RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO

Páginas125-152
Data de publicação06 Março 2020
ÓrgãoMinistério da Economia,Banco do Brasil S.A.,BB Seguridade Participações S.A.
SeçãoDO1

CNPJ: 17.344.597/0001-94Exercício encerrado em 31.12.2019

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO

Prezados Acionistas, Colaboradores e Parceiros de Negócios.

Apresentamos o Relatório Anual da Administração e de Sustentabilidade da BB Seguridade Participações S.A. ("BB Seguridade" ou "Companhia") relativo ao ano de 2019, de acordo com as exigências da Lei das Sociedades por Ações, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do seu Estatuto Social.

As demonstrações financeiras consolidadas foram preparadas em conformidade com as Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS).

Cabe ressaltar que este relatório apresenta dados contábeis das companhias investidas da BB Seguridade que podem divergir dos divulgados pelas participadas, tanto por diferenças nos padrões contábeis utilizados como por eventuais amortizações de intangíveis, eliminações de resultados entre as participadas, descasamento no período de fechamento das demonstrações financeiras, entre outros motivos. Nesse contexto, o lucro líquido atribuído às investidas reflete o resultado apurado pela Companhia para cada segmento de negócios, na forma da Nota Explicativa de Investimentos em Participações Societárias.

1) DESCRIÇÃO DOS NEGÓCIOS

A BB Seguridade é uma empresa de participações ("holding") que concentra seus investimentos nos segmentos de seguros, previdência aberta, capitalização e planos de assistência odontológica por meio de parcerias privadas em sociedades mantidas por sua subsidiária integral, a BB Seguros Participações S.A. ("BB Seguros"). A Companhia atua ainda na distribuição desses produtos por intermédio da BB Corretora de Seguros e Administradora de Bens S.A. ("BB Corretora").

No segmento de seguros, a atuação se dá por meio de uma parceria estabelecida por um prazo de 20 anos, com início a partir de 2011, constituída na forma de uma joint-venture com o grupo espanhol MAPFRE. Em novembro de 2018 foi concluída a reestruturação desta parceria, cuja operação ficou concentrada nas seguradoras Brasilseg Companhia de Seguros S.A. e Aliança do Brasil Seguros S.A. (em conjunto, "Brasilseg") com foco nos segmentos de pessoas, rural, habitacional, residencial, empresarial e massificados com comercialização no canal bancário, bem como seguro DPVAT.

Em previdência aberta, a BB Seguridade atua em conjunto com a Principal Financial Group por meio da Brasilprev Seguros e Previdência S.A. ("Brasilprev"). A operação conjunta teve início em 1999, sendo renovada em 2009 pelo prazo de 23 anos. A Brasilprev comercializa, principalmente, soluções privadas de previdência, com destaque para os produtos PGBL e VGBL.

No segmento de títulos de capitalização, a atuação da Companhia se dá por meio da Brasilcap Capitalização S.A. ("Brasilcap"), em sociedade com a Icatu Seguros e a Aliança da Bahia.

Ainda, no segmento de planos de assistência odontológica, a Companhia atua em conjunto com a Odontoprev por meio da Brasildental Operadora de Planos Odontológicos S.A. ("Brasildental"). A operação conjunta, na forma de joint-venture, teve início em 2014 e se estenderá pelo prazo de 20 anos.

Nos negócios de distribuição de produtos de seguros, previdência aberta, capitalização e assistência odontológica ("seguridade"), a BB Seguridade atua por meio de sua subsidiária integral BB Corretora, responsável pela comercialização dos produtos das empresas investidas da Companhia via canal bancário do Banco do Brasil. Em canais digitais que não tenham relação com o Banco do Brasil, a BB Corretora atua por meio da Ciclic Corretora de Seguros S.A. ("Ciclic"), distribuindo tanto produtos das empresas investidas da BB Seguridade como de outras seguradoras, em uma parceria com a Principal Financial Group que teve início em 2018 e se estenderá até 2032.

2) AMBIENTE ECONÔMICO E MERCADO DE SEGURIDADE

Ambiente Econômico

Brasil

A divulgação do PIB do terceiro trimestre sinalizou que a atividade doméstica ganhou tração a partir da segunda metade do ano. Esse desempenho reforçou a percepção de que alguns acontecimentos adversos que afetaram o ambiente interno no primeiro semestre, como o rompimento da barragem em Brumadinho e as incertezas em torno do andamento da reforma da previdência, ficaram para trás. De fato, a aprovação das mudanças nas regras previdenciárias reduziu os riscos associados à sustentabilidade fiscal do país e abriu espaço para as discussões da reforma administrativa e tributária.

O avanço do mercado de crédito, especialmente no segmento de recursos livres, com fôlego renovado graças ao novo ciclo de cortes na taxa básica de juros (Selic) e, em certa medida, a liberação dos saques do FGTS, foram fatores fundamentais para a retomada do consumo doméstico. Além disso, a retomada da confiança dos agentes financeiros com a economia propiciou uma retomada dos investimentos privados ao longo do ano, notadamente após a melhora nas expectativas com relação ao andamento do processo de reformas estruturais. Especificamente, a partir da segunda metade de 2019 passamos a observar uma melhora gradativa no setor de construção civil e na indústria extrativa.

Nesse contexto, apesar de ainda haver alta taxa de desemprego e elevado número de trabalhadores atuando em setores informais da economia, os dados recentes do mercado de trabalho têm apresentado uma dinâmica mais favorável. Esse fato tem contribuído para a redução gradual da taxa de desemprego.

Em relação ao lado nominal da economia, o menor nível histórico da Selic (4,5% a.a.) foi favorecido pelo comportamento benigno da inflação, com o IPCA mantendo-se abaixo do centro da meta do Conselho Monetário Nacional para 2019 (4,25%) durante boa parte do ano. Mesmo com o recrudescimento pontual nos preços das proteínas animais e com a expressiva depreciação do real na última metade do ano, o IPCA finalizou 2019 em 4,3%.

Mundo

Quanto ao cenário externo, as incertezas associadas à guerra comercial entre Estados Unidos e China tiveram impactos relevantes sobre o ambiente econômico internacional, especialmente sobre o comércio mundial, que mostrou desaceleração significativa neste ano. Esse conflito foi talvez o fator mais importante por trás da desaceleração do crescimento global em 2019. Apesar desse ambiente, o dólar se apreciou frente grande parte das moedas, especialmente de economias emergentes como o Brasil.

Nesse contexto, a ameaça deflacionária em importantes economias avançadas se intensificou, ensejando uma reação por parte dos bancos centrais, notadamente o Federal Reserve e o Banco Central Europeu, que deram início a um movimento de flexibilização de suas políticas monetárias.

Mercado de Seguridade

Nos últimos anos, mesmo diante do período de recessão que o país atravessou, o mercado de seguridade manteve uma trajetória de crescimento. Em 2018, passada a recessão, o setor apresentou retração de apenas 1,6% nas receitas totais(1), em termos de prêmios emitidos, contribuições de previdência aberta e arrecadação com títulos de capitalização, segundo dados disponibilizados pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).

O ano de 2019 foi marcado por uma forte recuperação da indústria de seguros, que voltou a registrar crescimento de dois dígitos (+11,1%) no volume de receitas, apesar da recuperação da atividade econômica ter ocorrido em um ritmo mais lento do que o esperado pelos agentes no início do exercício.

A expectativa de uma economia mais forte em 2020, com a manutenção da taxa de juros em patamares historicamente baixos, inflação dentro do intervalo definido pelo Conselho Monetário Nacional e redução gradual da taxa de desemprego, deve possibilitar que o setor continue crescendo, favorecido ainda pela baixa penetração dos produtos de Seguridade no país se comparada a outras nações.

(1) Os dados de mercado mencionados neste relatório não incluem as receitas do segmento de seguro saúde, planos de assistência odontológica e resseguro.

3) DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO

Enquanto empresa de participações, o lucro líquido da BB Seguridade é composto basicamente pelo resultado de equivalência patrimonial, apurado a partir do resultado de suas empresas investidas, e das demais receitas e despesas operacionais e financeiras da Companhia.

Abaixo, apresentamos o resultado da BB Seguridade para os exercícios 2019 e 2018:

Tabela 1 - Desempenho econômico-financeiro | Demonstração de Resultados - Visão Controlador

Exercício/2019

Exercício/2018

Var.%

s/ 2018

Receitas de investimentos em participações societárias

6.569.590

3.472.955

89,2

Brasilseg Companhia de Seguros S.A.

1.072.991

1.127.344

(4,8)

MAPFRE BB SH2 Participações S.A.

-

(216.627)

-

Brasilprev Seguros e Previdência S.A.

1.064.501

741.845

43,5

Brasilcap Capitalização S.A.

67.265

75.071

(14,4)

IRB Brasil Resseguros S.A.

118.791

188.268

(36,9)

Brasildental Operadora de Planos Odontológicos S.A.

14.485

12.241

18,3

BB Corretora de Seguros e Administradora de Bens S.A.

1.912.599

1.612.504

18,6

Outros

2.318.959

(67.691)

-

Outras Receitas e Despesas

(8.930)

(11.856)

(24,7)

Despesas com pessoal

(10.812)

(11.615)

(6,9)

Despesas administrativas

(2.567)

(4.419)

(41,9)

Despesas tributárias

(9.236)

(8.200)

12,6

Outras receitas/(despesas) operacionais

13.685

12.378

10,6

...

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