Tempo em Fragmentos: distopia, temporalidade e consciência histórica na era digital: distopía, temporalidad y conciencia histórica en la era digital
| Autor | Isabela Gomes Parucker, Daniela Linkevicius de Andrade |
| Cargo | Mestre em História. Doutoranda em História, Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília - PPGHIS/UnB, Brasília, DF, Brasil. |
| Páginas | 152-169 |
Esboços, Florianópolis, v. 29, n. 50, p. 152-169, jan./abr. 2022.
ISSN 2175-7976 | DOI http://doi.org/10.5007/2175-7976.2022.e82851
artigo
original
TEMPO EM FRAGMENTOS: DISTOPIA,
TEMPORALIDADE E CONSCIÊNCIA
HISTÓRICA NA ERA DIGITAL
Time in fragments: dystopia, temporality and historical consciousness in the
digital age
Isabela Gomes Paruckera
https://orcid.org/0000-0002-5703-6528
E-mail: isabela.parucker@gmail.com
Daniela Linkevicius de Andradea
https://orcid.org/0000-0002-4502-145.
E-mail: dani.linkevicius@gmail.com
a Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas,
Programa de Pós-Graduação em História, Brasília, DF, Brasil.
DOSSIÊ
Radical History em Contextos Globais
Esboços, Florianópolis, v. 29, n. 50, p.152-169, jan./abr. 2022.
ISSN 2175-7976 | DOI http://doi.org/10.5007/2175-7976.2022.e82851
Tempo em fragmentos
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153/169
RESUMO
Podemos compreender a escrita da história como um esforço criativo de configuração de imagens para representar o
movimento do tempo, observando a mudança das coisas e a passagem deste tempo. Por meio de narrativas que
entrelaçam acontecimentos e tramam enredos historiográficos, a história torna o tempo in teligível, acessível e
compreensível quando transformado em temporalidade. O objetivo do presente artigo é buscar conceitos capazes de
iluminar esse processo de temporalização do tempo na contemporaneidade ocidental, marcado pela ação dos sujeitos no
espaço digital, pela presença de tecnologias que aumentam significativamente a velocidade da produção e da troca de
informação e ampliam as formas de comunicação. Para isso, pretendemos tensionar o conceito de “Atualismo” (ARAÚJO;
PEREIRA, 2018), relacionando-o com a estrutura do espaço digital. Acreditamos que tal noção tem o potencial de provocar
questionamentos capazes de impactar diretamente o fazer historiográfico no século XXI, tendo em vista a forma como o
tempo é percebido e temporalizado. Vislumbramos, nesse cenário, que os desafios que o atu alismo propõe aos
historiadores giram em torno de dois aspectos: o domínio do espaço digital e a reflexão acerca da possibilidade de
estarmos diante da percepção de tempo fragmentado e da configuração de uma consciência histórica cada dia mais
distópica.
PALAVRAS-CHAVE
Atualismo. Consciência histórica. Distopia.
ABSTRACT
The writing o f h istory can be understood as a creative effort to configure images to represent the movement of time,
observing the c hange of things and the passage of this time. Through narratives that i nterweave events and build
historiographical plots, history makes time intelligible, accessible, and understandable when transformed into temporality.
The purpose of this article is to seek concepts that are able to illuminate this process of temporalization of time in
contemporary western society, marked by the action of actors in the di gital space, by the presence of technologies that
significantly increase the speed of production and exchange of information and forms of communication. For this, we intend
to discuss the concept of "Updatism" (ARAÚJO; PEREIRA, 2018), relating it to the structure of digital space. We believe
that such a notion has the potential to raise issues that can directly impact historiographic work in the 21st century, given
the way time is perceived and temporalized. We foresee, in this scenario, that the challenges that "Updatism" proposes to
historians revolve around two aspects: the mastery of digital space and the reflection about the possibility of facing a
perception of fragmented time and the configuration of an increasingly dystopian historical consciousness.
KEYWORDS
Updatism. Historical Consciousness. Dystopia.
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