Moratória para os cerrados: uma aliança do sertão norte mineiro com os povos do cerrado em defesa de seus territórios

AutorHelen Santa Rosa
Páginas90-91
MORATÓRIA PARA OS CERRADOS:
UMA ALIANÇA DO SERTÃO NORTE MINEIRO
COM OS POVOS DO CERRADO EM DEFESA DE SEUS TERRITÓRIOS
HELEN SANTA ROSA*
“O Sertão é muita coisa,
pensar no sertão é pensar em ser muito,
em ser tão. Ser tão do sertão.
Ser da Caatinga, caatinga do sertãozão
Ser tão cheiroso feito o pequi
Ser tão lutador feito o povo Xacriabá,
quilombola, geraizeiro e caatingueiro
Ser tão biodiversidade”
(Ser tão, de Ana Amélia Cordeiro)
Moratória do Cerrado. Proibir qualquer desmatamento que vise a expansão do
agronegócio até que se tenha um projeto discutido com a sociedade civil
organizada e com os povos que o habitam, com vistas ao controle maior dos
usos e conservação do bioma, foi a principal reivindicação dos participantes do
IVº Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, realizado em Montes Claros (MG)
de 14 a 18 de setembro. Com o tema central “Povos do Cerrado: Cuidadores
do território, da cultura e da biodiversidade”, vários atividades possibilitaram a
discussão das grandes problemáticas sentidas pelas populações que habitam
o Cerrado brasileiro.
Grito do Cerrado, Montes Claros (MG), 17 de setembro de 2005.
Num total de 1200 pessoas, vindas dos doze Estados que extraem do Cerrado
sua subsistência, indígenas, quilombolas, quebradeiras de coco, geraizeiros,
catingueiros, vazanteiros, raizeiros, extrativistas, sem terra, benzedeiras e
tantos outros representantes das populações tradicionais se encontraram para

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