Matricialidade sociofamiliar: tensões e contradições na assistência social brasileira

AutorAdriana Medalha Perez - Ariane Rego de Paiva - Daniel de Souza Campos - Rachel Gouveia Passos
CargoAssistente Social - Assistente Social - Assistente Social - Assistente Social
Páginas1665-1682
Artigo recebido em: 20/02/2018 Aprovado em: 09/05/2018
MATRICIALIDADE SOCIOFAMILIAR: tensões e
contradições na assistência social brasileira
Adriana Medalha Perez1
Ariane Rego de Paiva2
Daniel de Souza Campos3
Rachel Gouveia Passos4
Resumo
Este trabalho busca problematizar algumas tensões e contradições encontradas
na implementação do eixo da matricialidade sociofamiliar do Sistema Único de
Assistência Social, que toma a família como unidade de intervenção da política
1 Assistente Social, Doutoranda em Serviço Social na Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro (PUC/Rio), Professora substituta da Universidade Federal Fluminense (UFF).
E-mail:
adrianamedalha@hotmail.com
/ Endereço: Universidade Federal Fluminense –
UFF: Escola de Serviço Social:
Rua Visconde do Rio Branco, s/n
,
Bloco E, Campus do
Gragoatá,
São Domingos,
Niterói
–
RJ. CEP:
24210-201.
2 Assistente Social, Doutora em Política Social pelo Programa de Estudos Pós Graduados
em Política Social da UFF/Niterói, Professora da Graduação e Pós-Graduação (Mestrado
e Doutorado) do Departamento de Serviço social da PUC-Rio. E-mail:
arianerpaiva77@
gmail.com
/ Endereço: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC/Rio: Rua
Marquês de São Vicente, 225, Vila dos Diretórios, Casa 290, Gávea,Riode Janeiro-RJ. CEP
22451-000.
3 Assistente Social, Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Pesquisador colaborar do Instituto Nacional
de Saúde da Mulher, Criança e Adolescente Fernandes Figueira (IFF) da Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz).E-mail:
daniel.ufano@gmail.com
/ Endereço: Fundação Oswaldo Cruz
-Fiocruz:Av. Rui Barbosa, 716 - Flamengo, Rio de Janeiro - RJ, CEP 20021-140.
4 Assistente Social, Doutora em Serviço Social pelo Programa de Estudos Pós Graduados
em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), Professora
Adjunta do Curso de Serviço Social da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
(UFRRJ). E-mail:
rachel.gouveia@gmail.com
/ Endereço: Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro - UFRRJ: BR-465, KM 7, Seropédica/ RJ. CEP: 23897-000.
MESAS TEMÁTICAS COORDENADAS
POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: tensões e contradições na
proteção social brasileira
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Adriana Medalha Perez | Ariane Rego de Paiva
Daniel de Souza Campos | Rachel Gouveia Passos
pública. A partir de estudos bibliográ cos e análises de dados secundários, o
estudo aponta para o reforço da responsabilização das mulheres nos cuidados
familiares e como a operadora em potencial dos ser viços que ofertam prote-
ção integral, vinculados ao cuidado. Conclui pela necessidade de ampliação dos
estudos sobre masculinidades e feminilidades na implementação da proteção
social de assistência social das famílias brasileiras.
Palavras-Chave: Família, gênero, Assistência Social.
SOCIOFAMILIAR MATRICIALITY: tensions and contradictions
in Brazilian social assistance
Abstract
is paper seeks to problematize some of the tensions and contradictions found
in the implementation of the socio - family matriciality of the Uni ed Social
Assistance System, which takes the family as a unit of public policy interven-
tion. Based on bibliographic studies and analysis of secondary data, the study
points to the strengthening of women’s accountability in family care and as the
potential operator of the services that provide comprehensive protection, linked
to care. It is concluded that there is a need to expand studies on masculinities
and femininities in the implementation of social protection of social assistance
of Brazilian families.
Key words: Family, gender, Social Assistence.
1 INTRODUÇÃO
Este artigo é fruto das discussões da mesa temática apresenta-
da na VIII Jornada Internacional de Políticas Públicas (JOINPP) em
2017, realizada em São Luís do Maranhão, que visou promover e ar-
ticular discussões que abordavam uma caracterização ampla, ainda
que incompleta, das transformações recentes na implementação da
política de assistência social, realçando avanços e campos de tensões
e contradições em sua inserção no sistema de proteção social brasi-
leiro.
A assistência social no Brasil só ganhou status de política
pública quando incorporada pelo sistema de Seguridade Social na
Constituição Federal (CF) de 1988, junto com a Saúde e a Previdên-
cia Social. Está direcionada à população que dela necessitar de vido
aos ciclos de vida e contingências, sem contribuição prévia. A Cons-
tituição caracterizou a organização da política de assistência social,
com  nanciamento da Seguridade Social, sob as seguintes diretrizes:
descentralização político-administrativa entre as três esferas de go-

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