Wagner Balera: antes de tudo, um humanista

AutorZeno Simm
CargoAdvogado, mestre e doutor em direito
Páginas128-137
SELEÇÃO DO EDITOR
128 REVISTA BONIJURIS I ANO 34 I EDIÇÃO 677 I AGO/SET 2022
Zeno SimmADVOGADO, MESTRE E DOUTOR EM DIREITO
WAGNER BALERA: ANTES
DE TUDO, UM HUMANISTA
Teórico prega um novo capitalismo tendo como destinatário o homem
em sua dignidade e os direitos humanos em todas as suas dimensões
Parodiando Euclides da Cunha, pode-
-se dizer que Wagner Balera é, antes
de tudo, um humanista. Isso se extrai
não apenas da sua vasta produção
científi ca1 e de suas manifestações em
inúmeros eventos, mas também de sua história
de vida e do exemplo que a todos proporciona,
sempre em defesa da fraternidade, da solidarie-
dade e da dignidade da pessoa humana, fazen-
do escola e formando discípulos2.
Em suas refl exões, Sayeg e Balera (2011, p.
104) propõem um humanismo integral “pos-
to a serviço de todos e de tudo com indepen-
dência de credos, um humanismo, enfi m, com
fundamento antropofi líaco, legitimador do
direito natural da fraternidade constitutivo
do jus-humanismo normativo”. Lembrando a
doutrina trazida pelo cristianismo, os autores
informam que outros pensadores não aceitam
o “humanismo fundado em questões teológi-
cas, embora não reneguem as fontes cristãs do
humanismo ocidental”, mas ressalvam: “Foi,
porém, o pensamento cristão de fraternidade
universal que pioneiramente garantiu a cada
pessoa o valor da vida e a dignidade, abran-
gendo todo o gênero humano” (S; B
, 2011, p. 85). A ideia do humanismo não é,
pois, nova, tendo pelo menos dois mil anos de
pregação e, não obstante, ainda não se tornou
unanimidade no planeta e ainda clama por
efetividade.
Carlos Ayres Bri o (2012, p. 19) analisa o hu-
manismo como categoria constitucional, ex-
pondo as várias dimensões do seu conceito,
inclusive a doutrinária, segundo a qual o hu-
manismo “consiste num conjunto de princípios
que se unifi cam pelo culto ou reverência a esse
sujeito universal que é a humanidade inteira.
Logo, o humanismo no sentido de crença na
aventura humana”.
Océlio de Morais (2021, p. 14-15), em ensaio so-
bre o tema, examina o humanismo nas declara-
ções de direitos mundialmente conhecidas e na
sociedade do século 21, identifi cando as raízes
políticas dos direitos humanos naqueles docu-
mentos e o que se projeta na atual sociedade

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