Estilo do Rábula

AutorPedro Paulo Filho
Ocupação do AutorFormado pela Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie, foi o 1º presidente da 84ª Subsecção da Ordem dos Advogados do Brasil
Páginas159-160

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Relatou Roberto Lyra, valoroso promotor e reputado jurista criminal que João da Costa Pinto dizia "sim" abanando a cabeça.

"Uma de suas armas era o aparte mímico, simulando desconexão entre as palavras e gestos. Ele reagia às passagens mais sérias da acusação, sorrindo com malícia brejeira nos olhos ágeis. Ironia, surpresa, piedade, desdém confundiam-se em vagas transições.

O adversário não cobrava explicações. É que a indefinição e a incerteza permitiam, conforme a emergência, recuar ou escapar imprevistamente pelo dramático ou pelo pitoresco, para a realidade ou a fantasia.

O que preocupava Costa Pinto era predispor o Júri à compreensão e, daí, à tolerância. Considerava o quesito simples meio para colher a boa vontade que legalizaria a sedução intelectual.

Sua eloqüência tirava toda a forma da simplicidade dos argumentos, da flagrância dos quadros cotidianos, do calor da simpatia humana. E isto tinha uma grandeza aliciante e persuasiva.

Suas principais qualidades: o imprevisto da tese, o método da exposição do fato, o desgaste psicológico do acusador (...) A acusação disporia de provas, dos textos da lei, da doutrina, da jurisprudência,

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mas, o promotor bem sabia...

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