Noções de Português
| Autor | José Gilmar Bertolo |
| Páginas | 1441-1451 |
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1. Gramática
1.1. Conceituação
Gramática, segundo J. Mattoso Câmara Jr., o pai da linguística no Brasil, é o estudo de uma língua examinada como "sistema de meios de expressão".
2. Classificação
A gramática divide-se em: Fonética, Morfologia e Sintaxe.
2.1. Fonética
É a parte da Gramática que estuda os sons da fala, e pode ser:
-
descritiva;
-
histórica;
-
sintática.
2.2. Morfologia
É a parte da Gramática que trata das palavras:
-
quanto à sua classificação;
-
quanto a suas flexões;
-
quanto à sua estrutura e formação;
2.3. Sintaxe
É a parte da Gramática que estuda o relacionamento das palavras na frase. Estuda, então, a função das palavras na oração e a função das orações no período e, ainda, as relações de concordância, regência e colocação que as palavras apresentam.
Assim, observando a Gramática, a obra trata de assunto referente à parte da Morfologia e Sintaxe, mais precisamente dos capítulos das preposições, crase, conjunções, ortografia e pontuação, por entendermos
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que estes são os pilares básicos e imprescindíveis para uma redação clara, cristalina, de fácil entendimento e, acima de tudo, sem os maiores e mais frequentes erros da língua portuguesa.
3. Crase
Crase é a fusão da preposição "com outro". Esse outro pode ser:
· artigo: a, as
Ex.: Fomos a a feira = fomos à feira.
· inicial dos pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aquilo. Ex.: Entreguei o vaso àquele rapaz.
Há casos em que o segundo "a" faz papel de pronome demons-trativo.
Ex.: Vou à livraria do centro e você vai à do bairro.
3.1. Emprego da crase
A crase é empregada:
· em locuções adverbiais.
Ex.: às vezes, às pressas, à toa ...
· em locuções prepositivas.
Ex.: em frente à, à procura de ...
· em locuções conjuntivas.
Ex.: à medida que, à proporção que ...
· nos pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a, as.
Ex.: Fui ontem àquele restaurante.
Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão.
Refiro-me àquilo e não a isto.
3.2. Não há crase
A crase não é empregada:
· diante de verbo.
Ex.: Estou apto a fazer a viagem.
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· diante de substantivo masculino. Ex.: Ele sempre anda a cavalo.
· diante de artigo indefinido.
Ex.: Isto me levou a uma solução inédita.
· diante de pronome pessoal (reto, oblíquo e de tratamento). Ex.: Dei a ela boas referências a seu respeito.
Ela não se referiu a mim.
Requeiro a V. Sa. a minha matrícula.
· diante de pronome indefinido.
Ex.: a ninguém interessa o nosso plano.
· diante de pronome interrogativo.
Ex.: a qual parte do livro você se refere?
· diante dos pronomes demonstrativos esta e essa. Ex.: Não me refiro a esta situação.
Levamos muito entusiasmo a essa reunião.
· diante da palavra casa (no sentido de residência própria). Ex.: Voltei a casa muito cansado.
· diante da palavra terra (como antônimo de bordo).
Ex.: Depois de muitos dias no mar, voltamos a terra exaustos.
· diante de substantivos próprios que não admitem o artigo. Ex.: Fomos a Campinas.
· em locuções de mesma palavra. Ex.: Seguiu-me passo a passo.
4. Conjunção
É a palavra que une duas ou mais orações.
Entendemos que as conjunções, quando empregadas no momento oportuno, expressam de forma alternativa o elo de ligação das orações, o que, sem a menor dúvida, dá continuidade a um pensamento sem o
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mesmo se tornar repetitivo e monótono, como em alguns casos observamos, em que por esquecimento ou falta de conhecimento, muitos colegas advogados empregam, quase que sempre, o termo da mesmice e cansativo que, via de regra, é a palavra "que". E, no entanto, dispomos de várias conjunções, das quais podemos lançar mão e na maioria das vezes caem no esquecimento. Assim as conjunções podem ser coordenativas ou subordinativas.
4.1. Conjunções coordenativas
Sendo coordenativas, classificam-se em: aditivas, adversativas, alter-nativas, conclusivas e explicativas.
· aditivas: expressam adição;
Ex.: e, nem, também, mas também, etc.
· adversativas: expressam adversidade.
Ex.: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão...
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