Subjetividade, Extimidade
| Autor | Raúl Antelo |
| Páginas | 66-77 |
Artigo – Subjetividade Extimidade – Raul Antelo Boletim de Pesquisa NELIC v. 9, nº 14. 2009.2
O que é ler o argentino-brasileiro no latino-americano? É,
segundo me parece, recolher um valor capaz de reconhecer, no
absolutamente singular, a contingência de uma leitura cujo gozo
está voltado a captar o fora de sentido das construções
nacionais. Em “La extimidad del guión”1 intentei um princípio de
resposta a essa questão. Caberia hoje perguntar, além do mais,
de que modo o sujeito capta seu gozo irredutível, singular,
contingente e fora de sentido em um texto. Como o presente
pode rearmar uma história que, apesar de tudo, o constitui? Há
uma fórmula, cunhada por Jacques-Alain Miller, em 2007, “medir
o verdadeiro com o real”2, que pode nos ajudar, na medida em
que, de fato, busca articular uma dialética do sentido, mas
também assinalar a borda de semblante que circunscreve o
núcleo de gozo. Ou seja, trata-se de uma leitura que não nega o
1 Cf. ANTELO, Raúl. “La extimidad del guión”. In: Sociedad. Revista de la
Facultad de Ciências Sociales de Universidad de Buenos Aires, nº 22.
Buenos Aires, primavera 2003, pp. 97-109, posteriormente recolhido em
Crítica Acéfala. Buenos Aires: Grumo, 2008.
2 Cf. MILLER, Jacques-Alain. “La passe bis”. In: La cause freudienne, nº 66,
Navarin: Paris, 2007, pp. 209-213. A respeito da paixão do real que
caracterizaria a história contemporânea, ver BADIOU, Alain. O século. Trad.
brasileira. São Paulo: Idéias & Letras, 2007. O conceito subjaz ao de
acontecimento; ver, do mesmo autor, Lógicas de los mundos. El ser y el
acontecimiento, 2. Trad. M. C. Rodriguez. Buenos Aires: Manantial, 2008.
Redigido em espanhol, para ser apresentado, com o título “O
argentino-brasileiro: uma topologia da extimidade”, no “2009
Congress of the Latin American Studies Association”, Rio de
Janeiro, 11-14 de junho de 2009, este texto foi vertido ao
português por Diego Cervelin, a quem sou extremamente
grato.
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