Trajetórias de luta de intelectuais negras militantes de movimentos de resistência social: um estudo comparativo entre Brasil e Angola

AutorAntonia Lana de Alencastre Ceva
Páginas251-261
Niterói, v. 10, n. 1, p. 251-262, 2. sem. 2009 251
TRAJETÓRIAS DE LUTA DE INTELECTUAIS
NEGRAS MILITANTES DE MOVIMENTOS
DE RESISTÊNCIA SOCIAL: UM ESTUDO
COMPARATIVO ENTRE BRASIL E ANGOLA
Antonia Lana de Alencastre Ceva
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Resumo: Este a rtigo tem como objet ivo
compara r como mulher es brasileira s e
angolanas utilizam diferent es estratégias
soc iais, po lítica s, pesso ais e cultu rais
para criar uma visibilidade feminina nas
sociedades onde vivem. Nosso ponto de
partida é o conceito de identidade uma
vez que as razões subjacentes ao processo
de mobilização dessas mulheres foi o re-
conhecimento de uma identidade negra.
Pal a vr as- ch a ve : m ulh eres – ra ça –
identidade
São as mulheres as que falam sobre as matérias “menos relevantes” do cotidiano, mas
são elas também que falam pela família e pela comunidade. É a voz feminina que
carrega a tradição, preserva a memória, que conserva costumes, que define valores,
que pauta a ética dos seres comuns, que delimita o Eu e que conta, e reconta, um
conjunto de histórias que à História urge conhecer (FONSECA: 2003, p. 8).
Acredito que quando Denise Fonseca se apropriou das mulheres e dessa
“voz feminina” pretendia denotar e visibilizar um sujeito histórico, construtor de
sua história antes silenciado pelos cânones históricos tradicionais que destinavam
a mulher à vida privada. E esta mesma mulher foi quem exigiu, como veremos
adiante, um espaço na vida pública, no mercado de trabalho, e é hoje esta
mulher que fala pelo coletivo e para o coletivo.
Dando continuidade a esta discussão, este artigo visa discutir, preliminar-
mente, a trajetória de luta de mulheres negras “intelectuais militantes” de Mo-
vimentos de Resistência social, no século XX, sobretudo a partir de 1945. Para
tanto, proponho um estudo comparativo entre Brasil e Angola. Tendo em vista
trajetórias tão peculiares de “mulheres negras brasileiras intelectuais militantes”
Rev Genero v 10 n 1.indb 251 8/6/2011 18:32:13

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