Descoberta do Rábula

AutorPedro Paulo Filho
Ocupação do AutorFormado pela Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie, foi o 1º presidente da 84ª Subsecção da Ordem dos Advogados do Brasil
Páginas158-159

Page 158

Revelou Evandro Lins e Silva que, "pois, foi esse rábula que um dia me convidou para estrear no Júri.

Estudante ainda e repórter do "Diário de Notícias", vacilei, mas fui envolvido pela amabilidade, pelo charme e pela animação de Costa Pinto".

Aliás, o advogado Alfredo Tranjan relata em suas memórias que foi João Costa Pinto quem descobriu entre os repórteres, junto ao Tribunal, um jovem estudante de Direito, ainda secundarista.

Sua sensibilidade profissional o levou a chamar o moço para acompanhá-lo na tribuna.

O repórter se chamava Evandro Lins e Silva.

O próprio Evandro confessou que Costa Pinto era um rábula sem erudição, mas cheio de talento que "aprendia nos livros da vida e da natureza, que supria com a "verve" o que lhe faltava em leitura, pois só tinha o primário.

Contudo, era senhor de um discurso ordenado, cheio de trocadilhos, chistes, com muito humor e charme pessoal.

Dele, podia-se dizer que aprendeu de oitiva, tendo o resto criado, tirando de si próprio tudo o que sabia ou inventava na hora (...) Foi um grande ator no palco do Júri, também seria um grande ator no teatro, no cinema, no circo.

Sabia rir para si próprio e para os outros.

Duvidem sempre das posições ortodoxas, das soluções radicais, da rijidez das interpretações pseudocientíficas e da inflexibilidade e da frieza dos técnicos.

Os atos humanos não tem antolhos nem bitolas.

A complexidade dos motivos, as condições individuais, a correção social em cada caso hão de conduzir o observador a resultados...

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