Schumpeter e o desenvolvimento tecnológico: uma visão aplicada às pequenas e médias empresas

AutorMarcus Vinicius de Oliveira Brasil - Cláudio André Gondim Nogueira - Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte
CargoDoutorando em Administração pela Universidade de Fortaleza ? UNIFOR. End.: Rua Cândido Jucá, 123, Rodolfo Teófilo, Fortaleza-CE. CEP: 60430-580 ? Brasil - Doutorando em Administração pela Universidade de Fortaleza ? UNIFOR. End.: Rua Oliveira Viana 452, Vicente Pinzon, Fortaleza-CE. CEP: 60181-255 ? Brasil - Doutor em Administração de Empresas...
Páginas38-62
38 Revista de Ciências da Administração • v. 13, n. 29, p. 38-62, jan/abr 2011
Marcus Vinicius de Oliveira Brasil • Cláudio André Gondim Nogueira • Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte
Schumpeter e o Desenvolvimento Tecnológico:
uma visão aplicada às Pequenas e Médias Empresas
(PMEs)
Marcus Vinicius de Oliveira Brasil1
Cláudio André Gondim Nogueira2
Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte3
Resumo
A Teoria Schumpeteriana considera que quanto maiores forem as empresas em
um determinado mercado, maior será a competição existente, pois as grandes
empresas possuem uma maior capacidade inovadora e de resistência em relação
às pequenas, já que entre as grandes o ritmo de introdução de inovações seria
mais intenso. Entretanto, faz-se necessário considerar com mais ênfase a
capacidade inovadora das Pequenas e Médias Empresas (PMEs). Assim, a questão
fundamental para essas empresas está vinculada à capacidade delas aproveitarem
as novas oportunidades que o mercado oferece, dos recursos que dispõem ou
desenvolvem, das potenciais parcerias que poderiam firmar, bem como das suas
ligações com instituições de pesquisa. Portanto, o objetivo principal deste ensaio
é apresentar a Teoria Schumpeteriana sobre o desenvolvimento tecnológico,
mostrando-a como uma abordagem fundamental para se compreender as
estratégias inovadoras das empresas de maior porte, mas cujos princípios básicos
também se aplicam às empresas de menor porte. Nas considerações finais
apresenta-se que a inovação tecnológica preconizada por Schumpeter, além de
ser um instrumento fundamental para o desenvolvimento e crescimento econômico
pode impulsionar a concorrência entre as grandes e, também, entre as menores
empresas, que podem ainda propiciar parcerias fazendo surgir um relacionamento
ganha-ganha.
Palavras-chave: Inovação. Schumpeter. PME. Competição.
1 Doutorando em Administração pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR. End.: Rua Cândido Jucá, 123, Rodolfo Teófilo, Fortaleza-CE.
CEP: 60430-580 – Brasil. E-mail: mvobrasil@ufc.br.
2 Doutorando em Administração pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR. End.: Rua Oliveira Viana 452, Vicente Pinzon, Fortaleza-CE.
CEP: 60181-255 – Brasil. E-mail: claudioandre@unifor.br.
3 Doutor em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas – FGV/SP. Professor titular da Universidade de Fortaleza – UNIFOR.
End.: Rua Tibúrcio Cavalcante, 847, apto 1901, Salinas, Fortaleza-CE. CEP: 60125-100 – Brasil. E-mail: sergioforte@unifor.br.
Artigo recebido em: 15/11/2010. Aceito em: 28/12/2010. Membro do Corpo Editorial Científico responsável pelo processo editorial: Rolando Juan
Soliz Estrada.
Esta obra está sob a Licença Creative Commons Atribuição-Uso.
DOI: 10.5007/2175-8077.2011v13n29p38
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Revista de Ciências da Administração • v. 13, n. 29, p. 38-62, jan/abr 2011
Schumpeter e o Desenvolvimento Tecnológico: uma visão aplicada às Pequenas e Médias Empresas (PMEs)
1. Introdução
A tecnologia e seus vários aspectos foram e são cada vez mais aborda-
dos pelas diversas teorias econômicas. Todavia, deve-se ressaltar que um
dos primeiros economistas a identificá-la como um aspecto fundamental para
a compreensão do sistema capitalista e a formular toda uma teoria na qual
ela desempenha um papel central foi Schumpeter. A sua análise serviu de
base para teorias posteriores e colocou vários de seus questionamentos no
centro da problemática tratada pela Ciência Econômica (KUPFER;
HASENCLEVER, 2002; PAULA; CERQUEIRA; ALBUQUERQUE, 2001;
COLARES, 1995; SOUZA, 1993).
A Teoria Schumpeteriana, mesmo tendo sido desenvolvida ao longo
da primeira metade do Século XX, continua a ser atual, com algumas ressal-
vas, apesar das diversas mudanças que o sistema capitalista vem passando ao
longo tempo, principalmente quando se intensificou o processo de globalização
da economia mundial (KUPFER; HASENCLEVER, 2002; PAULA;
CERQUEIRA; ALBUQUERQUE, 2001; COLARES, 1995; SOUZA, 1993).
Para Schumpeter (1988), uma pessoa que sonha ou deseja criar em-
presas, bem como participar da fundação delas e praticar a inovação, tem o
caráter do empresário que realiza novas combinações, mas que o perde, as-
sim que tem montado o seu negócio e começa a dirigi-lo. Pode ser um dos
empregados na liderança de uma empresa, como gerentes ou membros da
diretoria, ou mesmo um homem de negócios independente, como um finan-
cista. Pode ser um capitalista, especialmente em empresas pequenas.
A Teoria Schumpeteriana, em geral, constitui-se em um instrumental
teórico consistente no que diz respeito à compreensão de como se dá o pro-
cesso de concorrência industrial e de inovação tecnológica, que são aspec-
tos importantes para a compreensão de como as empresas se organizam para
produzir em uma economia capitalista (KUPFER; HASENCLEVER, 2002;
COLARES, 1995; SOUZA, 1993; SILVA, 1984).
Como será mais detalhada adiante, a Teoria Schumpeteriana considera
que quanto maiores forem as empresas em um determinado mercado, maior
será a competição existente, pois, as grandes empresas possuem uma maior
capacidade inovadora e de resistência em relação às pequenas, já que entre
elas o ritmo de introdução de inovações seria mais intenso (SCHUMPETER,
1984; COLARES, 1995; SOUZA, 1993; SILVA, 1984).

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