A classificação dos jogos eletrônicos como esporte
| Autor | Diego Stefani, Marcos Ibias e Mônica Flauzino |
| Páginas | 111-128 |
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A CLASSIFICAÇÃO DOS JOGOS ELETRÔNICOS COMO
ESPORTE
Diego Stefani1
Marcos Ibias2
Mônica Flauzino3
UM BREVE RELATO
Os últimos cem anos foram de evidentes evoluções na
sociedade. A tecnologia proporcionou o maior crescimento já
evidenciado pela história humana, em literalmente, todos os
sentidos. A facilitação dos afazeres diários trazida pela evolução
tecnológica atingiu, de igual maneira, a prática desportiva.
No início do século XX, havia grande procura por esportes
em que se necessitava de extremo esforço físico, tais como remo,
tênis e futebol. E mesmo naquela época, já se observava a utilização
da tecnologia como amparo no desempenho dos atletas. Um clássico
exemplo era, e ainda é, a competição na aviação.
1 Advogado. Pós-Graduado em Direito Desportivo. Procurador-Geral do Tribunal
de Justiça Desportiva do Futebol de Goiás. Gestor de Futebol pelo Instituto Goiano
de Direito Desportivo. Gestor de Esportes Eletrônicos pelo The360. Coord enador
do Grupo de Estudos de Esportes Eletrôn icos da Comissão de Direito Desportivo
da OAB Goiás.
2 Advogado. Pós-Graduado em Direito e Processo do Trabalho pelo Instituto
Processus. Presidente da Comissão Nacional de Direito Desportivo da ABA e
membro da Comissão de Direito Desportivo da OAB/DF. Ex-assessor de Ministro
no Tribunal Superior do Trabalho e Consultor de Direito Desportivo do programa
Boca no Trombone da rádio e TV Bandeirantes. Palestrante nacional e
internacional.
3 Presidente da Comissão Nacional dos Tribunais Superiores - ABA, membro da
Comissão de Direto Desportivo da OAB da Barra da Tijuca/RJ, membro da
Comissão de Empreendedorismo da OAB/RJ; membro da AATSP - Associação
dos Advogados Trabalhistas de São Paulo, Membro do IAB - Instituto dos
Advogados Brasileiros.
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Em março de 1912, a cidade de São Paulo se deleitava com
a disputa de acrobacias aéreas do francês Roland Garros, e do
Brasileiro Eduardo Chaves, que utilizavam da novíssima tecnologia
de um veículo com asas para traçar arrojadas manobras nos céus da
maior cidade do país, levando o público à loucura. Naquele momento
ficou evidente que o homem não dependia somente de força física
como auxiliar na prática do esporte, e sim, que poderia ser amparado
por máquinas, fruto da evolução tecnológica.
Com o passar dos anos, além das modalidades esportivas que
dependiam de algum maquinário, – por exemplo, o automobilismo –
a tecnologia também passou a entrar sistematicamente em cada uma
das categorias diversas do esporte. A própria preparação física e
desenvolvimento do atleta hoje, em qualquer esporte, necessita do
apoio tecnológico para extrair de cada atleta o seu máximo
desempenho. Prova disso é a evolução dos recordes mundiais no
atletismo, em que seus menores tempos e maiores distâncias, foram
alcançados pelos atletas nos últimos anos, usando a tecnologia como
requisito para a excelência.
Estando a evolução tecnológica presente em todos os
aspectos dos esportes tradicionais, normal seria esta inovação criar a
sua própria modalidade esportiva. Isso acabou acontecendo em um
patamar jamais imaginado.
No que se refere particularmente aos jogos eletrônicos, as
primeiras criações com a finalidade de entretenimento surgiram ao
final dos anos 40 e início dos anos 50, em versões de jogos como
tênis, arco e flecha e xadrez.
Naquela época, a tecnologia utilizada nos equipamentos
ainda se mostrava incipiente. As Tvs dispunham de tubos de raios
catódicos (CRT) e os consoles e joysticks, que sequer eram assim
denominados, ainda estavam na fase inicial de desenvolvimento.
Contudo, como nas demais áreas do conhecimento humano,
a tecnologia empregada nos equipamentos utilizados para a prática
dos jogos eletrônicos sofreu rápida e profunda transformação.
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