Revisando o marco teórico realista nas relações internacionais contemporâneas: revisitando Maquiavel e suas teses

AutorThales Castro
CargoDoutor em Ciência Política pela UFPE. Assessor de Relações Internacionais da Reitoria da UNICAP ? Universidade Católica de Pernambuco. Cônsul AH da República de Malta em Recife. Presidente da Sociedade Consular de Pernambuco (SCP). Coordenador do Curso de Relações Internacionais da FADIC (Faculdade Damas), em Recife. E-mail: tccastro@hotmail.com
Páginas62-72
Cadernos do CEAS, Salvador, n. 236, p. 61-71, 2016
REVISANDO O MARCO TEÓRICO REALISTA NAS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS CONTEMPORÂNEAS: REVISITANDO
MAQUIAVEL E SUAS TESES
Reviewing the Realist Contemporary International Relations Theoretical Tradition:
revisiting Machiavelli and his Thesis
Thales Castro
Resumo
O presente artigo constituiu síntese da apresentação formal de nossa palestra, em inglês, na
Conferência Internacional de Ciências Sociais da FIUC/UNICAP, realizada em março de
2016 no Auditório G1 da Universidade Católica de Pernambuco. Tem como foco a
contribuição do ethos teórico realista com Maquiavel no transcurso de celebração de
quinhentos anos de publicação de sua magnum opus, O Príncipe. Obra maiúscula e de
referência atemporal, O Príncipe de Nicolau Maquiavel é divisora de águas no campo da
influência política internacional e rompe com a herança medieva de intermediação eclesiástica
nos assuntos humanos. Seus impactos são profundos e recorrentes e alguns de seus principais
temas foram aqui considerados e analisados.
Palavras-chave: Paradigma realista. Maquiavel. Teoria política estatocêntrica.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS: SOBRE A TEORIA REALISTA DAS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS
Revisitar algumas das principais teses realistas de Maquiavel representa um desafio.
Obra maiúscula e de referência atemporal, O Príncipe de Nicolau Maquiavel é divisora de
águas e é considerada como marco inicial do realismo político, como marco teórico e como
práxis humana. Rompendo com a herança medieva de intermediação eclesiástica nos assuntos
humanos, o realismo político tem seu marco no livro O Príncipe. Mais: tem seu fundamento
epistêmico maior nesta obra-base da ciência política e das Relações Internacionais que,
recentemente, celebra seus quinhentos anos. Rompendo com a tradição religiosa medieval,
sua cientificidade do ethos político começa a ser construída a partir de Maquiavel.
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Assim,
este livro é ponto de partida para nossas reflexões neste artigo, que tem por fundamento a
Doutor em Ciência Política pela UFPE. Assessor de Relações Internacionais da Reitoria da UNICAP
Universidade Católica de Pernambuco. Cônsul AH da República de Malta em Recife. Presidente da Sociedade
Consular de Pernambuco (SCP). Coordenador do Curso de Relações In ternacionais da FADIC (Faculdade
Damas), em Recife. E-mail: tccastro@hotmail.com
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Seria injusto não citar importantes teóricos pós-Maquiavel deste perí odo como Jean Bodin e Thomas Hobbes,
entre outros, de influência no entendimento das engrenagens da política e da formação do Estado e da natureza
amoral do poder como mecanismo de interação social.

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