A representação da mulher no cinema: um estudo a partir da pesquisa em estado do conhecimento
Autor | Leilane Serratine Grubba |
Cargo | Atitus Educação, Passo Fundo, Brasil |
Páginas | 1-26 |
1
DOI https://doi.org/10.5007/2177-7055.2022.e77652
Direito autoral e licença de uso: Este artigo está sob uma Licença Creative Commons.
Com essa licença, você pode compartilhar, adaptar, para qualquer fim, desde que atribua
a autoria da obra e forneça um link para a licença, e indicar se foram feitas alterações.
A representação da mulher no cinema:
um estudo a partir da pesquisa
em estado do conhecimento
The representation of women in cinema:
a study from state of knowledge research
Leilane Serratine Grubba¹
¹Atitus Educação, Passo Fundo, Brasil.
R: A pesquisa tem por objeto a representação da mulher no cinema, com
o objetivo de analisar os argumentos levantados sobre essa temática pela pesquisa
quali cada no Brasil, em l íngua portug uesa. Justica-se a i mportância do estu do,
principa lmente, pela inuênci a do cinema na cri ação dos processos identi catórios
generic ados, também no mundo jur ídico (legisl ativamente e judicia lmente). Par
-
te-se do seg uinte problem a: qual a representação de gênero no cinema, apontada
pela bibliogr aa quali cada brasilei ra? A hipótese sustent a que existe uma corr elação
entre os resu ltados da pesquis a brasileira e aqueles a pontados por Lauretis , Mulvey
e hooks, isso é, de h aver uma objeticação d a mulher, sendo ela representa da como
um objeto ao olha r mascu lino; ademais, com uma sub-representação de raça e
consequente exclusão da mulher negra e latina. Dia loga-se com o problema e a
hipótese a partir da epistemologia de tentativa e erro, especialmente para buscar
refutar a h ipótese levantada. A t entativa de refutaç ão foi realizada por me io de uma
pesquisa em estado do conhecimento. Como resultado, não foi possível refutar a
hipótese levantada.
P-: Gênero. Cinema. Estado do conhec imento. Ensi no. Direito.
A: The research’s theme is t he representation of women in c inema, intendin g
to analyze the arguments raised on this theme by qual ied resea rch in Braz il, in
Portuguese. The importance of the study is justi ed, mainly, by the inuence of
cinema in the creation of gender identication processes, also in t he legal world
(legislatively and jud icial ly). It starts w ith the follow ing problem: wh at is the
2 SEQÜÊNCI A (FLORIANÓPOL IS), VOL. , N. ,
A REPRESEN TAÇÃO DA MULHER N O CINEMA: UM E STUDO A PART IR DA PESQUIS A EM ESTADO DO CON HECIMENTO
representat ion of gender in cinema, point ed out by the qualied Bra zilian biblio-
graphy? The hypothesis sustains th at there is a correlation bet ween the results of
the Brazi lian research and those pointed out by Lauretis, Mulvey and hooks, th at
is, of having an objecti cation of the woma n, being her represented as a n object
to the male g aze; in addition, wit h an underrepresent ation of race and consequent
exclusion of black and L atino women. It dialogues with the problem a nd the
hypothesis from the epistemology of tr ial and er ror, especially to seek to refute
the hypothesis raised. The refutation attempt wa s carr ied out throug h a state of
knowledge res earch. As a result, it wa s not possible to refute the hypo thesis raised.
K : Gender. Cinema. State of knowledge. Knowledge. Law.
INTRODUÇÃO
Existe bastante discrepância com relação à década de início
dos estudos feministas em cinema. Enquanto Alison Butler (2002)
e Anneke Smelik (1999) mencionam a década de 1960, Gisele Gu-
berniko (2009) aponta a década de 1970 e Ana Veiga (2017) sugere
as décadas de 1980 e 1990. Independentemente dessas divergências,
em conjunto, as pesquisadoras mencionadas apontam a importância
de Teresa de Lauretis, Laura Mulvey e bell hooks para o início das
pesquisas feministas em cinema, principalmente, para as pesquisas a
respeito da representação da mulher no cinema como objeto, com
Lauretis e Mulvey, e da interseccionalidade e da ausência da mulher
negra, com hooks.
Na década de 1960, as primeira s críticas feminista s ao cinema se
direcionara m às imagens sexista s da representação das mulheres em l-
mes hollywoodia nos. Sobre a mencionada década, Smel ik arma que:
Mulheres era m representadas como o sexo passivo, objetic adas
ou xadas em estereótipos que oscilavam entre a imagem de
mãe (“Maria”) e a puta (“Eva”). Essas imagens repetidas das
mulheres foram consideradas como distorções objeticadoras
da realidade, com impacto negativo sobre as espectadoras
mulheres. As feministas clamaram por imagens positivas das
mulheres. (1999, p. 353).
Para continuar a ler
PEÇA SUA AVALIAÇÃO