Relations between knowledge management, revenues and number of employees in companies graduated by incubators/Relacoes entre gestao do conhecimento, faturamento e numero de funcionarios em empresas graduadas por incubadoras/Relaciones entre gestiondel conocimiento, facturacion y numero de funcionarios enempresas graduadas por incubadoras.

AutorBecerra, Cicero Aparecido
CargoArtigo--Outras Areas
  1. INTRODUCAO

    Desde que Nonaka e Takeuchi (1995) associaram o conhecimento organizacional a competitividade das empresas japonesas, a Gestao do Conhecimento (GC) tem sido objeto de varios estudos que buscam explicar tanto sua efetividade nas organizacoes como suas interacoes com outras areas. Nesse sentido, grande enfase tem sido dada as interacoes da GC com os aspectos humanos (BREWER; BREWER, 2010; CAMELO-ORDAZ et al., 2011), organizacionais (GONZALEZ-PADRON et al., 2010; LINDERMAN; SCHROEDER; SANDERS, 2008) e tecnologicos (KOVACEVIC; DJURICKOVIC, 2011; PAVICIC; ALFIREVIC; ZNIDAR, 2011).

    Nao se encontram, no entanto, na mesma proporcao, pesquisas que buscam associar a GC a elementos organizacionais como o numero de funcionarios e, ate mesmo, o faturamento; dos 3457 artigos das bases EBSCO, Web of Knowledge, SCOPUS e ScienceDirect publicados entre 2003 e 2012 com o termo "Knowledge management" no titulo, a palavra "revenue(s)" ocupa a 2845a posicao entre os termos mais encontrados nos resumos desses artigos (encontrada seis vezes), enquanto a palavra "employee(s)" ocupa a 173a posicao (429 vezes). Alem disso, optou-se por verificar a existencia de associacao entre numero de funcionarios e faturamento, por dois motivos, indicados nos seguintes pressupostos: (1) se, por um lado, um numero maior de funcionarios possibilita mais interacoes entre eles e, consequentemente, maior possibilidade de geracao/troca de conhecimentos, por outro (2), uma organizacao com maior disponibilidade financeira pode investir mais na gestao de seu conhecimento organizacional. Assim, busca-se averiguar qual desses elementos apresenta-se mais associado a GC.

    O objetivo do presente estudo e verificar se empresas com numero de funcionarios e faturamentos distintos percebem a eficacia de praticas de GC de formas diferentes. Para tanto, a pesquisa emprega analises quantitativas, visto que autores como Choi, Poon e Davis (2008), Yu et al. (2009), Zack, McKeen e Singh (2009) e Yang e Wei (2010) alertam para a carencia de estudos quantitativos em GC. Alem disso, utiliza-se de empresas que se graduaram em um processo de incubacao como fonte de dados, pelo fato de (1) serem mais facilmente localizadas e (2) terem surgido em um ambiente propicio a disseminacao do conhecimento. Sobretudo, West III e Noel (2009) sinalizam a escassez de pesquisas que contemplem os recursos de conhecimento no desempenho de empresas que passaram por processos de incubacao.

    A partir deste ponto, o artigo apresenta um breve referencial teorico sobre praticas de GC e incubadoras de empresas; expoe os procedimentos metodologicos que guiaram a construcao da pesquisa; efetua a apresentacao, analise e discussao dos resultados e registra as consideracoes finais acerca da pesquisa.

  2. REFERENCIAL TEORICO

    Para uma melhor compreensao dos temas envolvidos, ha que desenvolver um referencial teorico a respeito das praticas de GC e do papel destas no processo de incubacao de empresas. Contudo, e prudente esclarecer que nao se pretende esgotar os assuntos abordados, mas sim fornecer subsidios essenciais ao esclarecimento dos topicos apresentados.

    2.1. Praticas de gestao do conhecimento

    Segundo Singh e Soltani (2010), a GC nada mais e do que o processo por meio do qual as organizacoes geram valor a partir de sua base intelectual e ativos de conhecimento. Basicamente, com poucas distincoes, autores como McElroy (2002), Perrott (2007) e De Nomi, Orsi e Pilotti (2009) identificam quatro processoschave da GC: (1) aquisicao, que analisa todas as fontes e procedimentos organizacionais usados na obtencao de conhecimento; (2) compartilhamento, que se refere a criacao de um ciclo virtuoso envolvendo todos os procedimentos e estrategias utilizadas para distribuir informacao e conhecimento; (3) armazenamento, que canaliza as informacoes vindas de todos os fluxos organizacionais para uma base de dados; (4) utilizacao, que permite o uso da informacao e conhecimento armazenado como recurso para a criacao de valor. A ideia de integrar praticas aos processos de GC tem sido foco de varios estudos, e, a exemplo dos processos de GC, onde ja e possivel determinar um consenso, as pesquisas que abordam as praticas em GC estao levando a formalizacao de elementos-chave, em virtude do consideravel numero de referencias. Essas praticas podem ser agrupadas de diversas formas, porem autores como Batista et al. (2005) e Christopher e Tanwar (2012), pela simplicidade de sua estrutura, classificam-nas em praticas associadas a gestao de recursos humanos, processos organizacionais e tecnologias da informacao e comunicacao (TICs). Varias pesquisas tem abordado o tema sob essa otica. Dentre elas, destacam-se as de Pastor, Santana e Sierra (2010) e de Singh e Soltani (2010), que tratam do poder das praticas de recursos humanos para motivar e engajar as pessoas na GC; as de Huang e Li (2009) e de Choi, Lee e Yoo (2010), que estudam a contribuicao da tecnologia de informacao, e as de Fugate, Stank e Mentzer (2009) e de Zack, McKeen e Singh (2009), que estudam as relacoes entre procedimentos organizacionais e GC.

    Autores como Arthur e Kim (2005), Lee e Chen (2005) e Kulkarni, Ravindran e Freeze (2007) abordam, entre as praticas relacionadas a gestao de recursos humanos, o emprego de recompensas, por parte das empresas, para incentivar iniciativas geradas a partir dos conhecimentos dos funcionarios e pelo desenvolvimento de habilidades individuais. Abou-Zeid e Cheng (2004), Mathew (2008), Ahmad e Ingle (2011), Baldwin et al. (2011) e Christopher e Tanwar (2012) percebem as praticas de coaching e mentoring como fundamentais para o compartilhamento, e ate mesmo utilizacao, do conhecimento. A promocao, por parte da empresa, de agrupamentos informais de funcionarios (virtuais ou presenciais) para a resolucao de problemas organizacionais e vista por autores como Arthur e Kim (2005), Parise, Cross e Davenport (2006), Baldwin et al. (2011) e Aktharsa, Anisa e Ali (2012) como fundamental nos processos de aquisicao, compartilhamento e utilizacao do conhecimento. Os programas de educacao corporativa sao considerados necessarios tanto para a aquisicao e compartilhamento do conhecimento adquirido externamente quanto para a replicacao do conhecimento desenvolvido no ambito da organizacao, conforme observado por autores como Yu et al. (2009), Shang e Lin (2009) e Goel e Rastogi (2011). A presenca de uma rede de especialistas do conhecimento e considerada relevante para o compartilhamento e a utilizacao do conhecimento, segundo pesquisas efetuadas por autores como Mathew (2008), Zhang et al. (2009), Baldwin et al. (2011), Aktharsa, Anisa e Ali (2012), Christopher e Tanwar (2012) e Rodger (2012).

    As praticas comumente associadas as politicas organizacionais envolvem as atividades de benchmarking interno e externo, como: apoio a aquisicao e utilizacao do conhecimento, conforme observado por autores como Shang e Lin (2009) e Dong, Johar e Kumar (2012); registros, por parte da empresa, das licoes aprendidas e das melhores praticas, como forma de armazenamento e compartilhamento (PARISE; CROSS; DAVENPORT, 2006; MATHEW, 2008; PFAFF; HASAN, 2011; GOPAL; JOY, 2011); identificacao formal, por parte da empresa, das competencias individuais e organizacionais, conforme citado por autores como Kulkarni, Ravindran e Freeze (2007), Baldwin et al. (2011) Goel e Rastogi (2011), como forma de tornar explicitas as fontes de aquisicao e compartilhamento. Alem disso, de fundamental importancia e o estabelecimento de estrategias e politicas formais de GC como atividade integradora das praticas, segundo autores como Lee e Chen (2005), Kulkarni, Ravindran e Freeze (2007), Yu et al. (2009) e Aktharsa, Anisa e Ali (2012).

    Em relacao as praticas associadas as TICs, autores como Gopal e Joy (2011) e Pfaff e Hasan (2011) destacam a importancia da manutencao de um atualizado portal corporativo por parte das empresas, com o objetivo de ser fonte de informacoes para elementos internos e externos. Esses mesmos autores, alem de Kulkarni, Ravindran e Freeze (2007) e Mathew (2008), percebem a necessidade do uso de ferramentas eletronicas de comunicacao e colaboracao para efetivar o armazenamento e distribuicao do conhecimento. Zhang et al. (2009) e Fibuch e Van Way III (2011) atentam para o papel dos Sistemas de inteligencia de negocios no contexto das organizacoes do conhecimento. Sistemas que possibilitem a gestao eletronica de documentos sao instrumentos que possibilitam o adequado armazenamento e distribuicao de conhecimento explicito, gerado pela organizacao, conforme observado por Dalkir (2005) e Liang e Avgeriou (2009). Alem disso, autores como Mathew (2008), Fibuch e Van Way III (2011) e Gopal e Joy (2011) percebem que e necessario a organizacao manter sua estrutura informacional em sistemas integrados de gestao.

    Seja como for, e importante citar que, apesar de recorrentemente citadas na literatura, estas nao sao as unicas praticas estudadas em GC: e possivel encontrar pesquisas que abordam o uso de call centers e paginas amarelas, ambos voltados a disseminacao do conhecimento organizacional e a participacao do cliente no processo de desenvolvimento do conhecimento (CHRISTOPHER; TANWAR, 2012); os sistemas de localizacao do conhecimento (RODGER, 2012); as redes de entrega de conhecimento (DONG; JOHAR; KUMAR, 2012); a confianca e a cultura organizacionais (AKTHARSA; ANISA; ALI, 2012), entre outras.

    2.2. Gestao do conhecimento e incubacao de empresas

    Ainda que a presente pesquisa nao tenha sido elaborada para estudar as incubadoras de empresas em si, julga-se necessario abordar o papel da GC no processo de incubacao, apresentando a indissociabilidade dos temas.

    Segundo Finer e Holberton (2002), basicamente, uma incubadora de empresas oferece infraestrutura fisica e gerencial para pessoas com ideias promissoras, para que possam transformalas em negocios viaveis e sustentaveis. Kilcrease (2011) observa que, alem do espaco fisico, as incubadoras fornecem...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT