A adoção de novas práticas de gestão: explorando o esquema cognitivo dos atores em empresas com diferentes padrões de inovação

AutorAntonio Virgílio Bittencourt Bastos - Janice Janissek Souza - Vania Medianeira Flores Costa - Adriano de Lemos Alves Peixoto
CargoDoutor em Psicologia pela Universidade de Brasília - UNB. Professor Titular do Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia - UFBA. End.: Av. Ademar de Barros s/n, Pav. 4, Ondina, Salvador ? BA. CEP: 40170-110 ? Brasil - Doutora em Administração pela Universidade Federal da Bahia ? UFBA. Professora adjunta do Instituto de Psicologia...
Páginas243-268
DOI: 10.5007/2175-8077.2011v13n31p243
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso.
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A Adoção de Novas Práticas de Gestão: explorando o esquema cognitivo dos atores em empresas com diferentes ...
A Adoção de Novas Práticas de Gestão:
explorando o esquema cognitivo dos atores em
empresas com diferentes padrões de inovação
Antonio Virgílio Bittencourt Bastos1
Janice Janissek de Souza2
Vânia Medianeira Flores Costa3
Adriano de Lemos Alves Peixoto4
Resumo
Ampliar a compreensão dos motivos que levam as organizações a implementarem
diferentes práticas de gestão constituiu o objetivo central da pesquisa conduzida. Mais
precisamente, buscou-se identificar, em empresas com distintos perfis de inovação,
diferenças entre estruturas cognitivas – esquemas – de atores que podem explicar a
intensidade de uso de novas práticas de gestão. Selecionaram-se quatro empresas
classificadas em dois padrões de inovação: empresas consideradas muito inovadoras e
pouco inovadoras. Participaram do estudo 12 atores organizacionais que responderam
a oito questões abertas que envolveram a investigação dos significados associados à
mudança organizacional, as explicações subjacentes à adoção das práticas de gestão
e a percepção dos seus impactos. As respostas às questões foram sistematizadas por
meio da análise de conteúdo gerando categorias e subcategorias em torno das quais os
conteúdos foram classificados. Representações gráficas foram utilizadas para mostrar os
esquemas cognitivos associados aos diferentes padrões de inovação organizacional que
evidenciaram tanto conteúdos compartilhados entre empresas de um mesmo padrão
assim como elementos que singularizam a visão dos atores.
1 Doutor em Psicologia pela Universidade de Brasília - UNB. Professor Titular do Instituto de Psicologia da Universidade Federal
da Bahia - UFBA. End.: Av. Ademar de Barros s/n, Pav. 4, Ondina, Salvador – BA. CEP: 40170-110 – Brasil. E-mail: antoniovirgi-
liobastos@gmail.com.
2 Doutora em Administração pela Universidade Federal da Bahia – UFBA. Professora adjunta do Instituto de Psicologia da Univer-
sidade Federal da Bahia – UFBA. End.: Av. Ademar de Barros s/n, Pav. 4, Ondina, Salvador – BA. CEP: 40170-110 – Brasil. E-mail:
ricjanesalvador@terra.com.br.
3 Doutora em administração pela Universidade da Bahia - UFBA. Professora Adjunta do Departamento de Ciências Administrativas
da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. End.: Travessa Fernando Neumayer, 244, Itararé, Santa Maria - RS. CEP: 97015-
372 - Brasil. E-mail: vania.costa@ufsm.br.
4 Doutor em Psicologia pela Universidade Sheffield. Bolsista de Pós-Doutorado Júnior do CNPq e Pesquisador do Grupo de Pes-
quisa Indivíduos, Organizações e Trabalho da Universidade Federal da Bahia - UFBA. End.: Estrada de São Lázaro 197, Federação,
Salvador - BA. CEP: 40210-730 - Brasil. E-mail: peixoto@hotmail.co.uk.
Artigo recebido em: 15/07/2010. Aceito em: 17/08/2011. Membro do Corpo Editorial Científico responsável pelo processo editorial:
Emerson Antonio Maccari
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Palavras-chave: Novas Práticas de Gestão. Esquema Cognitivo Gerencial. Mudan-
ça Organizacional.
1 Introdução
São escassos, na literatura brasileira, os estudos que visam compreender
como as mudanças e a adoção de diferentes práticas de gestão estão impactando
os processos e os resultados organizacionais. São escassos, também, os estudos
que buscam compreender a mudança utilizando um referencial mais analítico
e aprofundado (WHELAM-BERRY et al., 2003). Além disso, as investigações
acerca da associação entre estruturas cognitivas de gestores e trabalhadores e
as mudanças introduzidas nas organizações ainda encontram-se em fase em-
brionária. Por outro lado, há um discurso amplamente difundido de que um
conjunto de alterações inevitáveis está em curso e que as organizações neces-
sitam promover as mudanças exigidas pelo ambiente organizacional a fim de
buscarem a tão propalada competitividade organizacional.
O presente trabalho busca ampliar a compreensão sobre como a estru-
tura cognitiva dos atores organizacionais pode estar associada à configuração
de diferentes padrões de inovação. Para tanto, inicialmente, exploraram-se as
principais mudanças implementadas nas organizações, nos últimos cinco anos,
assim como a influência delas no funcionamento atual das empresas pesquisa-
das. Em seguida identificou-se que práticas de gestão foram adotadas e de que
forma estas contribuíram para que a empresa seja considerada bem-sucedida.
Após uma rápida apresentação das bases conceituais sobre estruturas
cognitivas e sobre mudança organizacional, as duas etapas da pesquisa são
descritas em termos das suas características metodológicas e principais resul-
tados obtidos.
2 Mudança, Inovação e Cognição Organizacional:
bases conceituais
Neste segmento do trabalho, discute-se, em um primeiro momento, o
papel dos estudos sobre estruturas cognitivas no campo que articula cognição

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