Diário Oficial del 07-12-2019 - Poder Legislativo

Data de publicação07 Dezembro 2019
SeçãoPoder Legislativo
Júlia Guimarães
Ter entre 18 e 55 anos,
assinar um termo de
consentimento e cole-
tar uma pequena amostra de
sangue para o teste de com-
patibilidade. São simples os
passos necessários para se
tornar um doador de medula
óssea. Em Pernambuco, no
ano passado, cerca de 10,7
mil novos doadores foram
incluídos no Registro Nacio-
nal de Doadores de Medula
Óssea (Redome). Eles podem
ajudar pacientes que estão em
tratamento de doenças que
afetam as células do sangue,
como leucemia e linfoma.
No Brasil, a chance de
encontrar uma medula com-
patível é de uma a cada cem
mil. Numa mesma família,
entre irmãos, as probabilida-
des são de 25%. A coordena-
dora do projeto Redome em
Pernambuco, Josiete Tavares,
af‌i rma que as possibilidades,
apesar de pequenas, sempre
existem. “Não é impossível.
No ano passado mesmo, nós
encontramos seis doadores
aqui no Estado compatíveis
com alguém em algum lugar
do mundo”, conta.
A média de espera para
os pacientes que aguardam
por um transplante varia de
seis meses a um ano, tempo
precioso para quem está em
tratamento médico. É o que
explica o hematologista Ro-
dolfo Calixto, coordenador
da equipe de Transplante de
Medula Óssea do Real Hos-
pital Português, no Recife.
“Não é só a ansiedade,
mas o fato de o paciente,
muitas vezes, ter que conti-
nuar o tratamento quimio-
terápico para a doença não
voltar. Isso pode complicar
a situação clínica e não che-
gar nem ao transplante, por-
que vai gerando um desgas-
te orgânico, de função renal
e hepática e de toxicidades
que podem complicar o
procedimento lá na frente”,
esclarece o especialista. Por
esses motivos, quanto mais
rápido se consegue um doa-
dor, maiores são as chances
de o paciente sobreviver.
A agilidade no tempo do
transplante está diretamente
ligada à quantidade de pes-
soas que se cadastram para
serem doadoras. No Brasil,
foram cerca de 290 mil só
no ano passado. O número
registrou um ligeiro aumento
em relação a 2017, mas ainda
é menor do que o verif‌i ca-
do entre 2014 e 2016. Já em
Pernambuco, o movimento é
diferente: a quantidade de do-
adores cadastrados vem regis-
trando elevação consecutiva
desde 2013.
Em abril, a Assembleia
Legislativa realizou, em par-
ceria com a Fundação de He-
matologia e Hemoterapia de
Pernambuco (Hemope), um
mutirão para cadastrar servi-
dores para a doação de medu-
la óssea. A agente legislativa
Nallim Fernandes decidiu
participar. “Acho que seria
muito gratif‌i cante poder aju-
dar a salvar a vida de alguém,
uma pessoa que está doente,
provavelmente esperando há
algum tempo, já que as chan-
ces de compatibilidade são
tão pequenas”, disse.
Se acharem um receptor
compatível com Nallim, ela
vai ser chamada para fazer
exames complementares e
uma avaliação do estado ge-
ral de saúde. O transplante
consiste na retirada de cé-
lulas saudáveis da medula
óssea do doador para subs-
tituir a medula def‌i citária do
paciente que aguarda o pro-
cedimento.
O hematologista Rodol-
fo Calixto explica que não
há riscos para o doador e
que o gesto reacende a es-
perança de vida dos recep-
tores. “É um renascimento,
porque ele tinha a sentença
de uma doença grave, que
provavelmente ia levá-lo ao
óbito. Daí vem a esperança
de voltar a uma vida normal
em breve”, observa. “Três a
quatro meses depois, muitos
dos pacientes f‌i cam bem, e
com seis meses, retornam às
suas atividades normais.”
Para os doadores, o pro-
cedimento não traz nenhum
prejuízo à saúde. Na opinião
de Josiete Tavares, a gran-
Diário Of icial
Estado de Pernambuco
Ano XCVI • Nº 223 Recife, sábado, 07 de dezembro de 2019
Poder Legislativo
CERTIFICADO DIGITALMENTE
Uma lista que salva vidas
Por seis anos
consecutivos,
Pernambuco registra
alta no cadastro de
doadores de medula
óssea, com 10,7 mil
incluídos em 2018
FOTO: SABRINA NÓBREGA/ARQUIVO
MUTIRÃO - Em abril, Alepe e Hemope realizaram ação para cadastrar servidores
Diferentemente do que foi publicado na edição
do dia 06 de dezembro de 2019 no Diário Oficial
do Poder Legislativo, na nota intitulada “Funda-
dora do Sindicato das Domésticas ganha cidadania
pernambucana”, o deputado João Paulo pertence
ao partido PCdoB.
Nota da Redação
deza da atitude compensa
qualquer transtorno mo-
mentâneo. “Dependendo do
procedimento, pode ter dor
de cabeça ou incomodar no
momento da punção. São in-
cômodos passageiros para o
doador, mas, para um recep-
tor, é a diferença entre a vida
e a morte”, af‌i rma a coorde-
nadora do projeto Redome.
Para se tornar um doa-
dor de medula óssea, basta
procurar o Hemope. Mais
informações no site www.
hemope.pe.gov.br.

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