Um Olhar sobre as Relações Sino-Fluminenses: o uso da paradiplomacia como soft power

AutorPatrícia Cabral de Oliveira
Ocupação do AutorMestranda em Ciência Política (UNIRIO), Assessora de Comércio Exterior e Investimentos Estrangeiros do Governo do Estado do Rio de Janeiro (2016-2019), Coordenadora Adjunta da Unidade de Inteligência Comercial em parceria com Unilasalle-RJ (2016-2019)
Páginas357-381
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Capítulo 14
Um Olhar sobre as Relações
Sino-Fluminenses: o uso da
paradiplomacia como soft power
Patrícia Cabral de Oliveira
Mestranda em Ciência Política (UNIRIO), Assessora de
Comércio Exterior e Investimentos Estrangeiros do
Governo do Estado do Rio de Janeiro (2016-2019),
Coordenadora Adjunta da Unidade de Inteligência
Comercial em parceria com Unilasalle-RJ (2016-2019)
Introdução
As últimas décadas do século XX registraram um
aumento significativo de atores não estatais nas
relações internacionais, como empresas transnacionais,
igrejas e Organizações Não Governamentais (ONGs).
Dentre esses novos atores, os governos subnacionais
têm se destacado, reflexo principalmente da aceleração
da globalização econômica e da renovada importância
do território na perspectiva do fortalecimento do
desenvolvimento local.
Em muitos casos, esse fenômeno - conhecido
como paradiplomacia - está ligado à descentralização
administrativa adotada por diversos países ao redor do
mundo, que deu novas responsabilidades aos governos
subnacionais. Na América do Sul a paradiplomacia se
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intensificou a partir da década de 1990, quando os
governos subnacionais passaram a procurar no âmbito
internacional alternativas para enfrentar alguns de seus
desafios, especialmente econômicos - facilitando a
instauração de projetos, buscando atrair investimentos,
utilizando capacidades implantadas, particularmente as
que contribuem para o desenvolvimento tecnológico e
a inovação (VIGEVANI, 2006).
Apesar do Brasil e da China terem trajetórias
históricas e formas de governo completamente
distintas, a paradiplomacia surgiu de forma mais
institucionalizada em ambos no fim dos anos 70 e início
dos 1980. O estado do Rio de Janeiro foi o pioneiro
nessa atuação no Brasil, criando uma Assessoria de
relações internacionais ainda em 1983. Atualmente,
diversos estados e municípios brasileiros possuem
alguma área de relações internacionais (SALOMÓN,
2017). Na China as províncias passaram a ter um
engajamento internacional relevante após a abertura
econômica conduzida por Deng Xiaoping (CHEN
ZHIMIN, 2005) e ganhou força a tal ponto que
praticamente todas as províncias possuem um
escritório de relações exteriores (CHEN ZHIMIN, 2005).
No entanto, enquanto no Brasil esse movimento
tem ocorrido de forma desregulada e sem uma
estratégia específica na China a paradiplomacia
provincial é incentivada ainda que essa atuação não
seja claramente definida na constituição) e faz parte de
uma estratégia diplomático-econômica do governo
central com objetivos bem específicos, tais como a

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