O desafio de atrair e manter talentos

AutorBenedito Rodrigues Pontes
Páginas17-26

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Objetivos do capítulo

· Apresentar os desafios vividos pelas organizações neste novo cenário econômico;

· Mostrar a importância das pessoas como diferencial competitivo das organizações;

· Verificar que não são simples os desafios de atrair e manter talentos;

· Conceituar talento.

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Há alguns anos, Gary Becker, professor na Universidade de Chicago, escreveu que "os países mais ricos financeiramente, como Estados Unidos, Japão e Alemanha, têm também o capital humano mais alto e isso não chega a ser surpreendente. É uma consequência direta do sucesso econômico desses países... O capital humano não é o único fator na saúde de um país, mas é um fator vital". Se essa afirmativa é válida para um país, também é válida para uma organização. As pessoas sempre foram importantes na vida das organizações; na era do capital intelectual, porém, as pessoas passaram a ser o fator vital para a própria manutenção da competitividade das empresas nesse mundo de avanços mais rápidos da tecnologia e do comércio globalizado e eletrônico. Daí surge a necessidade de repensar as formas de atrair e reter talentos nas organizações, principalmente quanto mais intensa for a necessidade por inovações.

A economia está em ebulição. A concorrência avança sem mais fronteiras. Serão vencedoras aquelas empresas que conseguirem maior flexibilidade em seus processos para poder atender clientes cada vez mais exigentes. Essa questão passa pelo repensar da gestão de pessoas. Antes de adentrar essa questão, vamos verificar os principais aspectos econômicos e suas influências nas organizações.

Os avanços tecnológicos e o impacto nas organizações

Um novo processador a cada seis meses; novas tecnologias em comunicação de dados; robôs cada vez mais sofisticados que substituem tarefas repetitivas. Esses são apenas alguns exemplos de avanços tecnológicos em nossos dias. Sempre houve mudanças; o que hoje se constata é "a veloci-dade como as mudanças ocorrem". As descobertas tecnológicas eram mais duradouras. Atualmente, a rapidez com que se mudam e se aperfeiçoam é fantástica. Quem imaginaria, há alguns anos, a possibilidade de "carregar"

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um aparelho telefônico e utilizá-lo em qualquer ponto onde estivesse? Hoje já é possível andar com um aparelho portátil no qual telefone e computador estão acoplados, podendo acessar dados, processá-los e enviá-los de qualquer lugar e para qualquer lugar. Basta analisar qualquer máquina engenhosa atual com uma similar de um ou dois anos atrás para atestar a velocidade das mudanças tecnológicas. Como, nesse passado tão pouco distante, tivemos o impulso, a necessidade de adquirir produtos com tecnologia ultrapassada para as nossas necessidades atuais. É assim tanto para o computador, aparelhos de som e imagem, ou para um simples aparelho refrigerador ou de uso doméstico, como também para os softwares. Essa rapidez nos avanços tecnológicos impõe às empresas flexibilidade para evoluir constantemente. Ter uma tecnologia de ponta, hoje, não garante em nada a sobrevivência no futuro da empresa. É um paradoxo, mas, quanto maior for a velocidade dos avanços tecnológicos, maior a necessidade de mudanças nas próprias empresas que criaram tais avanços tecnológicos, e o processo de inovação continua, de forma cada vez mais acelerada. A empresa que não dispõe de flexibilidade para atualização fica fora do mercado. Nesse processo, pessoas que pensem nas estratégias, que desenvolvam novos produtos são essenciais.

Globalização

Os avanços da informática associados a tecnologias de telecomunicações conduziram a economia à escala da globalização - economia global. Até há bem pouco tempo, a maioria das empresas preocupava-se apenas com seus concorrentes locais ou regionais, e poucas com os concorrentes internacionais. Hoje, as empresas competem com produtos do mundo todo, o que impõe ao seu produto: preço, qualidade e inovação constante. Os negócios numa economia globalizada impõem um processo de escala, dada a intensificação da competição. Daí a volatilidade das organizações com as fusões, aquisições, desaparecimentos, criação de novas empresas em segmentos muito específicos, joint-ventures. A globalização propiciou, também, a disponibilidade e a circulação de grande volume de informações. Tudo isso exige das pessoas esforço em entender todo esse processo e fazer com que suas empresas adaptem-se ao novo tempo. As estratégias mercadológicas tornaram-se globalizadas e as empresas, para sobreviverem nesse novo mundo e novas formas de concorrência, assim como para atuarem em mercados emergentes, passaram a buscar continuamente melhorias na eficiência em seus processos, a aumentar a...

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