Aprendizagem por projeto - entrevistando profissionais e conhecendo carreiras do direito

AutorLuciana Musse e Mônica Prado
Ocupação do AutorGraduada em Psicologia e Direito. Mestre e doutora em Direito pela PUC-SP/Bacharel e mestre em Comunicação e doutorada em Alterações Climáticas e Desenvolvimento Sustentável
Páginas127-152
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Capítulo 5
APRENDIZAGEM POR PROJETO -
ENTREVISTANDO PROFISSIONAIS E CONHECENDO
CARREIRAS DO DIREITO
Luciana Musse1
Mônica Pra do2
Resumo: Este texto é dedicado à reflexão sobre o impacto da pandemia da
Covid-19 na execução de projeto interdisciplinar entre Direito por meio
da disciplina de Introdução ao Direito e Comunicação, denominado
Projeto Integrado Introdução ao Direito e Comunicação (PI-ID&C), que
adotou como metodologia ativa o ensino-aprendizagem por projetos
(ABProj) e avaliação formativa e continuada, a fim de que as alunas e os
alunos de três turmas de primeiro semestre e, portanto, ingressantes no
curso de Direito e no ensino superior, pudessem realizar entrevistas com
profissionais da iniciativa privada e pública, para conhecer e ampliar sua
visão e seu escopo sobre o universo das carreiras jurídicas e áreas de
atuação para o futuro bacharel em Direito. A partir dos documentos
orientadores produzidos, da Proposta Pedagógica Institucional do
UniCEUB (PPI), de bibliografia nacional, dos dados extraídos da
sondagem de opinião realizada e dos produtos entregues pelos alunos,
pudemos concluir que as modificações exigidas pelo isolamento social ao
processo de ensino-aprendizagem, que passou a ser mediado por
tecnologia, foi prevalentemente positivo, pois refletiu a complexidade e o
dinamismo da vida, requerendo de professoras e alunos capacidade de
1 Luciana Musse é graduada em Psicologia e Direito. Mestre e doutora em Direito pela
PUC-SP. Professora, Pesquisadora e Advogada. Contato: luciana.musse@ceub.edu.br
2 Mônica Prado é bacharel e mestre em Comunicação e doutorada em Alterações Climáticas
e Desenvolvimento Sustentável. Professora, Pesquisadora e Jornalista. Contato:
monica.prado@ceub.edu.br
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adaptação e resolução de problemas, ampliação dos meios de comunicação
entre professoras e alunas/alunos; entre os pares e entre os grupos e os
entrevistados - e o suporte de apresentação dos resultados das entrevistas,
o que, consequentemente, aumentou o conhecimento, as competências e as
habilidades inicialmente pretendidas, tanto na esfera relacional/atitudinal,
como no campo jurídico, nas esferas tecnológica e jornalística (produção
de texto).
1. Introdução
O diploma de bacharel em Direito ainda é um dos mais cobiçados
por quem busca uma formação superior, pois além do status que
representa, possibilita o exercício de uma gama variada de atividades
profissionais, o que incrementa a empregabilidade, a inclusão e a
permanência no mundo do trabalho daqueles que portam tal documento.3
Curiosamente, verifiquei, ao longo dos anos de docência que,
independentemente do semestre de enquadramento, os graduandos
conhecem um número limitado de campos de atuação e profissões
jurídicas, geralmente, as mais tradicionais, como as de magistrado,
membro do ministério público, delegado e advogado privado. Além disso,
pude aferir que os alunos também demonstram dificuldades em descrever,
para além do senso comum, as habilidades, competências e atitudes
necessárias ao exercício das atribuições dos (futuros) profissionais que
abraçarem essas carreiras.
Com base nesse diagnóstico e, aproveitando-me da oportunidade
estratégica de ministrar, no primeiro semestre do curso, a disciplina de
Introdução ao Direito, planejei como atividade de ensino-aprendizagem e
avaliação a realização de entrevistas, a fim de que os “calouros” pudessem,
desde o início da sua formação, ampliar o contato com as áreas, os nichos,
as carreiras, as atividades e atribuições dos profissionais do Direito. Em
síntese, o objetivo da atividade de aprendizagem era proporcionar ao aluno
de 1º semestre do curso de Direito a oportunidade de conhecer e conversar
com profissionais de Direito atuantes no mercado de trabalho, a fim de
identificar as peculiaridades da carreira, a formação complementar
3 Esse diagnóstico é corroborado, ilustrativamente, por Veiga (2019, p. 131-132; p. 134).

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