Economia criativa no estado de Minas Gerais / Creative economy in the state of Minas Gerais

AutorSuzana Quinet de Andrade Bastos, Verônica Lazarini Cardoso, Evelim Nascimento de Oliveira
CargoDoutora em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2004). Professora Associado 3 da Universidade Federal de Juiz de Fora, professora do Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada da UFJF e Bolsista de produtividade do CNPq. E-mail: quinet.bastos@ufjf.edu.br - Mestre em Economia Aplicada pelo Programa de ...
Páginas1778-1799
Revista de Direito da Cidade vol. 08, nº 4. ISSN 2317-7721
DOI: 10.12957/rdc.2016.22307
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Revista de Direito da Cidade, vol. 08, nº 4. ISSN 2317-7721 pp. 1778 - 1799 1778
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O desenvolvimento de um país ou de uma região está cada dia mais dependente de inovações,
tanto de tecnologias quanto de recursos renováveis e de ideias, porém esta última quando
interligada à criatividade, a imaginação e a inovação abrem novas possibilidades de crescimento e
desenvolvimento. Assim, o trabalho busca analisar qual a participação da economia criativa nos
municípios do Estado de Minas Gerais. O trabalho utiliza dados da RAIS e o período de análise é o
ano de 2012. Os resultados revelam que o estado de Minas Gerais possui 863.969 empregos
criativos espalhados por 105.615 estabelecimentos, a grande maioria de pequeno porte. A maioria
da força de trabalho possui graus de instrução até o Ensino Fundamental e Ensino Médio
Completo. Dos 853 municípios que compõem o estado, os que se destacam possuindo atividades
da cadeia criativa se localizam principalmente nas Regiões Metropolitana, Zona da Mata, Campo
das Vertentes e Sul de Minas, estando as atividades principalmente concentradas na região da
capital.
-economia criativa, cidades criativas, atividad es criativas, Minas Gerais.
The development of a country or a region is increasingly dependent on innovations of both
technologies and renewable resources and ideas, but the latter, when linked to creativity,
imagination and innovation, opens new possibilities for growth and development. Thus, the work
seeks to analyze the participation of the creative economy in the municipalities of the State of
Minas Gerais. The work uses data from the RAIS and the analysis period is the year 2012. The
results reveals that the state of Minas Gerais has 863,969 creative jobs spread across 105,615
establishments, the vast majority of them small. Most of the workforce has degrees of instruction
through Elementary and High School Completion. Of the 853 municipalities that make up the state,
the ones that stand out having activities of the creative chain are located mainly in the
Metropolitan, Mata, Campo das Verentes and Sul de Minas Regions, with activities mainly
concentrated in the region of the capital.
creative economy, creative cities, creative activities, Minas Gerais.
1 Doutora em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2004).
Professora Associado 3 da Universidade Federal de Juiz de Fora, professora do Programa de Pós-Graduação
em Economia Aplicada da UFJF e Bolsista de produtividade do CNPq. E-mail: quinet.bastos@ufjf.edu.br
2 Mestre em Economia Aplicada pelo Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada da Universidade
Federal de Juiz de Fora (PPGEA/UFJF). E-mail: veronicalazarini@yahoo.com.br
3 Graduada de Economia e Bolsista de Iniciação Cientifica. E-mail: enoecojf@gmail.com
Revista de Direito da Cidade vol. 08, nº 4. ISSN 2317-7721
DOI: 10.12957/rdc.2016.22307
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Revista de Direito da Cidade, vol. 08, nº 4. ISSN 2317-7721 pp. 1778 - 1799 1779
A criatividade está diretamente ligada ao conceito de novidade, capacidade de
transformação, de reinventar, de buscar a solução de problemas e de união de ideias.
Interpretando esse conceito em termos econômicos, a criatividade seria um insumo abundante,
renovável e o mais importante é que o seu uso só faz aumentar o seu estoque, além do fato da
concorrência entre os agentes criativos da economia atrair e estimular a atuação de novos
produtores.
Com isso, a criatividade e principalmente a diversidade cultural no Brasil passa a ser
compreendida muito além de um bem a ser valorizado, mas sim como uma espécie de ativo
fundamental para uma nova compreensão do desenvolvimento econômico. A novidade reside no
reconhecimento de que a criatividade tem o papel de motivar novos modelos de negócios,
processos organizacionais e uma arquitetura institucional que galvaniza setores e agentes
econômicos e sociais.
Com a ampliação dos conceitos de criatividade, a cultura deixou de ser vista apenas e
exclusivamente como um meio de desenvolvimento social e a partir da Conferência Ministerial da
UNCTAD XI, em 2004, o tema das indústrias criativas passou a ser discutido e integrado na agenda
de desenvolvimento internacional (PINTO, ARAÚJO, 2013).
Não existe uma definição exata do que seja I ndústria Criativa, segundo Reis (2008):
Caves, por exemplo, entende por indústrias criativas as relacionadas a artes,
cultura e entretenimento em geral. Já para Howkins, o divisor de águas da
Economia Criativa seria o potencial de gerar direitos de propriedade
intelectual (a “moeda” da Economia Criativa), expandindo sua abrangência
dos direitos autorais para desenhos industriais, marcas registradas e
patentes. (...) Já John Hartley propõe uma definição plural: a ideia de
indústrias criativas busca descrever a convergência conceitual e prática das
artes criativas (talento individual) com indústrias culturais (escala de massa)
no contexto das novas tecnologias de mídia (TICs) em uma nova economia
do conhecimento, para o uso dos novos consumidores-cidadãos interativos
(REIS, 2008, p.22-23).
A maioria das pesquisas na área se baseia no conceito mais completo e na definição da
ONU sobe a chancela da UNCTAD que define indústrias criativas como “ciclos de criação, produção
e distribuição de bens e serviços que usam a criatividade e capital intelectual como insumos
primários” (FIRJAN, 2008, p.14). A partir do conceito de indústria criativa outros termos foram

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