Tributário

AutorRicardo Lewandowski
Páginas63-64

Page 63

Município não tem direito à imunidade recíproca por não ser contribuinte de direito do icms incidente sobre aquisições de bens

Supremo Tribunal Federal

Agravo Regimental no Recurso

Extraordinário n. 690.382 – RS

Órgão julgador: 2a. Turma

Fonte: DJe, 18.12.2012

Relator: Ministro Ricardo Lewandowski

TRIBUTÁRIO. ICMS. AQUISIÇÕES DE BENS. MUNICÍPIO. CONTRIBUINTE DE FATO. IMUNIDADE RECÍPROCA. ART. 150, VI, A, DA CONSTITUIÇÃO. INAPLICABILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO.

I – A imunidade do art. 150, VI, a, da Constituição somente se aplica ao imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente beneiciado, na qualidade de contribuinte de direito.

II – Como o Município não é contribuinte de direito do ICMS incidente sobre aquisições de bens, não tem o benefício da imunidade em questão, uma vez que esta não alcança o contribuinte de fato. Precedentes.

III – Agravo regimental improvido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência do Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, na conformidade da ata de julgamentos e das notas taquigráicas, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator.

Brasília, 4 de dezembro de 2012.

RICARDO LEWANDOWSKI – PRESIDENTE E RELATOR

RELATÓRIO

O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão que negou seguimento ao agravo.

Eis o teor da decisão agravada:

“Trata-se de agravo contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto de acórdão que não reconheceu ao contribuinte de fato o gozo da imunidade prevista no art. 150, VI, a, da Constituição em relação ao ICMS incidente sobre aquisições de bens.

No RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se, em suma, violação ao art. 150, VI, a, da mesma Carta, ao argumento de que o princípio da imunidade recíproca não abrange apenas os contribuintes de direito, mas também os contribuintes de fato.

A pretensão recursal não merece acolhida.

Isso porque a imunidade do art. 150, VI, a, da CF somente se aplica ao imposto que incide sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente beneiciado, na qualidade de contribuinte de direito.

No caso, como o Município é contribuinte de fato do ICMS incidente sobre aquisições de...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT