A cruz antropológica da decisão
Autor | Winfried Brugger |
Cargo | Professor Catedrático de Direito Público e Filosofia do Direito na Universidade de Heidelberg e Pesquisador no Max-Weber-Kolleg da Universidade de Erfurt |
Páginas | 181-192 |
A cruz antropológica da decisão*
Winfried Brugger **
1. “É uma cruz com” o quê?
Quando Sören Kierkegaard sustenta que “a vida só pode ser entendi-
da retrospectivamente, mas deve ser vivida prospectivamente”, atinge a
característica central do agir humano. Agir, no sentido enfático da pala-
vra, deve ser diferenciado do percurso rotineiro que nós, dia sim, dia não,
praticamos para poupar tempo ao lidar com nossos problemas cotidianos.
Somente o caso de perturbação e crise transforma os hábitos em situações
de decisão, que despertam a atenção e forçam ponderações conscientes.
Isso vale especialmente para decisões moralmente difíceis, definidoras de
identidade ou, sobretudo, prenhes de consequências: que profissão devo
ambicionar? Com que parceiro devo casar? Devemos por filhos no mundo?
Fornecer respostas a essas questões, envidar os esforços correspondentes e
tomar decisões pode ser torturante e estar associado a noites sem dormir.
Por quê? Porque nós temos que lidar com a cruz antropológica da decisão.
O que se quer dizer com isso?
* Tradução de João Maurício Adeodato (UFPE) e Pedro Parini (UFPB) do original de Winfried Brugger. Das
anthropologische Kreuz der Entscheidung, in: Universitas, Band 60 (2005), S. 350-361; Nachdruck in:
Glanzlichter der Wissenschaft. Ein Almanach, herausgegeben vom Deutschen Hochschulverband, Stuttgart
2005, S. 13-19.
** Professor Catedrático de Direito Público e Filosofia do Direito na Universidade de Heidelberg e Pesqui-
sador no Max-Weber-Kolleg da Universidade de Erfurt. E-mail: bruggerw@jurs.uni-heidelberger.de.
Direito, Estado e Sociedade n.37 p. 181 a 192 jul/dez 2010
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