O profissional bibliotecário e o domínio da língua inglesa

AutorElizabeth Andrade Duarte - Rogério Manoel de Oliveira Braga
CargoBibliotecária - CRB6-1803 - TRIP Linhas Aéreas Mestre em Ciência da Informação pela Escola de Ciência da Informação da UFMG - Bacharel em Biblioteconomia pela Escola de Ciência da Informação da UFMG Bibliotecário da Rede de Ensino Salesiano em Belo Horizonte
Páginas105-122

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Elizabeth Andrade Duarte

Bibliotecária – CRB6-1803 – TRIP Linhas Aéreas

Mestre em Ciência da Informação pela Escola de Ciência da Informação da UFMG

PósGraduada em Didática do Ensino Superior pela Faculdade Pitágoras

calazbedt@yahoo.com.br

Rogério Manoel de Oliveira Braga

Bacharel em Biblioteconomia pela Escola de Ciência da Informação da UFMG

Bibliotecário da Rede de Ensino Salesiano em Belo Horizonte

rogermoby@gmail.com

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1 Introdução

Indubitavelmente, este novo século tem se caracterizado por crescentes avanços tecnológicos. O desenvolvimento de novos meios de tratamento de informações/ controle de processos, bem como a aplicação intensiva de novas tecnologias de informação para desenvolvimento de meios existentes e criação de novos recursos de comunicação, são alguns exemplos de tais avanços. Tais desenvolvimentos surgem concomitantemente com as necessidades que se apresentam no dia a dia da atual sociedade globalizada.

Diminuindo distância, tempo e trabalho (tanto físico como mental), tais avanços se inserem na realidade atual. Este contexto tem demandado dos indivíduos uma capacidade de acompanhar inúmeras e constantes mudanças neste ambiente, bem como o convívio com tais desenvolvimentos. Neste âmbito, conforme enfatiza Souto (2006), o advento da Web fez com que as relações humanas sofressem bruscas transformações, percebidas em vários setores do mercado de trabalho globalizado.

A comunicação e a informação são, sem dúvida, os setores que mais se desenvolveram, tanto quantitativa quanto qualitativamente no mundo contemporâneo. Sendo assim, quantitativamente, é difícil de estimar o número de troca de informações que são transmitidas por segundo pelos canais ou vias de comunicação. E qualitativamente, podese dizer que a estimativa é praticamente inimaginável, uma vez que estamos falando sobre conhecimento e este necessita de um estudo científico que ateste sua veracidade e comprovação. Dentre as diferentes áreas profissionais contemporâneas que mais têm sido afetadas pelos desenvolvimentos em tecnologias da computação e telecomunicações, destacamse aquelas cuja ênfase recai sobre a criação, processamento e disseminação da informação (BARBOSA, 1998, p. 53).

Dentro deste contexto, enquadrase, uma análise sobre “mercado de trabalho”. De acordo com a literatura, tal expressão consiste na relação entre a oferta de trabalho e a procura de trabalhadores e o conjunto de pessoas e/ou empresas que, em época e lugar determinados, provocam o surgimento e as condições dessa relação. Ou seja, constitui um conjunto de condições que definem, articulam e regulam as atividades profissionais em uma determinada sociedade.

Compreender as demandas e as necessidades para se ingressar no mercado de trabalho, quais sejam as novas regras de trabalho, as relações de competição e as exigências da globalização,

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tornase condição fundamental para quem pretende investir em uma profissão, em uma carreira. Sabese que os avanços tecnológicos, no mercado de trabalho, contribuíram intrinsecamente para o surgimento da globalização. Participar de tal globalização exige, dos profissionais, conhecimento tecnológico e linguístico, principalmente da língua inglesa, como veremos mais adiante

2 Revisão de literatura
2. 1 O Profissional Bibliotecário1

O profissional bibliotecário2 da atualidade está inserido em um ambiente no qual estão expressas novas demandas de mercado: avanços tecnológicos (novos equipamentos, sistemas, transferência da informação), a evolução empresarial (revolução da informação – gestão pela qualidade, excelência empresarial e gestão do conhecimento) e as alterações no quadro global. Desse modo, nas duas últimas décadas, o perfil deste profissional sofreu inúmeras mudanças, devido principalmente aos avanços tecnológicos, à informatização da sociedade, às novas tecnologias de informação e à ascensão de profissões que lidam especificamente com a informação. O bibliotecário, cada vez mais, tem como objeto de trabalho a informação3, sendo este o ponto norteador da sua atuação, com processos de geração, disseminação, recuperação, gerenciamento, conservação e utilização da informação. Para tanto, o que está fazendo a diferença na “conquista” deste novo mercado é o perfil que este bibliotecário deve possuir. Dentre as competências básicas do bibliotecário está o domínio da língua inglesa, juntamente com as demais a serem destacadas: atualização profissional constante, capacidade de trabalhar em grupo, conhecimento técnico conceitual, domínio de tecnologias de gestão e recuperação

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da informação, flexibilidade, polivalência, conhecimento de ambiente de negócio da informação, e outras.

2. 2 Mercado de Trabalho do Profissional Bibliotecário

Conforme explicitado anteriormente, no decorrer dos anos, o mercado de trabalho do profissional bibliotecário vem sofrendo significativas transformações que têm exigido adaptação de perfil profissional. A formação acadêmica, nessa área de biblioteconomia, tenta acompanhar tais mudanças, a fim de atender as exigências do mercado de trabalho. Todavia, a qualificação dos bibliotecários depende também do empenho destes em sua formação (através de participação em cursos, atualizações, seminários, congressos, dentre outros) e posterior inserção no mercado propriamente dito. Algumas exigências de mercado se mostram como inevitáveis, tendo em vista a mudança holística na área preenchida por esses profissionais na atual conjuntura.

Neste contexto, Souto (2006) argumenta que, dentre estas exigências, se pode citar algumas qualificações que são atualmente muito apontadas, a saber: domínio das tecnologias da informação, domínio de um segundo idioma, capacidade de comunicação e de relacionamento interpessoal, capacidade de gerenciamento e conhecimentos técnicos da área. Com o surgimento e avanço constante das tecnologias de informação e comunicação, o bibliotecário, que sempre desempenhou um importante papel na sociedade, atualmente, dispõe de novas ferramentas, as quais possibilitam um melhor desempenho de suas funções no mercado de trabalho.

Esses profissionais, em face desses recursos e exigências, tornamse “incumbidos” de se atualizarem constantemente para se apropriarem desses recursos inovadores. Assim, precisam racionalizar processos de trabalho no contexto onde estão inseridos, bem como se atualizarem em termos de obsolescência dos métodos de trabalho utilizados e dos usos de recursos informacionais, ou seja:

o novo modelo econômico interpõe um novo perfil profissional que requer, além de maior qualificação profissional, maior envolvimento emocional e social do trabalhador. Elegese como ideal o profissional que potencialize a comunicação, a interpretação de dados, a flexibilização, a integração funcional e a geração, absorção e a troca de conhecimentos. (ARRUDA; MARTELETO; SOUZA, 2000, p. 17)

Para o bibliotecário, a gerência de recursos informacionais constitui seu objeto de trabalho. Sua atribuição precípua é gerir recursos de informação, independentemente do suporte

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utilizado (seja este em papel e/ou material audiovisual), com a finalidade de disponibilização tanto para os usuários de bibliotecas quanto para a própria biblioteca em si, em sua gestão interna. Cronin4 (1990, apud PAIM, 2003) descreve a gerência de recursos informacionais como:

disciplina gerencial que considera a informação como um recurso assim com[o] os recursos financeiros, físicos, humanos e naturais. A GRI [gerência de recursos informacionais] preconiza o manuseio eficiente e eficaz de recursos de informação (dados brutos) e os ativos informacionais resultantes (conhecimento). (PAIM, 2003,

O bibliotecário necessita, portanto, de habilidade de relacionamento com a informação e fazer com que esta seja acessada pelo usuário da maneira mais fácil e rápida e, ao mesmo tempo, que a informação seja condizente com a necessidade do mesmo. Então, esse domínio da informação, no mundo globalizado, apresenta demanda pela competência informacional. Tal competência perpassa por várias áreas e entre elas, o domínio da língua inglesa. Em termos do mercado de trabalho, competitivo e sedento por talentos, é fundamental e imprescindível um maior entendimento desse idioma.

2. 3 A língua inglesa e o profissional bibliotecário: um entendimento

Campello (2007), no seu estudo sobre traduções, sugere que a língua inglesa é uma das línguas mais faladas no mundo, com cerca de quatrocentos milhões de pessoas. O inglês, embora sendo a língua materna de apenas 8% da população mundial, é utilizado em mais de 50% da literatura técnica e, principalmente, científica. De acordo com a mesma autora, apenas cinco línguas – inglês, russo, alemão, francês e japonês, dentre todas as línguas existentes, são usadas em 90% das publicações científicas. As demais línguas, incluindo o português, detêm apenas 10% das publicações. Estimase que cerca de 90% das línguas faladas na década de 90, no mundo, serão extintas e/ou condenadas ao desaparecimento até o fim do século XXI. (CAMPELLO, 2007)

A língua acompanha a economia, a ciência, a organização da sociedade, os costumes, a política, os movimentos sociais, as revoluções, entre outros. O aprendizado do idioma inglês faz com que as pessoas se conectem com diferentes partes do mundo e que tenham acesso a uma gama maior de informações. Ao mesmo tempo em que o inglês se torna instrumento...

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