baixa da barreira de fu-
maça e, se não houver esta, entre a face superior do chão e a
face inferior da camada de fumaça (Figura 4).
6.4 Altura de referência (H): média aritmética das alturas do
ponto mais alto e do ponto mais baixo da cobertura (ou do falso
teto) medida a partir da face superior do piso (Figura 4).
Observação: Quando o falso teto for vazado, com aberturas que representem
uma área igual ou superior a 50% de sua superfície, este teto não deve ser con-
siderado.
Figura 4: Altura de referência, livre de fumaça e da zona enfumaçada
6.5 Área livre de um vão de fachada, de grelha ou de um
extrator natural de fumaça: área geométrica interior da aber-
tura efetivamente desobstruída para passagem de ar, tendo em
conta a eventual existência de palhetas.
6.6 Área útil de um vão de fachada, de uma boca de venti-
lação ou de um extrator de fumaça: área equivalente a um
percentual de área livre, utilizada para fins de cálculo, conside-
rando a influência dos ventos e das eventuais deformações
provocadas por um aquecimento excessivo.
6.7 Átrio: espaço amplo criado por um andar aberto ou con-
juntos de andares abertos, conectando 2 ou mais pavimentos
cobertos, com ou sem fechamento na cobertura, excetu ando-
se os locais destinados à escada, escada rolante, “shafts” de
hidráulica, eletricidade, ar-condicionado, cabos de comunica-
ção e poços de ventilação e iluminação (Figura 5).
Figura 5: Átrio
6.8 Barreiras de fumaça: elemento vertical de separação
montado no teto, com altura mínima e características de resis-
tência ao fogo, que previna a propagação horizontal de fumaça
de um espaço para outro (Figura 7).
6.9 Camada de fumaça “smoke layer”: espessura acumu-
lada de fumaça por uma barreira ou painel.
6.10 Corredor definido: passagem no interior de edificação
ou em um de seus pavimentos, considerada área comum, que
delimita o espaço entre escadas e elevadores e a en trada das
unidades autônomas (exemplos: apartamentos, quartos de ho-
téis, escritórios, consultórios).
6.11 Dimensões do incêndio: as dimensões de base do
maior incêndio com o qual um sistema de controle de fumaça
deve lidar, podendo ser no formato de um quadrado ou de um
círculo.
6.12 Entrada de ar limpo: ar fresco, em temperatura ambi-
ente, livre de fumaça, que entra no acantonamento durante as
operações de extração de fumaça.
6.13 Efeito chaminé: fluxo de ar vertical dentro das edifica-
ções, causado pela diferença de temperatura interna e externa.
6.14 Espaços adjacentes: áreas dentro de uma edificação
com comunicação com corredores, malls e átrios (ex.: lojas
em um shopping center).
6.15 Extrator mecânico de fumaça: dispositivo instalado em
um edifício, acionado automaticamente em caso de incêndio,
permitindo a extração de fumaça para o exterior por meios me-
cânicos.
6.16 Extrator natural de fumaça: dispositivo instalado na co-
bertura ou fachada de um edifício, suscetível de abertura auto-
mática em caso de incêndio, permitindo a extração da fumaça
para o exterior por meios naturais.
6.17 Extração de fumaça: retirada (natural ou mecânica) da
fumaça de ambientes protegidos pelo sistema de cont role de
fumaça.
6.18 Fluxo de calor: a energia total de calor transportada pe-
los gases quentes na área incendiada.
6.19 Fumaça: partículas de ar transportadas nas formas só -
lida, líquida e gasosa, decorrentes de um material submetido à
pirólise ou combustão que juntamente com a quantidade de ar
formam uma massa.
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