Estados Unidos: ensaios contra o império

AutorWaldir José Rampinelli
CargoProfessor do Departamento de História da UFSC
Páginas207-211
1 Professor do Departamento de História da UFSC. E-mail para contato: rampinelli@globo.com
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ESTADOS UNIDOS: ENSAIOS CONTRA O IMPÉRIOADOS UNIDOS: ENSAIOS CONTRA O IMPÉRIO
ADOS UNIDOS: ENSAIOS CONTRA O IMPÉRIOADOS UNIDOS: ENSAIOS CONTRA O IMPÉRIO
ADOS UNIDOS: ENSAIOS CONTRA O IMPÉRIO
Prof. Dr. Waldir José Rampinelli1
DAVIS, MIKE. A apologia dos bárbaros: ensaios contra o império. São Pau-
lo: Boitempo, 2008, 351 p.
O livro Apologia dos bárbaros, do historiador estadunidense Mike Davis,
professor da Universidade da Califórnia, reúne escritos publicados entre 2001 e
2007 que analisam, sob diferentes perspectivas, a política interna e externa dos
Estados Unidos, especialmente após os atentados de 11 de setembro de 2001.
Davis divide o trabalho em cinco partes, tendo por critério temas afins. No
entanto, a linha de continuidade que perpassa a estrutura do livro é uma crítica
perspicaz e fundamentada à Casa Branca, ao Congresso, ao Poder Judiciário, ao
Pentágono, aos partidos políticos e às organizações sindicais que estão a serviço
do grande capital e não dos interesses da população dos Estados Unidos.
Davis não acredita na afirmação de que “os estadunidenses colheram o
que semearam” com os atentados às Torres Gêmeas, já que as principais vítimas
daquela tragédia foram as secretárias, os contadores, os entregadores de lojas de
conveniências, os lavadores de janelas, os corretores da bolsa e os bombeiros,
pessoas que “não conceberam ou implementaram nossas políticas secretas, anti-
democráticas e criminosas no mundo muçulmano”2. Responsáveis diretos pelos
atentados, entre tantos, seriam, por exemplo, Madeleine Albright, secretária de
Estado de Bill Clinton, que, ao responder a uma pergunta em rede nacional de TV
sobre as 500 mil crianças mortas no Iraque como resultado das sanções impostas
pelo governo dos Estados Unidos, asquerosamente afirmou: “Acredito que o cus-
to compensou”. E o maior responsável de todos – George W. Bush – foi escolhi-
do presidente por uma maioria na Suprema Corte e não pelos eleitores, tendo
adotado poderes de guerra contra todos, em toda parte e para sempre, sem
precedentes na história nacional dos Estados Unidos e, quiçá, mundial.
O autor de Apologia dos bárbaros não vê grandes diferenças entre o
Partido Republicano e o Democrata, já que ambos estão ligados aos donos do
poder econômico. Os socialistas estadunidenses, diz Davis, há anos vêm demons-
trando que os democratas não passam de um partido capitalista com um verniz

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