Introdução

AutorJosé Claudio Monteiro De Brito Filho
Páginas13-17
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Introdução
Não é desconhecido que, nos tempos atuais, no Brasil, a luta dos trabalhadores
é pela preservação do mínimo, em relação ao que foi, durante longos anos, con-
quistado. E nem isso estão conseguindo, como se pode ver na recente Lei n.
13.467/2017, comumente denominada de “reforma trabalhista”, a respeito do
que falaremos ao longo desse livro, e em que houve modificações de monta, a
maioria em desfavor dos trabalhadores.
As modificações introduzidas no sistema de produção, pela busca das empre-
sas de modernização e competitividade, dentro de quadro em que a concorrência,
incluindo aí a externa, é cada vez maior, têm levado a caminho sem volta de redu-
ção a qualquer preço dos custos e, com isto, à diminuição de postos de trabalho.
O fantasma do trabalhador brasileiro continua sendo o desemprego, às vezes,
o trabalho precário, que assume proporções jamais experimentadas em nosso país.
O objetivo maior do trabalhador, hoje em dia, é seu emprego(1), se possível
com a preservação dos direitos que lhe forem possíveis.
Deveria ele contar, nesta luta, com a sua fonte maior de força: a união.
Esta, desde os primeiros embates travados, ainda na Revolução Industrial,
revelou-se a forma mais eficaz, senão única, que o trabalhador tem para se igualar
ao outro sujeito da relação de trabalho, o tomador dos serviços.
Dessa união, como símbolo e resultado, surgiu o sindicato, entidade que
resulta da soma de vontades de seus integrantes e que tomou para si a responsa-
bilidade de defender os interesses destes.
Ocorre que isto, no Brasil, regra geral, não existe, pelo menos não de forma
eficiente.
O que temos é um sindicalismo profissional que assiste, às vezes atônito,
às vezes desinteressado — ou mais interessado em sua própria manutenção: o
sindicalismo —, aos trabalhadores terem seus direitos retirados, sem condições de
intervir neste processo para, estabelecendo posição de equilíbrio, forçar solução
que atenda aos interesses de todos.
(1) Segundo Alfredo J. Ruprecht, a luta do sindicalismo, hoje em dia, nos países desenvolvidos
é mais pelo emprego do que por melhorias salariais (Relações coletivas de trabalho. Tradução
Edilson Alkmin Cunha. São Paulo: LTr, 1995. p. 255). Isto não acontece apenas nos países de-
senvolvidos. No Brasil é um fenômeno que se pode presenciar todos os dias.

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