Capítulo 13 - Relações existenciais e a multiparentalidad

Páginas117-126
Capítulo 13
RELAÇÕES EXISTENCIAIS E A
MULTIPARENTALIDADE
Principiamos nossas considerações, com base em uma pequena reexão de
Andrew Solomon, onde o autor demonstra a insuciência de termos da língua
inglesa para descrever as relações familiares na atualidade, que podem ser am-
bientados ao fenômeno inconcluso da multiparentalidade.
Portanto, “parente” deveria ser um conceito abrangente, e cada família deveria ter o direito
de denir seus laços de maneira compatível com sua própria realidade. [...]. Chegou a hora
de promovermos um festival de novas palavras para designar essas novas formas de paren-
tesco e de criarmos uma sociedade capaz de reconhecê-las. [...]. Precisamos reconhecer que
as famílias existem em diversos formatos e tamanhos, que o amor não é um recurso nito e
que a criação de um lho vai muito além de imperativos genéticos.1
Segundo pesquisa estatística, os dados revelam a seguinte conguração da
família brasileira:
No Brasil existem 71,2 milhões de família ou de arranjos familiares, os quais estão assim
distribuídos: 42% casal com lhos, 20% casal sem lhos, 15%unipessoal, 16% mulher com
lhos, 0,3% sem parentesco e 6% outros tipos arranjos com parentesco que não sejam casal
com lhos, sem lhos ou mulher com lho. Ou seja: pai com lho, avô com neto, irmãos etc. 2
A realidade fática das relações existenciais, nem sempre são reconhecidas
juridicamente na mesma proporção, por mais que a Constituição Federal de
1988 tenha o condão inclusivo e não estabeleça taxatividade entre as ent idades
familiares, mas algumas congurações ainda carecem de tutela legal. Razão pela
qual optamos pela utilização da expressão genérica “relações existenciais”, cap az
de congregar todas as espécies (as entidades que são capturadas pelos órgãos
ociais e as outras entidades familiares, não capturadas ocialmente, embora
existam na realidade social).
1. SOLOMON, Andrew. As famílias evoluíram. As línguas devem fazer o mesmo. 2020. Disponível em:
https://www.fronteiras.com/ar tigos/as-familias-evoluiram-as-linguas-devem-fazer-o-mesmo.
2. IBGE. PNAD – Uma análise das condições de vida da população brasileira. 2016. Disponível em:
https://www.ibge.gov.br/IBGE. PNAD – Uma análise das condições de vida da população brasileira.
2016.
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