Músicos e orquestras do primeiro cinema em greve: de Chicago ao Rio de Janeiro (1903-1914)

AutorMichel Felipe Moraes Mesalira
CargoMichel Felipe Moraes Mesalira: Graduado. Graduando, Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de História, Florianópolis, SC, Brasil.
Páginas17-37
Esboços, Florianópolis, v. 28, n. 47, p. 17-37, jan./abr. 2021.
ISSN 2175-7976 DOI https://doi.org/10.5007/2175-7976.2021.e74792
artigo
original
17/226
MÚSICOS E ORQUESTRAS DO PRIMEIRO
CINEMA EM GREVE: DE CHICAGO AO
RIO DE JANEIRO (1903-1914)
Early cinema musicians and orchestras on strike: from Chicago to Rio
de Janeiro (1903-1914)
Michel Felipe Moraes Mesaliraa
https://orcid.org/0000-0003-1243-4044
E-mail: michel.mesalira.ufsc@gmail.com
a Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosoa e Ciências Humanas,
Departamento de História, Florianópolis, SC, Brasil.
histórias em contextos globais
DOSSIÊ
História urbana global
Esboços, Florianópolis, v. 28, n. 47, p. 17-37, jan./abr. 2021.
ISSN 2175-7976 DOI https://doi.org/10.5007/2175-7976.2021.e74792
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RESUMO
O presente artigo propõe uma história social do primeiro cinema de modo a analisar um fenômeno que
chacoalhou os primeiros anos do cinema mundial: as greves de músicos e orquestras de cinematógrafos
nas cidades de Chicago, Rio de Janeiro e São Paulo. A particularidade comum das greves foi provocar
o alvoroço por parte de patrões, polícia, jornalistas e autoridades públicas, deixando rastros, sobretudo,
em jornais e revistas especializadas de cinema e cultura. Jornalistas investigativos, críticos de arte
e a imprensa de modo geral repercutiram os conitos, as estratégias e os acordos entre os sujeitos
implicados nas greves, além de deixar as impressões dos coetâneos que assistiam ao fenômeno
como observadores. Buscamos perscrutar os contextos dos cinematógrafos para conhecer o mundo
dos músicos nas cidades; a função mediadora das associações de proteção e regulação do trabalho
musical; e as razões para as greves nas três cidades investigadas. Foi possível depurar uma dinâmica
global na qual a organização coletiva de músicos e orquestras foi uma estratégia utilizada amplamente
no intervalo de uma década contra patrões e companhias de cinema que aceleravam a precarização
das condições de trabalho, expressa sobretudo nos baixos salários recebidos.
PALAVRAS-CHAVE
Primeiro Cinema. Greve. Músicos.
ABSTRACT
This article proposes a social history of early cinema to analyze a phenomenon that shook the rst years
of world cinema: strikes by musicians and cinema orchestras in the cities of Chicago, Rio de Janeiro, and
São Paulo. The particularity of the strike caused an uproar on the part of employers, police, journalists
and public authorities, leaving traces, mainly, in newspapers and specialized magazines. Investigative
journalists, art critics and the press in general reected on the conicts, strategies, and agreements
of those implied in the strikes, in addition to leaving the impressions of the contemporary people who
watched the phenomenon as observers. We seek to examine the contexts of cinematographers to
understand the world of musicians in cities; the mediating role of associations for the protection and
regulation of musical work; and the reasons for strikes in the three cities investigated. We were able to
identify a global dynamic in which the collective organization of musicians and orchestras was a strategy
widely used over a period of one decade against bosses and cinema companies that were accelerating
precarious working conditions, expressed in the low wages received.
KEYWORDS
Early Cinema. Strike. Musicians.

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