Resenha internacional

AutorSamir Jacob Bechara
Páginas151-152
GENETICS AND CRIMINAL BEHAVIOR
David Wasserman
Robert Wachbroit
Cambridge University Press; 2001, 335 Páginas
A procura por elementos biológicos objetivos, capazes de identificar
personalidades criminosas, tem seduzido cientistas há séculos. Esta, por
excelência, a vocação precipua da Biologia Criminal, que, ao lado da Socio-
logia Criminal, constitui um dos dois grandes ramos da Criminología.
A clássica teoria de Cesar Lombroso, que cunhou o termo "criminoso
nato",
considerada superada, buscava identificar elementos anatômicos e
físicos característicos do homem delinqüente. Recentemente, avanços da
genética médica, assim como a decodificação do genoma humano e, parti-
cularmente, sua associação a condições patológicas, trouxe novos horizon-
tes diagnósticos e terapêuticos a diversas áreas do conhecimento. No plano
da Criminología, fez renascer a idéia de Lombroso, agora, no entanto, com
fundamento cromossômico. Nesse cenário insere-se este livro, coordenado
pelos professores Wasserman e Wachbroit, ambos do Instituto de Filosofia
e Políticas Públicas da Universidade de Maryland.
Dividido em duas partes, o livro proporciona, em cada capítulo, refle-
xões de diferentes filósofos a respeito de questões conceituais, metodológi-
cas e éticas oriundas da pesquisa genética relacionada ao comportamento
delinqüente.
A primeira parte do livro concentra-se na análise científica e metodoló-
gica a respeito da influência genética sobre o comportamento. Pretende sa-
ber o que a pesquisa genética pode nos ensinar sobre a criminalidade. Dis-
cute-se, inicialmente, a legitimidade e a plausibilidade de existir uma assim
chamada ciência genética do comportamento humano. Quanto ao método
de pesquisa em genética, discutem-se a análise genética e hereditária popu-
lacional e a técnica de genética molecular.
A segunda parte prossegue na análise da influência genética sobre o
comportamento criminoso, concentrando-se na responsabilidade moral e le-
gal oriunda das evidências científicas. Se de fato o comportamento crimino-
so tem influência genética, até que ponto essa influência poderia ou deveria
interferir sobre as práticas correntes de condenação e apenamento? No mes-
mo sentido, até que ponto tais evidências deveriam modificar os conceitos
O Professor Livre-Docente da Faculdade de Medicina da Universidade deo Paulo.

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT