A guerra perdida de Toffoli

AutorMichael Freitas Mohallem
Ocupação do AutorProfessor de Direito e Coordenador do Centro de Justiça e Sociedade (CJUS) da FGV Direito Rio
Páginas121-125
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A GUERRA PERDIDA DE TOFFOLI72
Michael Freitas Mohallem73
“É o momento de o Judiciário se retrair”, anunciava o ministro Dias
Tooli em novembro de 2018, dois meses depois de assumir a presi-
dência do Supremo Tribunal Federal (STF). A leitura estava correta.
O país se preparava para a mais ex trema mudança política desde a
redemocratização, e a temperatura do debate exigia do STF sensatez.
Um ponto de moderação diante de quem queria testar os limites da
nossa democracia lavada a jato.
O ex-chefe do Estado-Maior, Fernando Azevedo e Silva, se tornava
o novo braço direito de Dias Toffoli – um gesto de evidente compo-
sição com Jair Bolsonaro, eleito presidente em outubro. Para quem
esperava uma rápida atuação em favor de Lula, a presidência de Dias
Toffoli mais uma vez sinalizava o interesse de esfriar o ambiente po-
lítico ao projetar o julgamento das Ações Decla ratórias de Constitu-
cionalidade sobre a prisão em segunda instância para o ano seguinte.
Tirar o STF do centro da política era tarefa dif ícil diante do pro-
tagonismo recente. Os ministros do STF escreveram as manchetes
72. Artigo public ado, originalmente, no por tal da revis ta Piauí, em 18 de abril de 2019. Disponív el
em: https://piaui.folha.uol.com.br/guerra-perd ida-de-tooli/. Acesso em: 1 5 nov. 2019.
73. Professor de Dire ito e Coordenador do Centro de Jus tiça e Sociedade (CJ US) da FGV Direito Rio.

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