A sociedade autofágica: capitalismo, desmesura e autodestruição

AutorCristiano José Steinmetz, Talia Jeremias, Rafael Rodrigo Mueller
CargoDoutorando em História da Arte. Programa de Pós-Graduação em História. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas, São Paulo, Brasil/Mestranda em Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação/Doutorado em Educação (UFSC). Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Programa...
Páginas363-366
DOI: https://doi.org/10.1590/1982-0259.2023.e90202 363
RESENHA
A sociedade autofágica: capitalismo, desmesura e
autodestruição
Cristiano José Steinmetz1
https://orcid.org/0000-0003-3123-1285
Talia Jeremias3
https://orcid.org/0000-0002-3286-7640
Rafael Rodrigo Mueller2
https://orcid.org/0000-0001-6637-2948
1 Programa de Pós-Graduação em História. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas, São Paulo, Brasil
2 Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Criciúma, Santa Catarina, Brasil
3 Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Programa de Pós-Graduação em Educação. Criciúma, Santa Catarina, Brasil
RESENHA: A Sociedade Autofágica: capitalismo, desmesura e autodestruição
JAPPE, A. A Sociedade Autofágica: capitalismo, desmesura e autodestruição. São Paulo: Elefante, 2021. 326 p.
REVIEW: The Autophagic Society: capitalism, excess and self-destruction
JAPPE, A. A Sociedade Autofágica: capitalismo, desmesura e autodestruição. São Paulo: Elefante, 2021. 326 p.
Recebido em 20.07.2022. Aprovado em 28.03.2023. Revisado em 15.05.2023.
Anselm Jappe, autor da obra A sociedade autofágica: capitalismo, desmesura e autodestruição (2021)
recentemente publicada no Brasil pela Editora Elefante, nasceu na Alemanha em 1962, é professor na Academia
de Belas Artes de Sassari na Itália e um dos principais nomes da teoria crítica do valor (Wertkritik) numa
intersecção entre os grupos Krisis e Exit!. Nesta obra, Jappe (2021) dá continuidade ao desenvolvimento de
sua filiação teórica que parte da concepção marxiana de radicalidade, mais propriamente, que também não se
deixa limitar pela tradição epistêmica dos múltiplos marxismos vinculados, por exemplo, à questão da luta de
classes. Na esteira de um considerável conjunto de autores com maior ou menor vínculo teórico à Wertkritik,
o autor mobiliza um amplo aparato conceitual ainda restrito no Brasil que se volta aos ideais que constituem
historicamente a forma-sujeito moderna.
Já no prólogo de sua obra, Anselm Jappe (2021) nos apresenta a imagem de Erisícton, mito grego que
ilustra no tempo presente o fenômeno histórico das sociedades contemporâneas. Erisícton era o rei da Tessália
que, desejando madeiras para a construção do assoalho de seu palácio, desprezou as ninfas e dríades da floresta,
bem como a própria Deméter, deusa da colheita, e cortou uma árvore sagrada para estas criaturas e para o
povo que ele havia recentemente expulso de tal território. Ao vê-lo derrubar tal árvore, Deméter anunciou à
Erisícton sua punição: uma fome insaciável que, mesmo após o consumo de todos os suprimentos de seu reino,
fez com que o rei da Tessália permanecesse faminto, restando a este o seu próprio autoconsumo, ou seja, a
sua autodestruição. Do rei da Tessália ao amoque contemporâneo, a obra de Anselm Jappe atualiza a crítica à
sociedade capitalista e aos seus produtos socio-históricos a partir de um campo teórico ainda em desenvolvimento.
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution Non-
Commercial, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições desde que
sem fins comerciais e que o trabalho original seja corretamente citado.
R. Katál., Florianópolis, v.26, n. 2, p. 363 -366, maio/ago. 2023 ISSN 1982-0259

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT