Marie Laurencin no Brasil: imprensa, marchands e a circulação global da arte moderna entre centros urbanos

AutorLetícia Asfora Falabella Leme
CargoLetícia Asfora Falabella Leme: Bacharel e Licenciada em História. Mestranda, Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciência Humanas, Departamento de História, Campinas, SP, Brasil.
Páginas59-76
Esboços, Florianópolis, v. 28, n. 47, p. 59-76, jan./abr. 2021.
ISSN 2175-7976 DOI https://doi.org/10.5007/2175-7976.2021.e75286
artigo
original
59/226
MARIE LAURENCIN NO BRASIL:
IMPRENSA,
MARCHANDS
E A
CIRCULAÇÃO GLOBAL DA ARTE
MODERNA ENTRE CENTROS
URBANOS
Marie Laurencin in Brazil: the press, marchands and the global
circulation of modern art in urban centers
Letícia Asfora Falabella Lemea
https://orcid.org/0000-0001-9385-6163
E-mail: lefalabellas@gmail.com
a Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosoa e Ciências Humanas,
Departamento de História, Campinas, SP, Brasil.
histórias em contextos globais
DOSSIÊ
História urbana global
Esboços, Florianópolis, v. 28, n. 47, p. 59-76, jan./abr. 2021.
ISSN 2175-7976 DOI https://doi.org/10.5007/2175-7976.2021.e75286
60/226
RESUMO
Este artigo busca reetir acerca da valorização da pintura de Marie Laurencin no Brasil nas décadas
de 1940 e 1950, com base na análise do papel da imprensa e dos marchands nos circuitos urbanos
internacionais, por meio dos quais transitaram suas obras durante a primeira metade do século XX.
Com o desenvolvimento do mercado de arte moderna, aliado a um mundo cada vez mais globalizado,
os caminhos das obras modernistas rompem com as fronteiras nacionais. Laurencin, artista ligada
socialmente ao grupo cubista, desfruta de um lugar privilegiado nesse cenário e tem sua arte importada
como parte da empreitada vanguardista em direção ao mercado global. No Brasil, a circulação de sua
obra é discriminada por uma presença frequente de menções ao seu trabalho na imprensa. Espera-
-se, ao traçar uma breve reexão acerca da circulação de suas obras na França, na Alemanha e nos
Estados Unidos, compreender, de maneira clara, o processo identicado no país e integrá-lo às redes
de produção e difusão globais da arte moderna. Conclui-se que a valorização da artista passou pela
atuação da imprensa, dos críticos e marchands e que, da mesma forma, seu esquecimento passa por
um processo de exclusão e silenciamento na historiograa da arte do século XX.
PALAVRAS-CHAVE
Marie Laurencin. Circulação global. Brasil.
ABSTRACT
This article aims to reect upon the valorization of Marie Laurencin’s paintings in Brazil in the 1940s and
1950s based on the analysis of the role of the press and marchands in the international urban circuits
through which her works circulated during the rst half of the twentieth century. With the development of
the modern art market, together with an ever more globalized world, the path of the modernists’ works
break national boundaries. Laurencin, an artist socially linked to the cubist group, enjoys a privileged
place in this scenario and her art is imported as part of a vanguard’s attempt to enter the global market.
In Brazil, the circulation of her work is distinguished by a frequent presence of mentions to her work in
the press. By tracing a brief reection on the circulation of her works in France, Germany and the USA,
we expect to comprehend with greater clarity the process identied in the country and integrate it to the
production networks and global diusions of modern art. It is possible to imply that the valorization of the
artist was a result of the work of the press, critics and dealers and that, likewise, the oblivion of her work
undergoes a process of exclusion and silencing in 20th century art historiography.
KEYWORDS
Marie Laurencin. Global circulation. Brazil.

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