Imobiliário

Páginas57-59

Page 57

É POSSÍVEL A PENHORA DO DIREITO DE USUFRUTO

Superior Tribunal de Justiça

Agravo Interno no Recurso Especial n. 1.662.963/SP

Órgão Julgador: 4a. Turma

Fonte: DJ, 28.08.2017

Relator: Ministro Luis Felipe Salomão

EMENTA

Agravo regimental. Recurso especial. Contrato de locação. Penhora. Exercício do usufruto. Possibilidade.

  1. O entendimento desta Corte é no sentido de possibilidade de penhora do exercício do direito de usufruto, bem como pela aplicação da regra do art. 3º, VII, da Lei 8.009/90 que exclui o bem de família de fiador de contrato de locação da garantia de impenhorabilidade. 2. Agravo regimental não provido.

    ACÓRDÃO

    Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça acordam, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Raul Araújo, Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira (Presidente) e Marco Buzzi votaram com o Sr. Ministro Relator.

    Brasília (DF), 17 de agosto de 2017 (Data do Julgamento)

    MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO

    Relator

    RELATÓRIO

    O EXMO. SR. MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO (Relator):

  2. Trata-se de agravo interno inter-posto por (...) em face de decisão da minha lavra assim sintetizada:

    RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE LOCAÇÃO. PENHORA. EXERCÍCIO DO USUFRUTO. POSSIBILIDADE.

  3. O entendimento desta Corte é no sentido de possibilidade de penhora do exercício do direito de usufruto, bem como pela aplicação da regra do art. 3º, VII, da Lei 8.009/90 que exclui o bem de família de fiador de contrato de locação da garantia de impenhorabili-dade.

  4. Recurso especial não provido. Alega que foram desatendidos os termos dos artigo 1.393 do Código Civil com o 833 do Código de Processo Civil de 2015.

    Defende que a penhora só se justi-fica para a alienação forçada de bens. Uma vez proibida a alienação, não se há de falar em penhora de usufruto, o que reverbera mesmo quanto aos frutos oriundos do bem onerado por usufruto.

    É o relatório.

    VOTO

    O EXMO. SR. MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO (Relator):

  5. O agravo regimental não pros-pera.

    O tribunal de origem assim decidiu acerca da penhora de usufruto:

    Por contrato firmado no dia 28 de maio de 1999, o apelante assumiu o encargo de fiador na locação de um imóvel comercial "Arco S 11-A", integrante do "Central Plaza Shopping Center", situado na Avenida Dr. Francisco Mesquita n. 1.000, São Paulo/SP, com vigência pelo período de 24 (vinte e quatro meses), cf. fis., 11/15 e fis. 36/38, dos autos da execução.

    Ocorre que a locatária deixou de efetuar o pagamento dos aluguéis e encargos vencidos desde novembro de 2000, totalizando as cifras de R$ 65.160,93 (sessenta e cinco mil, cento e sessenta reais e noventa e três centavos), conforme expresso em memó-ria de cálculo (fis. 06/08, dos autos da execução).

    O artigo 1º da Lei 8.009 de 29 de março de 1990 estabelece que o imóvel residencial próprio, do casal ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza , contraída pelos...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT