O ofício do historiador oral: A visão italiana

AutorRicardo Santhiago
CargoJornalista graduado pela PUC-SP, especialista em Jornalismo Científico pela Unicamp, mestre e doutorando em História Social pela Universidade de São Paulo.
Páginas219-222
1 Jornalista graduado pela PUC-SP, especialista em Jornalismo Científico pela Unicamp, mestre e dou-
torando em História Social pela Universidade de São Paulo. Pesquisador do GEPHOM – Grupo de
Estudo e Pesquisa em História Oral e Memória (EACH-USP), do Núcleo de Estudos em História da
Cultura Intelectual e do MusiMid – Centro de Estudos em Música e Mídia. E-mail para contato:
rsanthiago@usp.br.
O OFÍCIO DO HISTORIADOR ORAL: A VISÃO ITO OFÍCIO DO HISTORIADOR ORAL: A VISÃO IT
O OFÍCIO DO HISTORIADOR ORAL: A VISÃO ITO OFÍCIO DO HISTORIADOR ORAL: A VISÃO IT
O OFÍCIO DO HISTORIADOR ORAL: A VISÃO ITALIANAALIANA
ALIANAALIANA
ALIANA
Msc. Ricardo Santhiago1
CASELATTO, ALESSANDRO (org.). Il microfono rovesciato: 10 variazioni sulla
storia orale. Treviso: Istresco, 2007.
Os nomes de Alessandro Portelli e Luisa Passerini estampados, entre ou-
tros, na capa de Il microfono rovesciato: 10 variazioni sulla storia orale não
devem enganar. O simpático livro organizado pelo historiador Alessandro Case-
llato, da Università Ca’Foscari de Veneza, tem propostas e resultados que ultra-
passam em muito as tendências intelectuais conhecidas internacionalmente gra-
ças ao trabalho de impacto exercido pelos dois autores mais conhecidos da histó-
ria oral italiana, freqüentemente considerada uma das mais avançadas e influen-
tes do mundo. Diferindo de balanços de experiência de grupo, de textos de re-
censeamento histórico e de esforços de divulgação de coletâneas e perfis institu-
cionais, a obra publicada pelo Istresco – Istituto per la storia della Resistenza
tem interesse geral.
Trata-se de um conjunto de dez entrevistas com intelectuais italianos que
tiveram a história oral no horizonte de suas preocupações e práticas. Ao longo de
140 páginas, que incluem também uma introdução concisa, mas estimulante, da
lavra de Casellato, é possível conhecer mais e melhor as linhas e feições da
história oral italiana: suas condições de surgimento, seus precursores, seus cam-
pos de atuação, suas especificidades, seus diálogos disciplinares, seus autores
principais. Num momento em que as histórias orais ao redor do mundo começam
a “se” pensar historicamente, o livro sugere o alcance e o aspecto do que seria
uma “história oral da história oral”.
Em confronto com dois conhecidos textos que buscaram estabelecer uma
avaliação crítica (não-oral) da história oral italiana – Le origini e il presente:
Fonti orali e ricerca storica in Italia, de Cesare Bermani, e Italian Oral His-
tory: Roots of a paradox, de Alessandro Portelli –, os testemunhos se fortale-
cem como depositórios daquilo que estas análises não abrangem. O ofício do

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