Desenvolvimento de algoritmos para detecção automática de macrófitas no reservatório da UHE Engenheiro Souza Dias (Jupiá)

AutorAndressa Muraro/Danielle Drago/Ronan Max Prochnow
Ocupação do AutorGraduada em Engenharia Cartográfica e de Agrimensura pela UFPR e Intercâmbio Acadêmico na Universidade do Porto ? Portugal/Mestre em Engenharia Florestal e graduada em Engenharia Cartográfica, ambos pela UFPR e MBA em Gerenciamento de Projetos pela Universidade de Vila Velha (UVV) no ES/Graduado Bacharel em Geografia pela UDESC, MBA em Gestão...
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DESENVOLVIMENTO DE ALGORITMOS
PARA DETECÇÃO AUTOMÁTICA
DE MACRÓFITAS NO RESERVATÓRIO DA UHE... JUPIÁ
ENGENHEIRO SOUZA DIAS JUPIÁ
Andressa Muraro*14
Danielle Drago* *15
Ronan Max Prochnow*** 16
1 INTRODUÇÃO
A proliferação excessiva de macrófitas aquáticas em reservatórios hidre-
létricos coloca em risco os múltiplos us os, assim como demanda custos sig nifica-
tivos em tecnologias para a v isuali zação, limpeza sistemática e corretiva por
* Graduada em Engen haria Cartográ fica e de Agrimen sura pela UFPR e Intercâ m-
bio Acadêmico na Universidade do Porto – Portugal. Possui MBA em Gestão de
Projetos pela FIEP. Como Pesquisador a no Instituto de Tecnologia para o Desen-
volvimento (LACTEC) participou com destaque em projetos com aplicação de
geotecnologias em ges tão e monitoramento de lin has de transmis são e reservató-
rios, SIG, aerolevantame nto convencional e por ARP, aplicações de sen soriamento
remoto, levantam entos hidrográf icos e topográf icos. Recentemente, foi contrat a-
da pela Kla bin S/A para atuar na áre a de planejamento florest al.
** Mestre em Engenharia Florestal e graduada em Engenharia Cartográfica, ambos
pela UFPR e MBA em Gere nciamento de Projetos pela Univer sidade de Vila Velha
(UVV ) no ES. Apresenta ex periência na á rea técnica de produção cartográfica,
sobretudo em fotogra metria, sensoriamento re moto e geoprocessamento. Desde
2016 é pesquisadora no Inst ituto de Tecnologia para o Desenvolvi mento (LAC-
TEC), atuando majorita riamente na coordenação de projetos de P&D na ár ea de
Geossoluções.
*** Graduado Bachar el em Geografia pela U DESC, MBA em Gestão de Projetos pela
Universidade Estácio de Sá e Diploma Executivo em Sustentabilidade pela Help
University. Foi bolsista de P&D no L aboratório de Geoprocessamento da U DESC
atuando em projetos da Tractebe l Energia. Atuação profission al no setor elétrico
desde 2011 como Analist a SIG no Departamento de Engen haria Ambienta l e Fun-
diária d a Eletrobras Eletrosul, ond e atuou com SIG aplicado a transmi ssão e gera-
ção eólica bem como com a implantação do COGEO – Comitê de Geoprocessa-
mento e do GIS Corporativo. Atualmente Coordenador Cor porativo de Meio
Ambiente na CTG Bras il e líder técnico de projeto de P&D pa ra o monitoramento
espacial de mac rófitas no reservatór io da UHE Jupiá da mesma concessioná ria.
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remoção menica. Nesse sentido, as concessionár ias buscam cada vez ma is o
suporte da inovação para que suas rotinas incorporem o monitoramento e o
controle com o objetivo de reduzir as operações não planejadas de vertimento
para o desvio dest as plantas da tomada d´água pa ra os vertedouros.
Assim, foi realizado um amplo est udo no âmbito do programa de
Pesquisa e Desenvolvimento ANEEL da concessionária CTG Brasil para o
reservatório da Usina Hidrelétrica Eng. Souza Dias (Jupiá), com o objetivo
de gerar uma metodologia pa ra o manejo de bancos de macrófitas aquáticas
flutuantes e submersas. Por consegu inte, nesse projeto se desenvolveu uma
plataforma web que monitora a lâmin a d´água a partir de i magens de satélite
da missão Sentinel-2, contemplando todas as regiões do reservatório e pro-
porcionando o monitoramento de forma automatizada em relação à ocupa-
ção de macrófitas submersas e emergentes/flutuantes. Nesse ambiente, o
controle das condições físicas e biológicas para o possível des prendimento e
deslocamento das plantas se dará por meio de alertas oriundos de parâme-
tros bio- ópticos, hidrológic os e hidrodin âmicos.
O reservatório da UHE Jupiá possui uma extensão de 330 km² e está
localizado entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, envolvendo
os municípios de And radina e Castil ho (SP) e Três Lagoas (MS) (Fig ura 13.1).
Inserida na Bacia Hidrográfica do Paraná, a represa é formada, pri ncipal-
mente, pelo rio Paraná, tendo doi s importantes tributár ios: o rio Tietê (mar-
gem esquerda) e rio Sucuriú (margem d ireita). A usina foi concluída em 1974
e sua operação se dá com um volume de geração constante em flu xo de fio
d’águ a, sendo mínimo o rebaixamento do n ível do reservatório.
Jupiá vem sofrendo impactos, principalmente, devido à grande pres-
são antrópica que existe no entorno do lago e na Bacia do Rio Tietê, densa-
mente ocupada e com predomínio da cultura da cana-de-açúcar para a in-
dústria sucroalcooleira. Outro aspecto importante da área de estudo é a
formação de reentrâncias, conhecidas na reg ião como “lagoas” e que são
áreas perenes e marg inais. Estes locais abr igados são considerados verdadei-
ros “berçá rios” para a reprodução das espécies de macróf itas (Figura 13.1).
2 ESTUDOS AMBIENTAIS
Segundo Thomaz et a l. (2009), uma cascata de sete reservatórios re-
gula a comunidade de macrófitas aquáticas ao longo do rio Tietê. Nesta ca-
deia, os reservatórios iniciais são eutróf icos, túrbidos e dominados pelas
plantas f lutuant es como Eichhornia crassipes, espécies de Salvinia e P istia stra-
tiotes. Já os localizados no final da cadeia, como o reservatório de Jupiá, são
oligotróficos e as pla ntas submersas são dominantes (Ege ria najas, Eger ia den-
sa e Ceratophyllum deme rsum). Entretanto, seu estudo apontou que a maioria
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