Prefácio

AutorCésar Fiuza
Ocupação do AutorDoutor em Direito pela UFMG. Professor de Direito Civil na Universidade FUMEC e na Universidade Federal de Minas Gerais. Advogado no escritório César Fiuza & Bruno Lewer Sociedade de Advogados.
Páginas3-4
3
PREFÁCIO
A obra, que tenho o prazer de prefaciar, cuida do poliamor,
essa nova modalidade de arranjo familiar, que vem ocorrendo atual-
mente, ao lado das formas tradicionais de família.
É importante destacar que a família vem evoluindo constan-
temente. Sua evolução, e aqui o termo é adotado em tom neutro,
acompanha os anseios sociais, a depender do tempo e do lugar. Prin-
cipalmente após a Revolução Industrial, cujos efeitos culminaram
na Revolução Sexual dos anos 1960, a família vem ganhando nova
roupagem.
No Brasil, três marcos podem apontar-se: o Estatuto da Mu-
lher Casada (1962), a Lei do Divórcio (1977) e a Constituição da
República (1988). A partir dessa legislação, mormente da última, a
família se tornou um fenômeno plural, pois se passou a admitir a
coexistência de diversos núcleos familiares, além do casamento. A
família passou a ser vista como instrumento para a obtenção da feli-
cidade e da realização pessoal dos indivíduos.
Seguindo esta linha de pensamento, a presente obra tem por
objetivo analisar a possibilidade de reconhecimento jurídico do po-
liamor, que, segundo o autor, se desdobra nas uniões simultâneas e
poliafetivas. São entidades familiares que, embora gerem estranheza
para alguns, vêm sendo socialmente aceitas e praticadas, não poden-
do, portanto, ser menosprezadas. Trata-se de uma ideologia de vida
afetiva, na qual se admite um inter-relacionamento amoroso simul-
tâneo, com o conhecimento e consentimento de todos os envolvidos.
Muito embora apresente aspectos controvertidos no plano moral, so-
cial e jurídico, não há qualquer impedimento para sua configuração
e, consequentemente, seu reconhecimento como família. Por meio
de uma metodologia que se desenvolve na vertente teórico-dogmáti-
ca, realizada por meio de uma detalhada busca bibliográfica e docu-
mental, o trabalho do autor desconstitui a ideia de que a monogamia
seja um princípio intangível para a caracterização da família. Em

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