PUTA, VAGABUNDA E ESPOSA: UMA ANÁLISE SOBRE A OPRESSÃO PATRIARCALISTA CONJUGAL

AutorGiseliane Medeiros Almeida, Maria Helena Santana Cruz
Páginas79-92
GÊNERO|Niterói|v.19|n.2| 79|1. sem.2019
PUTA, VAGABUNDA E ESPOSA: UMA ANÁLISE SOBRE
A OPRESSÃO PATRIARCALISTA CONJUGAL
Giseliane Medeiros Almeida1
Maria Helena Santana Cruz2
Resumo: Este artigo problematiza a opressão patriarcalista conjugal, obje-
tivando discutir acerca do labiríntico papel da mulher casada inscrito no ima-
ginário social atual. A metodologia utilizada é a qualitativa com ênfase em
estudo de caso, entrevista semiestruturada realizada com três mulheres casa-
das prisioneiras; e a técnica de análise é o discurso, mediante uma análise en-
tre o público e o privado que se organizam, no primeiro momento, com base
nas falas das entrevistadas discutindo sobre os modelos atribuídos às mu-
lheres (santas e putas). A conclusão é a denúncia de que a opressão e a vio-
lência patriarcalista, como uma herança histórica, ainda são vivenciadas pe-
las mulheres casadas nos entrelaces das emoções, amor e dependências.
Palavras-Chave: Mulher; Opressão; Patriarcalismo.
Abstract: This article discusses patriarchal marital oppression, aiming to discuss
the labyrinthine role of married women enrolled in the current social imaginary.
We use the qualitative methodology with emphasis on case study, semi struc-
tured interview with three married women prisoners; and the technique of dis-
course analysis. An analysis between the public and the private that is organized
in the first moment based on the statements of the interviewee discussing the
models attributed to women (saints and whores). It concludes by denouncing
oppression and patriarchal violence as a historical heritage, which married wo-
men still experience in the intertwining of emotions, love, and dependencies.
Keywords: Woman. Oppression. Patriarcalism.
Introdução: A construção dos gêneros
Na sociedade atual existe um embate no que se refere ao “modelo ideal” de
ser mulher. Durante décadas, os movimentos feministas lutaram por espaço e
têm alcançado contribuições significativas no seio social, político e cultural, con-
tudo, ainda perdura uma ideologia patriarcal dominante que dita modelos de ser
1 Mestre em Educação pela Universidade Federal de Sergipe. Professora do curso de Pedagogia da Faculdade Pio
Décimo. Professora substituta da Universidade Federal de Alagoas. E-mail: .
2 Doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia. Professora da Universidade Federal de Sergipe.
E-mail: .
p.079-092

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