Nota preliminar

AutorHugo de Brito Machado Segundo
PáginasVII-IX
NOTA PRELIMINAR
Já é razoável a quantidade de livros a respeito de temas ligados
à Teoria do Conhecimento, à Epistemologia e à Filosof‌ia da Ciência,
ramos do conhecimento que em grande parte se sobrepõem, sendo
as palavras que os designam não raro usadas como sinônimas. Em
alguns desses livros, há detido e aprofundado apanhado histórico
a respeito do conhecimento e das várias correntes f‌ilosóf‌icas em
torno dele, abordando-se desde antigos pensadores orientais até os
mais recentes escritos da contemporaneidade. É possível encontrar,
também, aqueles dedicados especif‌icamente ao pensamento deste
ou daquele autor, como Confúcio, Platão, Bacon, Locke, Hume,
Spinoza, Kant, Popper, Feyerabend, Kuhn etc. Não se pretende, por
isso, meramente replicar ou compilar tais estudos aqui, com longos
capítulos dedicados a um traçado histórico de escolas ou correntes
de pensamento.
Em verdade, este pequeno escrito tem o propósito de examinar
e expor as principais noções da Teoria do Conhecimento na contem-
poraneidade, da forma como as compreende o seu autor. Natural-
mente, essas noções serão obtidas com apoio no pensamento e nos
escritos de diversos autores e escolas, a serem devidamente referidos,
quando for o caso. O que não se pretende é fazer uma exposição pre-
tensamente histórico-descritiva de cada escola f‌ilosóf‌ica, indicando
principais expoentes, contexto de surgimento, ideias centrais, críticas
etc.; a opção foi por ref‌letir em torno da cognição humana e de suas
relações com o Direito, colhendo, das várias teorias e escolas que já
se ocuparam do tema, os pontos nos quais parecem – novamente na
visão de quem escreve estas linhas – ter acertado.1 Será oportuno,
1. O propósito é fazer como Francis Wolff, que não procurou elaborar uma história das
ideias, mas sim “ref‌letir sobre nossa humanidade.” E, tal como ele, aqui se pode dizer
que “muito deve o retrato f‌inal que esboçamos como conclusão às f‌iguras f‌ilosóf‌icas
clássicas, ou melhor, ao que delas subsiste ao crivo dos saberes contemporâneos”
(Francis Wolff. Nossa humanidade. De Aristóteles às neurociências. Trad. Roberto Leal
Ferreira, São Paulo, Unesp, 2012, p. 19).
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