Nilo Previdi e o meio artístico curitibano da década de 1960
| Autor | Carla Emilia Nascimento - Rosane Kaminski |
| Cargo | Mestranda no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Bolsista da CAPES - Professora na Universidade Federal do Paraná (UFPR) |
| Páginas | 105-120 |
DOI: http://dx.doi.org/10.5007/2175-7976.2013v20n29p105
NILO PREVIDI E O MEIO ARTÍSTICO CURITIBANO DA
DÉCADA DE 1960
NILO PREVIDI AND ARTISTIC MILIEU OF THE 1960S
CURITIBANO
Carla Emilia Nascimento*
Rosane Kaminski**
Resumo: O presente artigo pretende discutir alguns aspectos das escolhas estéticas do
artista Nilo Previdi (1913-1982), no contexto de Curitiba na década de 1960. A análise
períodos e ao discurso dele e sobre ele, extraído dos jornais da época e de entrevistas
realizadas com outros agentes contemporâneos ao artista, compõem esta discussão
que se desdobra na tentativa de compreender a sua visibilidade no meio artístico e o
espaço ocupado por ele no cenário local. De certa forma, esta análise acaba expondo
aspectos do cenário cultural da época, onde opções ofertadas e escolhas feitas acabam
por demarcar lugares no meio artístico.
Palavras-chave: Arte moderna paranaense. Arte engajada. Arte abstrata.
Abstract: This article aims to introduce and discuss some aspects the aesthetic
choice of the artist Previdi Nilo (1913-1982), in the context of Curitiba in the 1960s.
Keywords: Modern art Paraná. Activism art. Abstract art.
* Mestranda no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do
Paraná (UFPR). Bolsista da CAPES. E-mail: carlaemilia.nascimento1@gmail.com
** Professora na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
E-mail: rosane.kaminski@gmail.com
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Revista Esboços, Florianópolis, v. 20, n. 29, p. 105-120, ago. 2013.
Este artigo tem como objeto de estudo as escolhas estéticas de Nilo
Previdi (1913-1982) nos anos 1960, artista curitibano até hoje pouco valorizado
pela história da arte.1 Na tentativa de compreender melhor a atuação de Previdi,
são analisadas algumas de suas obras, mas também são explorados outros
documentos históricos, como entrevistas e periódicos impressos. Ao articular
a análise das imagens artísticas ao estudo desses registros históricos escritos e
orais, a imagem, seja ela uma obra de arte ou não, produzida a partir de qualquer
meio mecânico ou técnico, requer um exercício interpretativo que considere
Essa interpretação do objeto visual, ou, como prefere Peter Burke do
“indício” visual, pois nada na imagem é evidente e os sentidos são construídos,
se faz nesta proposta, a partir do cruzamento entre a obra de arte e as informações
disponíveis sobre o contexto de produção da mesma e do seu produtor, o artista.2
O procedimento adotado neste texto busca conciliar, de forma geral, os estudos
feitos sobre a leitura da obra de arte à proposta interpretativa apresentada por
Baxandall, cuja intenção é buscar no tempo em que foi produzida uma obra
as condições que a levaram a ser da forma como se apresenta.3
e Gombrich, somados e pensados a partir do que possuem em comum, leva
também a compreensão da situação histórica e a noção de que a obra não se
resume à personalidade do artista.4 Neste ponto, Baxandall propõe que se pense
a obra de arte como um objeto de arte produzida de forma intencional, pois:
[...] o pintor ou o autor de um artefato histórico qualquer se
defronta com um problema cuja solução concreta acabada
lo, tentamos reconstruir ao mesmo tempo o problema
conceitualizável, mesmo que opere em uma estreita relação
como o quadro em si, o que nos proporciona, entre outras
coisas, modos de perceber e sentir.5
Esta busca pela intencionalidade do tempo, para usar uma expressão do
autor, não pode ser feita desconsiderando as principais discussões presentes
no momento do contexto em questão. Portanto, neste texto buscaremos
avaliar algumas obras de Nilo Previdi considerando as suas características e
articulando-as ao lugar social que o artista ocupava na cidade de Curitiba quando
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