Sem Ciência não há futuro

AutorEnrique Muriel-Torrado; Edgar Bisset Alvarez; Camila Monteiro de Barros
CargoEditores
Páginas1-4
Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, Florianópolis, v. 25, p. 01-04, 2020.
Universidade Federal de Santa Catarina. ISSN 1518-2924. DOI: https://doi.org/ 10.5007/1518-2924.2020.e78720
Editorial
SEM CIÊNCIA NÃO HÁ FUTURO.
Without Science there is no future.
Editorial da Revista Encontros Bibli, vol. 25, ano 2020
Desde a tristeza, o medo e a dor, compartilhamos o sofrimento das pessoas vítimas
das consequências diretas e indiretas de uma pandemia que não deixa ninguém de fora,
mas que tem nos mais pobres, nos discriminados, nos esquecidos pelas políticas públicas,
na população com mais dificuldades sociais e econômicas seu foco de perversidade.
Neste momento reforçamos o nosso compromisso, firme e forte, em favor da
ciência e de todos nós que formamos parte da comunidade científica.
Os inúmeros ataques à ciência brasileira se manifestam na forma de ameaças e
cortes de recursos financeiros que, sob o eufemismo de “contingência”, afetam o
desenvolvimento das instituições de ensino superior. Esses cortes também têm forte
impacto na disponibilização de bolsas de produção científica das agências de fomento à
pesquisa como CAPES e CNPq. Nos últimos meses, temos acompanhado as pressões
sobre programas de pós graduação com notas mais baixas na avaliação da CAPES e
ataques diretos à autonomia e credibilidade das Universidades Públicas. Instituições estas
que formam milhares de profissionais ano após ano, desenvolvem importantíssimos
projetos com e para a comunidade, contribuem para a inclusão social, mantém hospitais
universitários, museus e escolas, são responsáveis pela inovação e por quase 99% da
produção científica do país segundo (MOURA, 2019; CLARIVATE ANALYTICS, 2018). A
limitação das bolsas PIBIC (de iniciação científica) a linhas de interesses que excluem
propositalmente áreas imprescindíveis como Humanas e Sociais, constituem exemplos das
inúmeras ameaças e frentes abertas que hoje cernem a ciência brasileira.
Dentre os resultados mais imediatos destas políticas, espera-se uma considerável
diminuição na produção e desenvolvimento de estudos científicos e uma queda na
qualidade das pesquisas frente à diminuição de recursos humanos e económicos. Diante
deste cenário, o Brasil passa a depender da importação da tecnologia, matéria prima fina e
dos resultados científicos de outros países, o que implica um custo financeiro e social ainda
maior pois relega a segundo plano a realidade do seu próprio povo, as necessidades de

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