Satisfação e motivação no trabalho: insights sobre percepção da justiça distributiva e remuneração estratégica por indivíduos da Geração Z

AutorSilvia Spagnol Simi dos Santos - Ana Maria Olivo - David Rodrigo Petry - Ieda Margarete Oro
CargoUniversidade do Oeste de Santa Catarina, UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina, UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina, UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina, UNOESC
Páginas77-94
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Satisfação e Motivação no Trabalho: Insights sobre Percepção da
Justiça Distributiva e Remuneração Estratégica por Indivíduos da Geração Z
Esta obra está sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso.
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RESUMO
A justiça organizacional é assunto contemporâneo que passou
a ser observado pelas organizações em função da Geração Z.
Este estudo objetiva vericar a relação existente entre justiça
distributiva, remuneração estratégica e os fatores de satis-
fação e motivação de indivíduos da Geração Z no mercado
de trabalho. Como metodologia optou-se pela abordagem
quantitativa por intermédio de survey online enviado para
13.000 indivíduos pertencentes a essa geração, resultando
em uma amostra de 1.112 pessoas. A análise dos resultados
foi realizada com utilização do software SPSS® para análise
fatorial e AMOS® para a modelagem de equações estruturais.
A partir das hipóteses testadas foi possível vericar que a per-
cepção de Justiça Distributiva e da Remuneração Estratégica
inuenciam na Motivação e na Satisfação de indivíduos da
Geração Z no mercado de trabalho. Os achados revelam que
não é o tipo de remuneração que é o mais importante, mas
sim a percepção de ganhos.
Palavras-Chaves: Remuneração Estratégica, Justiça distribu-
tiva, Motivação, Satisfação, Geração Z.
ABSTRACT
Organizational justice is a contemporary issue that has come to
be seen by Generation Z functions. This study aims to verify an
existing relationship between distributed justice, strategic sta-
tistics, and the factors of satisfaction and motivation of people
generated by Z in the job market. As the methodology opted
for the quantitative approach through an online survey sent
to 13,000 individuals belonging to this generation, resulting
in a sample of 1,112 people. An analysis of the results was per-
formed using the SPSS® software for factor analysis and AMOS®
for modeling selected equations. From the tested hypotheses,
it was possible to verify the perception of Distribution Justice
and Strategic Remuneration that inuences Motivation and
Satisfaction of Generation Z Indications in the job market. The
ndings reveal that it is not the type of remuneration that is
most important, but the perception of earnings.
Keywords: Strategic Remuneration, Distributive Justice, Mo-
tivation, Satisfaction, Generation Z.
SATISFAÇÃO E MOTIVAÇÃO NO TRABALHO: INSIGHTS SOBRE
PERCEPÇÃO DA JUSTIÇA DISTRIBUTIVA E REMUNERAÇÃO
ESTRATÉGICA POR INDIVÍDUOS DA GERAÇÃO Z
Satisfaction and Motivation at Work: Insights About the Perception of
Distributive Justice and Strategic Remuneration by Individuals of Generation Z
Silvia Spagnol Simi dos Santos
Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC
email: silvia.simi@unoesc.edu.br
Ana Maria Olivo
Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC
email: anamaria.olivo@hotmail.com
David Rodrigo Petry
Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC
email: david.petry@unoesc.edu.br
Ieda Margarete Oro
Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC
email: ieda.oro@unoesc.edu.br
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Revista de Ciências da Administração • v. 21, n. 54, p. 77-94 , Agosto. 2019
DOI: https://doi.org/10.5007/2175-8077.2019.e60409
Submetido: 26/11/2018
Aceito: 19/06/2020
Silvia Spagnol Simi dos Santos • Ana Maria Olivo • David Rodrigo Petry • Ieda Margarete Oro
Revista de Ciências da Administração • v. 21, n. 54, p. 77-94, Agosto. 2019
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1 INTRODUÇÃO
A justiça organizacional é tema imperativo em
organizações que buscam pela satisfação e retenção
de seus talentos. A remuneração estratégica é uma
das formas de estimular a busca pela excelência e
superação dos colaboradores como recompensa pelo
seu desempenho. Entretanto, o alcance dos objetivos
e metas não pode perder o foco com insatisfação ou
rotatividade de seus recursos humanos. Nesse contex-
to, a justiça organizacional é hoje uma das questões
mais importantes e valiosas da gestão de recursos
humanos (Ahmad e Abdolkhalegh, 2015).
Ao encontro desta necessidade organizacional,
estudos como o de Palozolli (2000), Assmar, Ferreira
e Souto (2005), Sampaio (2009), Camino e Roazzi
(2009), Tadeucci (2009), Gheno e Berlitz (2011) e
Ahmad e Abdolkhalegh (2015) buscaram explicar
como a percepção da justiça distributiva reete na
motivação dos membros da organização, ao sentirem
se esta distribui seus recursos (salários, premiações,
punições, etc.) de maneira justa e igualitária.
No entanto, a partir dos anos 2000, a exigência do
mercado de trabalho por resultados mais rápidos de-
monstrou a necessidade de compreender a inserção de
jovens com novo perl de trabalho, conhecida como
indivíduos da Geração Z. Esta geração, composta por
indivíduos nascidos a partir de 1989, até então pouco
valorizada pelas organizações (CERETTA; FROEM-
MING, 2011), emerge, a partir de 2012, como alvo
estratégico e necessário no cotidiano das organizações,
tendo em vista que compõem a maior massa de mão
de obra disponível no mercado. São chamados ain-
da de geração digital, on-line, conectada, silenciosa,
pontocom, entre outras (VEIGA NETO; SOUZA;
ALMEIDA; CASTRO; BRAGA JUNIOR, 2015).
A Geração Z consolidou-se pelas características
intrínsecas e comportamentais como desejo de liber-
dade, inovação e colaboração (TAPSCOTT, 2010),
peculiarmente familiarizadas com a tecnologia da
informação (JACQUES et al., 2015), além da rapidez
com que conseguem as informações e a fácil irrita-
bilidade quando estas não lhes chegam rapidamente
(VEIGA NETO et al., 2015). Todos estes aspectos,
distintos de gerações anteriores (como por exemplo
veteranos, Baby Boomers, Geração X e Geração Y),
estão exigindo das organizações signicativas mudan-
ças na maneira como ocorrem as relações funcionais.
Surge neste contexto, uma característica diferen-
ciada de retorno aos colaboradores que apresentam
diferenciação e desempenho produtivo. Entre os
fatores motivacionais de desempenho está a remu-
neração. Aliar a remuneração justa com a losoa da
organização é um paradigma (TRINDADE; CUNHA;
NUNES; SANTOS, 2011). Este formato diferenciado
e particular de cada organização, pode ser teorica-
mente conceituado como Remuneração Estratégica,
o qual decorre de fatores de sucesso das estratégias de
recursos humanos para agregar valor aqueles que con-
tribuem e geram resultados positivos à organização
(ZAMBRANO; MERINO; CASTELLANOS, 2012) .
Diante disso, a questão central desta investi-
gação é: para os indivíduos da Geração Z, a justiça
distributiva e a remuneração estratégica propiciam
motivação e satisfação no trabalho? Objetiva-se, por-
tanto, vericar a relação entre a justiça distributiva, a
remuneração estratégica, os fatores motivacionais e
de satisfação no mercado de trabalho de indivíduos
da Geração Z. Para tanto, utilizou-se procedimentos
metodológicos quantitativos e descritivos, por meio
de questionário estruturado em escala survey online
para coleta de dados com estudantes de graduação
e pós-graduação. Como técnicas estatísticas de ava-
liação, foram realizadas análise fatorial e modelagem
de equações estruturais.
Este estudo contribui para a discussão de como
fatores de recompensa organizacionais inuenciam
na satisfação de colaboradores e, consequentemente,
para melhoria nos resultados e no desempenho. O
estudo possibilita ainda avançar empiricamente na
busca de fatores que permitem compreender a per-
cepção da Geração Z sobre o mercado de trabalho.
O trabalho encontra-se dividido em cinco seções.
Inicia com esta introdução; a segunda seção aborda a
revisão teórica e a construção das hipóteses acerca da
relação entre remuneração estratégica, justiça distribu-
tiva, motivação e satisfação; a terceira seção descreve
a metodologia adotada, os constructos da pesquisa,
apresenta a população e a amostra e descreve os proce-
dimentos de coleta e análise dos dados; a quarta seção
apresenta os resultados, análises e discussões, e; por
m, na quinta seção são apresentadas as considerações
finais, limitações e sugestões para novas pesquisas.

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